sexta-feira, 31 de março de 2017

Maduro dá “tapa na cara” da OEA, diz Rubens Bueno

Diógenes Botelho | Portal do PPS

O deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR), que é membro do Parlamento do Mercosul e da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, classificou nesta quinta-feira (30) como um “tapa na cara” da Organização dos Estados Americanos (OEA) a decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela de assumir as funções da Assembleia Nacional do país, formada por uma ampla maioria de parlamentares de oposição ao governo do presidente Nicolás Maduro. Sob a alegação de desacato, a Corte retirou os poderes do Legislativo do país. A medida foi tomada horas depois de uma reunião da OEA terminar sem a invocação da Carta Democrática Interamericana contra o governo de Nicolás Maduro.

“Maduro dá um tapa na cara da OEA. Na prática mandou fechar o Parlamento logo depois de ganhar mais um prazo da entidade. Está claro que ele controla a Justiça do país e vem usando disso para acelerar uma escalada de perseguições e atos arbitrários contra a oposição. Estamos denunciando isso há muito tempo e algo precisa ser feito com urgência. Não há democracia na Venezuela. Até porque não há democracia em qualquer lugar onde existem presos políticos, censura da imprensa e uso da estrutura do Estado para cancelar eleições e perseguir a oposição. Alertei isso ao secretário-geral da OEA, Luís Almagro, durante encontro que tivemos aqui no México”, relatou Rubens Bueno, que está participando nesta quinta-feira, junto como dirigente da OEA, da Conferência Solidariedade Democrática na América Latina. O evento, na Cidade do México, termina hoje.

Para Rubens Bueno, está claro que Maduro está transformando a Venezuela em uma ditadura. “A reação popular diante da escassez de alimentos e da quase ausência de serviços públicos essenciais veio na forma da eleição de uma maioria oposicionista na Assembleia Nacional da Venezuela, mas nem esse claro sinal de que o povo venezuelano está cansado de sofrer nas mãos de um regime antidemocrático parece surtir efeito. Os países da região devem estar atentos. A suspensão dos poderes da Assembleia Nacional me parece claramente inconstitucional e diante dessa situação algo precisa ser feito”, afirmou Rubens Bueno, que é favorável a exclusão da Venezuela do Mercosul.

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