sábado, 27 de agosto de 2016

Opinião do dia – Roberto Freire

É um bom sinal de que estamos vivendo tempos em que não há ninguém acima da lei.

Demonstra que é preciso aprovar logo o impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, mandá-la para casa e deixar as lideranças do PT envolvidas com corrupção cuidarem de suas defesas.

É hora de acabarem com a narrativa estúpida de golpe, quando o ex-presidente Lula está às voltas com a polícia e a Justiça por crime de corrupção."

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Roberto Freire é deputado federal por S. Paulo e presidente nacional do PPS, sobre o indiciamento de Lula pela PF, Brasília, 26/8/2016.

PF indicia Lula por tríplex

• Para Lava-Jato, ex-presidente e mulher foram beneficiados por R$ 2,4 milhões

Imóvel em Guarujá foi reformado pela OAS para a família do petista, que classifica relatório como ‘peça de ficção’

Em meio ao julgamento final do impeachment, que pode pôr fim à era PT no governo, o ex-presidente Lula e a mulher dele, Marisa Letícia, foram indiciados pela primeira vez na Lava-Jato sob suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no inquérito que investiga o tríplex de Guarujá, em São Paulo. Para a PF, o apartamento foi reservado para Lula e sua família, como mostrou O GLOBO em 2014, e as benfeitorias feitas pela empreiteira OAS custaram R$ 2,4 milhões, entre reformas e armazenamento do acervo presidencial. O relatório da investigação segue agora para o Ministério Público, que decidirá se denuncia ou não o casal ao juiz Sérgio Moro. Lula, que ontem se reuniu com Dilma Rousseff, deve estar ao lado da presidente afastada na segunda-feira, quando ela fará sua defesa no Senado. O petista, indiciado também por falsidade ideológica, disse que nunca foi dono do tríplex e que a acusação é “peça de ficção”. Também foram indiciados Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS; Paulo Gordilho, diretor da empresa; e Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula.

Lula e Marisa são indiciados

• Às vésperas do impeachment, ex-presidente é acusado de receber vantagens ilícitas da OAS

Cleide Carvalho e Renato Onofre – O Globo

-SÃO PAULO E BRASÍLIA- Às vésperas da votação que pode tirar definitivamente o PT do governo, o expresidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua mulher, Marisa Letícia, foram indiciados pela primeira vez pela Operação Lava-Jato, em Curitiba, suspeitos de terem recebido R$ 2,4 milhões em benesses da OAS, empreiteira envolvida no escândalo da Petrobras, no caso do tríplex de Guarujá. Lula deve ir ao Congresso, na segunda-feira, para ficar ao lado da presidente afastada, Dilma Rousseff, na sessão em que ela fará seu último apelo aos senadores antes da votação do impeachment.

Lula foi indiciado por crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica no inquérito que investiga as benfeitorias feitas pela OAS no tríplex, que somam R$ 1,1 milhão, e o pagamento de R$ 1,3 milhão feito pela OAS à transportadora Granero para armazenar o acervo da Presidência. Além de Lula e Marisa, foram indiciados Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS; Paulo Gordilho, diretor da empreiteira; e Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula.

Para a defesa de Lula, o indiciamento é uma “peça de ficção” e tem caráter político. De acordo com o advogado Cristino Zanin Martins, o apartamento está em nome da OAS, e não há prova de que foi entregue ao casal. No relatório, a PF não diz se o apartamento é do casal ou não.

— Mais uma vez os atos da Lava-Jato têm uma coincidência com o calendário político do país. É um ato que, numa estranha coincidência, ocorre num momento político. Isso me leva a crer que essa peça, além de ficcional, é um ato político contra Lula — reclamou Martins.

Na prática, o indiciamento significa que a PF concluiu haver elementos suficientes de autoria e materialidade dos crimes imputados a Lula, Marisa e os outros acusados. Agora, o relatório segue para o Ministério Público Federal, que pediu 90 dias para decidir se oferece denúncia. Se isso ocorrer, a denúncia deverá ser aceita pelo juiz Sérgio Moro, e Lula passará à condição de réu.

Lula já é réu numa ação que investiga obstrução à Justiça, na 10ª Vara Federal de Brasília, e investigado na Operação Zelotes e em, pelo menos, mais dois inquéritos da Lava-Jato, que apuram obras feitas por empreiteiras no sítio Santa Bárbara, em Atibaia, e pagamentos à sua empresa de palestras, a Lils.

