terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Poder em jogo/O Globo: A força das emendas

Quem vota, volta: 69% dos deputados que aprovaram a reforma da Previdência proposta por FH, em 1998, foram reeleitos — mostra pesquisa do Senado usada pelo governo para convencer os deputados. O estudo (citado aqui, em 20/10) é do consultor legislativo Pedro Fernando Nery. Ele listou fatores que, à época, tiveram efeito relevante na reeleição dos deputados. Entre os mais expressivos, as emendas parlamentares ao Orçamento. Quando o governo cumpria acordos e pagava a totalidade das emendas aprovadas, aumentava em 25% a probabilidade de reeleição do deputado. Outro aspecto eleitoral importante foi a identificação do parlamentar com o governo. Pela pesquisa, isso ampliou em 10% a chance de um novo mandato.

Sindicalismo de resultados
Chamado entre colegas de “presidente do sindicato dos deputados do PMDB”, Carlos Marun correu ao grupo de WhatsApp da bancada, no domingo à noite, para contar que havia acabado de conversar com o presidente Temer e fora oficialmente convidado para assumir a Secretaria de Governo. A reação foi de entusiasmo. Houve até promessas de voto a favor da reforma da Previdência.

Seguro-desemprego
Depois de ser demitido do emprego em uma emissora de rádio, o ex-governador Anthony Garotinho corre o risco de perder seu outro posto, o de presidente do PR no Rio de Janeiro. A cúpula do partido está duplamente constrangida com as prisões de seu presidente regional e do presidente nacional, Antônio Carlos Rodrigues.

Novos temas
Candidato ainda não declarado ao governo do Rio, o ex-prefeito e hoje vereador Cesar Maia (DEM) começa a se ocupar dos assuntos do estado. Em “entrevista” ao seu “ex-blog”
(newsletter diária), ontem, ele analisa as finanças do Rio e lista como razões da crise a demora do governo em tomar medidas e a crença em soluções vindas de Brasília. Até agosto de 2014, afirma, o rombo no caixa do estado já superava os R$ 7 bilhões, mas as primeiras ações só vieram na metade de 2015. “Faltou também previsão política. O governo federal enfrentava um enorme déficit fiscal e de certa forma faliu após isso”, constata, prevendo dias melhores.

Aliança insólita
Coisas da política: no Rio Grande do Norte, o Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) se uniu aos liberais do partido Democratas na batalha para que o Incra permitisse a produção de energia eólica em 112 assentamentos dos sem-terra, onde vivem oito mil famílias. Conseguiram e, agora, pretendem participar de uma licitação de energia eólica no estado. Querem produzir 5,6 gigawatts de potência.

Estado loteado
Citado na delação da Odebrecht por, supostamente, ter pedido propina sobre obras do Rodoanel em São Paulo, Mário Rodrigues Júnior, um dos diretores da Agência Nacional de Transportes Terrestres, articula para assumir a diretoria-geral do órgão no início de 2018, quando acaba o mandato de Jorge Bastos. Rodrigues Júnior chegou ao cargo com o apoio do PR, de Valdemar Costa Neto.

Jogo equilibrado
A indicação da advogada Paula Azevedo ao Cade equilibra a balança entre os setores público e privado no órgão. Hoje, presidente, superintendente-geral e dois conselheiros são servidores de carreira. Três conselheiros vêm da iniciativa privada. Com Paula, a composição ficaria em 4 a 4. A advogada é filha do diretor-geral da OMC, Roberto Azevedo, e da embaixadora do Brasil junto à ONU, Maria Nazareth Azevedo.

Contas confusas
Uma liminar suspendeu ontem o aumento no IPTU no Rio. A decisão é provisória e não deve se sustentar, mas pode bagunçar as previsões de receita da prefeitura e o orçamento de algumas famílias e empresas, especialmente aquelas com imóveis que teriam tributação reduzida com a nova lei. Com essa mudança às vésperas do recesso do Judiciário, as guias podem ser impressas pelo critério anterior.

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