Um tríplex para Lula

• O GLOBO revelou reserva de imóvel no Guarujá pela OAS para o ex-presidente

- O Globo

Em dezembro de 2014, uma reportagem do GLOBO revelou que a OAS reservou para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a mulher, Marisa Letícia, o apartamento 164-A do Edifício Solaris, no Guarujá, no litoral de São Paulo.

O apartamento passou por reformas que incluíram a instalação de um elevador privativo e uma área gourmet, também paga pela empreiteira. Outros imóveis do mesmo prédio não receberam as mesmas intervenções. Entre 2005 e 2009, o ex presidente pagou R$ 188,2 mil por cota que dava direito a um apartamento simples no edifício.

A Lava-Jato suspeita que Lula usaria o crédito que tinha no Solaris para obter o tríplex reformado, sem ter que pagar valor a mais pelas melhorias. Lula desistiu de ficar com o apartamento após a revelação pelo GLOBO dos detalhes das intervenções da OAS. A construtora, segundo diz agora a Lava-Jato, gastou R$ 1,1 milhão em benfeitorias no imóvel. Lula e Marisa visitaram a reforma do tríplex, quando foram flagrados em fotografias avaliando o local. Vizinhos também afirmam que Marisa chegou a pegar as chaves do imóvel.

Opinião - O Globo

DO PONTO de vista técnico, o indiciamento do casal Lula e Marisa, junto com Léo Pinheiro (OAS) e outros, pela Polícia Federal, no inquérito aberto na Lava-Jato sobre o verdadeiro proprietário do célebre tríplex do Guarujá, nada tem a ver com o julgamento final do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff.

MAS, NO mundo político, tem, porque se trata de mais um fato importante na história da passagem do lulopetismo pelo poder, em que também se destacam os desmandos econômicos, na área fiscal, cometidos por Dilma. E que a levam ao impeachment.

JÁ OS desmandos no campo ético e também legal levam a prisões e a indiciamentos como este.

Em Brasília, ex-presidente se encontra com Dilma

• ‘Nem nos piores momentos eu imaginei que aconteceria o que está acontecendo’

Júnia Gama - O Globo

BRASÍLIA - Pouco após ter sido indiciado pela Polícia Federal, o ex-presidente Lula desembarcou em Brasília ontem para se encontrar com a presidente afastada, Dilma Rousseff. Após a visita, já no aeroporto prestes a embarcar de volta a São Paulo, o ex-presidente fez um desabafo a aliados:

— Nem nos piores momentos da minha vida eu imaginei que aconteceria o que está acontecendo hoje.

Lula debateu com Dilma a presença dela na sessão do julgamento do impeachment no Senado, marcada para a próxima segunda-feira, e fez uma avaliação negativa do que ocorreu até agora. Segundo relatos, ele não tem expectativa de virada no impeachment e disse que, se algum voto mudar, será uma surpresa.

O ex-presidente está preocupado com o discurso de Dilma. Ele quer um tom politizado, sem focar em argumentos técnicos. Algo para “entrar para a História”, em que fique registrada a denúncia do “golpe”.

Os aliados afirmaram que Lula estava muito abalado ontem, como se tivessem finalmente “caído as últimas fichas”. E também muito preocupado com o futuro do PT. Para Lula, é importante ganhar a versão dos fatos, mesmo perdendo o processo, e dar um indicativo de como será a luta para o futuro do partido.

Havia dúvida sobre a presença de Lula no plenário do Senado durante a fala de Dilma, mas ele decidiu que estará lá para prestar solidariedade:

— Eu vou, é uma questão de solidariedade — disse aos aliados, emocionado.

O ex-presidente se encontrou com um grupo de senadores do PT para fazer uma análise do cenário. Jaques Wagner, ex-ministro de Dilma, acompanhou Lula na visita. Wagner e a mulher dele, Maria de Fátima, estão entre os convidados da defesa que estarão presentes à sessão de segunda-feira, quando Dilma vai depor no Senado.

O ex-presidente somente voltará a Brasília no domingo, para participar da sessão do julgamento em que Dilma estará presente no Senado. Na reunião com Lula, estavam presentes os senadores petistas Paulo Rocha (PA), Jorge Viana (AC), Humberto Costa (PE) e José Pimentel (CE). A expectativa é que nem mesmo a presença de Dilma sirva para mudar votos.

Lula e Marisa são indiciados por corrupção em caso tríplex

Polícia Federal indicia Lula e Marisa por corrupção e lavagem no tríplex do Guarujá

• O ex-presidente também foi enquadrado por falsidade ideológica dentro do esquema de corrupção na Petrobrás

Fausto Macedo, Ricardo Brandt, Julia Affonso e Fábio Serapião, - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no inquérito que investiga o tríplex do Condomínio Solaris, no Guarujá, litoral paulista. O petista é alvo de três investigações centrais na Operação Lava Jato, em Curitiba – sede do escândalo de cartel e corrupção na Petrobrás. Ele foi enquadrado por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. A ex-primeira-dama Marisa Letícia e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, também foram indiciados.

Em coletiva na tarde desta sexta-feira, 26, o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente, afirmou que seu cliente não poderia ser enquadrado por corrupção por não exercer mais cargo público. A interlocutores, o ex-presidente classificou o indiciamento de“factóide” .

Lula foi indiciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Dona Marisa por corrupção e lavagem. A conclusão do delegado Márcio Adriano Anselmo é que o casal “foi beneficiário de vantagens ilícitas, por parte da OAS, em valores que alcançaram R$ 2,4 milhões referentes as obras de reforma no apartamento 164-A do Edifício Solaris, bem como no custeio de armazenamento de bens do casal”.

Às vésperas do impeachment, Lula se reúne com Dilma em Brasília

• Ex-presidente desembarca no DF para fazer as últimas articulações políticas antes do julgamento final da petista

Vera Rosa - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta sexta-feira, 26, com a presidente afastada Dilma Rousseff, no Palácio da Alvorada. Chamado por Dilma, Lula desembarcou em Brasília para ajudar na articulação contra o impeachment e ainda vai se encontrar com alguns senadores.

Na segunda-feira, 29, a presidente afastada comparecerá ao plenário do Senado para fazer sua defesa, escoltada por uma comitiva de 35 pessoas, a maioria ex-ministros. Lula estará a seu lado, mas o PT ainda avalia se é conveniente levá-lo ao plenário ou se ele deve acompanhar o pronunciamento de sua afilhada política numa sala reservada.

PF indicia Lula e Marisa no caso do tríplex de Guarujá

Bela Megale, Estelita Hass Carazzai – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, CURITIBA - A Polícia Federal indiciou nesta sexta (26) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sob suspeita de corrupção passiva, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro no inquérito que investiga o tríplex no Guarujá, no litoral de São Paulo.

Este é o primeiro indiciamento de Lula na Operação Lava Jato. O petista também é investigado em outros inquéritos, ainda em andamento.

Segundo a Polícia Federal, Lula e sua mulher, Marisa Letícia, "foram beneficiários de vantagens ilícitas, por parte da construtora OAS, em valores que alcançaram R$ 2,4 milhões".

Marisa também foi indiciada, sob suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

A PF investigou a reforma do tríplex no condomínio Solaris, construído pela cooperativa Bancoop. O imóvel foi adquirido pelo OAS e recebeu reformas da empreiteira, uma das acusadas de corrupção no esquema da Petrobras.

A investigação da PF apontou que o tríplex estaria reservado à mulher de Lula, e foi reformado para beneficiar a família do petista.

Móveis e eletrodomésticos foram incorporados ao apartamento, cuja reforma custou R$ 1,1 milhão e foi tocada, segundo a investigação, por um ex-diretor da OAS, Paulo Gordilho.

"A OAS chegou a abrir até centro de custos específicos em sua contabilidade para controlar as despesas, com o apelido de 'zeca pagodinho'", destaca o relatório do indiciamento, assinado pelo delegado Márcio Anselmo.

Além disso, a OAS também pagou a mudança do acervo de Lula em Brasília, após o término do seu mandato presidencial. Segundo a PF, R$ 1,3 milhão foram gastos no contrato de transporte, feito em nome da construtora, mas destinado ao ex-presidente.

"Curiosamente, ao invés de realizarem o ato por intermédio do Instituto Lula, buscou-se a ocultação do real titular do contrato mediante a 'contratação direta' pela OAS, beneficiária direta do esquema de desvios de recursos no âmbito da Petrobras", escreveu Anselmo.

Ex-aliado, Renan bate boca com petistas em sessão do impeachment

Mariana Haubert, Débora Álvares, Daniela Lima, Valdo Cruz, Gustavo Uribe, Laís Alegretti, Bernardo Mello Franco, Rubens Valente – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - Visto como a última ponte entre o PMDB e o PT no Senado, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), protagonizou nesta sexta-feira (26) o mais duro embate com a bancada petista desde oinício do julgamento do impeachment de Dilma Rousseff no plenário.

O gesto, primeiro tratado como "destempero", foi interpretado como um cálculo do peemedebista para selar sua aproximação com o presidente interino Michel Temer e romper qualquer elo que ainda havia entre ele e o partido de Dilma.

Segundo aliados, Renan agora está livre para votar a favor do impeachment da petista. Inicialmente, o presidente do Senado dizia que, por sua posição institucional, não se posicionaria. Depois, disse que estava "refletindo".

O embate ocorreu no fim da manhã, quando Renan foi escalado para conter os ânimos no plenário e acabar com uma discussão entre dois senadores, Lindbergh Farias (PT-RJ) e Ronaldo Caiado (DEM-GO), que frequentemente entram em choque.

Após bate-boca, Renan se diz vítima de ingratidão de petistas

Valdo Cruz, Bernardo Mello Franco – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - Dizendo-se arrependido do bate-boca desta sexta (26), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou sentir-se vítima de ingratidão de petistas. Ele disse que ainda não decidiu se votará ou não no julgamento do impeachment de Dilma Rousseff.

Renan se queixou das críticas da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), com quem discutiu mais cedo no plenário. "Vou propor um agravamento da pena por ingratidão no Código Penal", ironizou.

O peemedebista repetiu que intercedeu a favor da senadora quando a Polícia Federal fez buscas em seu apartamento funcional e quando ela foi indiciada na Operação Lava Jato.

"Achei estranha a provocação dela, porque a memória está presente", disse Renan. "Não adianta quererem me atrair para a confrontação política. É injusto e desproporcional me transformarem em personagem do impeachment."

O senador também reclamou das cobranças dos dilmistas Lindbergh Farias (PT-RJ) e Vanessa Grazziotin (PCdoB). "O Lindbergh me acusar de estar jantando com o Michel [Temer]? Ele devia acusar os adversários dele lá do Rio", disse.

Julgamento de denúncia contra Gleisi, agendado para 3ª feira, sai da pauta do STF

• O casal é investigado desde março de 2015, suspeito de recebimento de R$ 1 milhão de propina de contratos firmados entre empreiteiras e a Petrobras, dinheiro usado para custear parte da campanha eleitoral da petista em 2010

Beatriz Bulla - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - O julgamento sobre a aceitação da denúncia contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), inicialmente previsto para ocorrer na próxima terça-feira, 30, foi adiado. O caso foi retirado da pauta da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por decidir se torna a senadora e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, réus na Lava Jato.

A defesa de Gleisi afirmou que não fez pedido de adiamento, mas confirmou ter recebido a informação do Supremo de que o caso ficaria fora da sessão da próxima semana. A 2ª Turma é composta pelos ministros Gilmar Mendes - presidente do colegiado -, Teori Zavascki, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Celso de Mello.

O casal é investigado desde março de 2015, suspeito de recebimento de R$ 1 milhão de propina de contratos firmados entre empreiteiras e a Petrobras, dinheiro usado para custear parte da campanha eleitoral da petista em 2010.

Hoje o presidente do Senado, Renan Calheiros, disse na sessão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff ter atuado junto ao STF para "desfazer" o indiciamento de Gleisi e Paulo Bernardo. Mas o indiciamento do casal continua válido perante o STF, mesmo após pedido da defesa para anulação.

Indiciamento. No início de abril, a PF encaminhou o indiciamento ao Supremo. Como resposta, a defesa da petista protocolou uma reclamação sob argumento de que a polícia não pode indiciar parlamentares, já que a competência para decidir sobre a acusação de autoridades com foro privilegiado é do STF.

Impeachment tem mais um dia de baixarias

Pelo segundo dia, terminou em baixaria o julgamento do impeachment de Dilma no Senado. De novo, houve bate-boca entre Ronaldo Caiado e Lindbergh Farias, mas a confusão atingiu seu ápice com o presidente do Senado, Renan Calheiros. Além de dizer que a Casa estava parecendo um hospício, Renan quase levou os senadores às vias de fato ao criticar Gleisi Hoffmann e dizer que conseguira “desfazer” o indiciamento dela no STF. Presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski chegou a ameaçar usar seu “poder de polícia” para conter os ânimos.

Sanatório geral no Senado

• Renan diz que julgamento ocorre num “hospício” e, ao rebater Gleisi, que questionara moral da Casa, provoca bate-boca generalizado pelo segundo dia

Cristiane Jungblut, Eduardo Bresciani, Evandro Éboli, Isabel Braga, Júnia Gama, Leticia Fernandes, Maria Lima e Simone Iglesias - O Globo

BRASÍLIA - O segundo dia do julgamento da presidente afastada Dilma Rousseff conseguiu ter embates ainda mais acalorados do que o primeiro, a ponto de o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, anunciar que poderia usar seu “poder de polícia” para conter os ânimos, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chamar a Casa de “hospício”.

— Vossa Excelência, constitucionalmente, está sendo obrigado a presidir um julgamento em um hospício! Fico muito triste, porque esta sessão é, sobretudo, uma demonstração de que a burrice é infinita — disse Renan para o presidente do Supremo.

Inicialmente, Renan estava fazendo um apelo para que todos tivessem bom senso. Mas ao falar do “hospício” e da “burrice infinita” e ainda chamar a lei do impeachment de “excrescência” foi cercado por petistas. O presidente do Senado partiu então para o ataque a Gleisi Hoffmann (PT-PR), que na véspera questionara a moral da Casa para julgar Dilma. Ontem, Gleisi reafirmou o que disse, mas se inclui entre os integrantes do Senado que estão sendo investigados.

— O Senado não tem moral para julgar ninguém porque boa parte dos senadores está sendo investigada. Como eu vou fazer esse julgamento? Aponto o dedo para uma pessoa e tem três dedos apontados para mim — disse Gleisi.

Renan, no entanto, não perdoou a senadora petista.

— Ontem, a senadora Gleisi chegou ao cúmulo de dizer aqui para todo o país que o Senado Federal não tinha moral para julgar a presidente da República. Como uma senadora pode fazer uma declaração dessa? Exatamente uma senadora que, há 30 dias, o presidente do Senado conseguiu, no Supremo Tribunal Federal, desfazer o seu indiciamento e do seu esposo que havia sido feito pela Polícia Federal — disse Renan, proclamando uma interferência no Judiciário em frente ao presidente do STF. Gleisi e outros petistas reagiram, aos gritos. — Não é verdade — disse Gleisi. — Que baixaria, Renan, trazer isso da Gleisi — interferiu Lindbergh Farias (PT-RJ).

Gleisi e Paulo Bernardo são investigados pela Polícia Federal. Em junho, Bernardo foi preso na operação “Custo Brasil” e depois liberado por ordem do STF.

Ao contrário do que disse Renan, o STF não anulou o indiciamento de Gleisi. O relator da Lava-Jato, ministro Teori Zavascki, arquivou o caso sem julgá-lo. Ponderou que a Procuradoria Geral da República já havia denunciado a senadora ao tribunal. Como a consequência jurídica da denúncia é mais ampla, não faria sentido examinar o indiciamento. Na época, a defesa de Gleisi pediu ao tribunal que anulasse o ato da PF, e o Senado apenas enviou à corte um parecer concordando com os argumentos da defesa.

Renan, que é alvo de oito inquéritos na Lava-Jato, foi diretamente para o gabinete da Presidência e disse a senadores que Gleisi havia “passado do limite”. Lewandowski, em meio a gritos, suspendeu a sessão.

Mais tarde, Renan fez um desabafo, queixando-se da “ingratidão” dos petistas, com quem disse sempre ter mantido boa relação.

— Vou propor o agravamento da pena de ingratidão — disse.

Pouco antes da confusão com Gleisi, Lewandowski tivera que conter os senadores Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Lindbergh.

— Vou usar meu poder de polícia! Vou mandar desligar os microfones. Estamos sem áudio! Está suspensa a sessão!

Caiado também criticou Gleisi por ela ter contratado a servidora Esther Dweck, que já tinha sido dispensada como testemunha.

— Esse senador é um desqualificado! O que ele insinuou da senadora Gleisi é de uma covardia... — afirmou Lindbergh.

— (Lindbergh) É pior que o Beira-Mar. Tem mais de 30 processos no Supremo Tribunal Federal — rebateu Caiado.

— Cachoeira é quem sabe da sua vida — disse o petista.

— Tem uma cracolândia no seu gabinete — disparou Caiado.

Nos bastidores, líderes afirmaram que a briga serviu para dar um “freio de arrumação” e retomar apenas a oitiva de testemunhas.

No início da noite, ao responder reclamação de aliados da presidente afastada, Lewandowski desabafou:

— Quando você está pilotando um boeing e se depara com uma tempestade, você desvia. Eu me sinto aqui como um piloto de boeing que já desviou de várias turbulências.

Líderes negociam ‘anistia’ a partidos no pós-Dilma

• Soterradas pela Lava-Jato, legendas discutem reforma política que pode ter efeito de isentá-las de punição

José Casado - O Globo

No Congresso fracionado em 27 partidos políticos só se pensa no “dia seguinte” ao desfecho do processo de impeachment de Dilma Rousseff, na próxima semana, e às eleições municipais, em outubro.

Líderes do governo e da oposição negociam uma reforma político-partidária com o objetivo de abrir caminho à refundação dos partidos. As novas regras partidárias seriam votadas depois das eleições municipais com vigência já no próximo ano.

As normas para recriação teriam o efeito prático de uma anistia, principalmente para as organizações políticas que hoje estão soterradas por múltiplos inquéritos judiciais sobre corrupção e lavagem de dinheiro em campanhas eleitorais.

Processos no TSE
Três partidos (PT, PMDB e PP), que hoje detêm o controle de 38% dos 584 votos disponíveis no plenário do Congresso, começaram o mês de agosto sob investigação do Tribunal Superior Eleitoral por uso de dinheiro desviado dos cofres da Petrobras para financiamento das respectivas campanhas eleitorais no período entre 2006 e 2014.

“Há indícios de práticas ilegais tanto por parte do PT, quanto pelo PP e pelo PMDB”, atestou a ministra Maria Thereza de Assis Moura, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao determinar a ampliação dos inquéritos, há duas semanas.

A ministra acrescentou, em despacho: “Uma vez comprovadas tais condutas, estaríamos diante da prática de crimes visando a conquista do poder e/ou sua manutenção, nada muito diferente, portanto, dos períodos bárbaros em que crimes também eram praticados para se atingir o poder. A mera mudança da espécie criminosa não altera a barbaridade da situação.”

Alguns juízes anteveem como provável a condenação de partidos por financiamento de campanhas com operações de lavagem do dinheiro roubado da empresa estatal por seus fornecedores privados.

A falta que faz uma bem compreendida hegemonia - Marco Aurélio Nogueira*

• Sem ter intenção, Dilma dá passos que coonestam a legalidade do impeachment

- O Estado de S. Paulo

Agosto se encerrará trazendo consigo a conclusão do impeachment, que há quase um ano tem (des)organizado a política brasileira. É o que prevê o cronograma definido pelo ministro Ricardo Lewandowski, encarregado de presidir a fase final do processo. Eventuais acidentes de percurso poderão empurrar a decisão para setembro e criar algum suspense de última hora, mas não mais que isso. O mais provável é que Dilma Rousseff seja afastada em definitivo.

De um modo ou de outro, o processo se concluirá enterrando a tese do “golpe”. O comparecimento da acusada a seu julgamento será um jogo de cena, que em boa medida tem efeito bumerangue. Quererá a presidente confrontar heroicamente seus algozes, constrangê-los e expô-los a uma opinião pública sensibilizada pelo drama presidencial? Estará interessada em pavimentar alguma estrada para seu próprio futuro político? Ou a ideia não vai além da manutenção de uma narrativa para justificar os erros que cometeu durante seu mandato e que terminaram por impulsionar seu impedimento?

Torço para que Dilma examine as causas de sua queda - Demétrio Magnoli

- Folha de S. Paulo

Presidenta Dilma Rousseff, lembro-me, como todos, de sua promessa de abril: "Se eu perder, estou fora do baralho". A derrota, sabemos, já aconteceu; o Senado apenas a oficializará. Torço para que, "fora do baralho", examine as causas de sua queda.

Não culpe os outros ("golpe das elites") ou as circunstâncias ("crise internacional"). Investigue seus erros, sobretudo um, que interessa ao futuro da convivência democrática no Brasil. Refiro-me ao sectarismo. Mais que às "pedaladas fiscais" ou ao escândalo na Petrobras, sua derrota final deve-se ao sectarismo.

O sectário, no sentido que aqui interessa, é o militante convicto, intolerante, de uma doutrina faccional. No fracasso de sua política econômica encontram-se as raízes do impeachment. Não lhe faltaram alertas: diversos economistas sérios avisaram que o voluntarismo estatal conduziria à inflação, ao déficit, à dívida, à erosão da produtividade e, finalmente, à depressão.

Rumo ao fim - Merval Pereira

- O Globo

O indiciamento do ex-presidente Lula pela Polícia Federal devido a benefícios ilegais que recebeu da empreiteira OAS calculados em cerca de R$ 2,4 milhões, entre as benfeitorias no tríplex do Guarujá e o armazenamento de objetos pessoais no depósito de uma transportadora, é um ato que, embora não definitivo, pois depende de o Ministério Público aceitá-lo, coloca mais uma vez a imagem do ex-presidente em xeque, retirando dele uma capacidade teórica de defender a presidente afastada, Dilma Rousseff.

Se anteriormente era duvidosa a presença dele no dia do depoimento de Dilma ao Senado, agora já não há quem a garanta, pois os relatos são de que Lula está extremamente abatido. Pode ser até que vá a Brasília, mas já não há mais motivação para sua presença, a não ser a aparição num documentário que está sendo rodado sobre os dias finais de Dilma na Presidência da República.

Não interessa a Lula aparecer como figurante de uma narrativa de derrota política protagonizada pela presidente que ele escolheu para substituí-lo, o maior erro político que cometeu contra si mesmo e contra o país.

Radicalismo e solidão - João Domingos

- O Estado de S. Paulo

Ninguém pode desconhecer que o processo de impeachment de Dilma Rousseff – tenha o desfecho que tiver – causou profundas feridas na sociedade brasileira. São feridas que tendem a durar por muito tempo. Farão o PT sangrar mais do que outros.

Diferentemente do que ocorreu durante o afastamento de Fernando Collor, em que todo mundo o queria fora do governo e ele não tinha a quem pedir socorro, desta vez há um partido grande, forte e influente, o PT, que fez da resistência ao impeachment a principal bandeira da sua luta política, embora saiba que só um milagre o devolverá ao poder.

A renitência petista, por razões óbvias estampada nos discursos do ex-presidente Lula e nas ações de combate de alguns senadores do partido nas sessões do impeachment, aliados a uma solitária soldada do PC do B, terá reflexos nocivos.

Dilma paga no Senado preço por desprezar ex-ministros – Leandro Colon

Folha de S. Paulo

- O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) foi ministro da Previdência do primeiro governo de Dilma Rousseff. Indicado pelo PMDB, comandou a pasta de janeiro de 2011 a janeiro de 2015.

Na tarde desta sexta-feira (26), Garibaldi assistia, solitário em uma cadeira do plenário do Senado, à segunda sessão de julgamento do impeachment de sua ex-chefe.

Ele votará pela cassação de Dilma. Questionado pela coluna sobre quantas vezes foi recebido por ela para um despacho no Planalto, o ex-ministro responde: "Nenhuma".

Mentiras convenientes - Míriam Leitão

- O Globo

Os senadores da defesa da presidente Dilma e o economista Luiz Gonzaga Belluzzo defenderam que o seu erro foi ter gastado pouco em 2015, ano que teve déficit de R$ 119 bilhões. Acham que ela errou por “excesso de responsabilidade fiscal”. A verdade é que, ao fazer em 2014 o orçamento de 2015, o governo montou uma economia cenográfica para a campanha e depois culpou a realidade por não seguir a ficção.

O segundo dia do julgamento da presidente Dilma foi de um grave ataque de nervos entre senadores de manhã e um festival de besteiras econômicas à tarde. Fiquemos na economia. A tese dos senadores petistas é que a melhor política teria sido ampliar gastos em 2015 para reativar a economia e fazer uma ação anticíclica. Isso pode ser feito em casos específicos, mas, com os credores cada vez mais desconfiados com a escalada da dívida, a política de mais gastos seria suicida. E não se pense que credores são senhores de sobrecasaca porque os brasileiros guardam suas economias em papéis da divida pública, portanto, são todos os poupadores.

Mais impostos? - Celso Ming

• Enquanto não voltar o crescimento econômico e a retomada do consumo, eventual aumento da carga tributária teria baixa eficácia

- O Estado de S. Paulo

O governo vacila quando o assunto é aumento da carga tributária.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, por exemplo, tem repetido que, em princípio, não trabalha com aumento imediato de impostos. Mas, completa ele, se ficar claro que a meta fiscal não será cumprida, não haverá remédio senão aumentar impostos.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, é contra. Avisa que não há projeto de lei de aumento de impostos que passe no Congresso. Na verdade, certo número de impostos nem precisaria passar pelo Congresso. Bastaria, por exemplo, que o governo decretasse aumento de alíquota de alguns tributos.

PT quer tirar foco do julgamento do impeachment – Editorial / O Globo

• Bancada lulopetista no Senado não discute de forma objetiva as acusações bem fundamentadas contra Dilma; prefere fazer proselitismo político

Pode-se dizer tudo do lulopetista militante, menos que não tenha disciplina e fé de sectário religioso. Nenhum fato da vida real abala suas convicções — vide as revelações devastadoras surgidas na Lava-Jato sobre seu líder e companheiros. Agora, por exemplo, o PT dá demonstrações de que deseja virar a página do impeachment o mais rápido possível, mas sua bancada no Senado atua com virulência em defesa de Dilma. Isso, apesar das provas fartas e sólidas de que a presidente cometeu crimes de responsabilidade na manipulação do Orçamento, passíveis de punição por impeachment.

Há quem diga que o real objetivo, agora, é marcar posição para o ciclo oposicionista em que permanecerá o partido, com o afastamento definitivo da presidente. Não por acaso, profissionais de cinema estariam produzindo um documentário sobre o impeachment, por certo a ser usado à exaustão com fins de propaganda política, por um PT vitimizado.

A reação da população à crise – Editorial / O Estado de S. Paulo

Os dois anos de forte crise econômica afetaram drasticamente os hábitos de consumo da população brasileira, indica pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os dados não deixam margem à dúvida – a irresponsável condução da política econômica petista castigou gravemente a população, que se viu obrigada a tomar medidas fortes para evitar uma piora ainda maior da situação.

Feita entre 24 e 27 de junho, a pesquisa entrevistou 2.002 pessoas em 141 municípios. Os resultados são expressivos. Quase um quinto da população – 19% dos entrevistados – teve de mudar de casa para reduzir o custo com habitação. Para pagar dívidas, 24% afirmaram ter vendido algum bem e 42% dos entrevistados contraíram dívidas para cobrir suas despesas.

Segundo a CNI, a crise fez com que 48% dos trabalhadores passassem a usar mais transporte público. Na saúde e na educação, os efeitos também foram fortes. Por exemplo, 34% cancelaram o plano de saúde e 14% mudaram os filhos da escola privada para a pública. O difícil cenário econômico fez também com que 78% dos entrevistados buscassem ocasiões de poupar para caso de necessidade. São conscientes, portanto, de que a crise pode ser duradoura e os deixa mais vulneráveis.

Lógica no hospício – Editorial / Folha de S. Paulo

Em meio aos tumultos no início do julgamento da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) no Senado Federal, veio do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), o aviso mais eloquente.

Foram tantas invectivas e questões de ordem, tantos brados e recursos, que as primeiras sessões da deliberação final sobre o impeachment transmitiam, segundo o peemebebista, a sensação de realizar-se num "hospício".

Verdade que nem ele mesmo resistiu à tentação de contribuir para incendiar os ânimos. Chamou a si os méritos pela suspensão, no STF, do indiciamento criminal de sua colega Gleisi Hoffmann (PT-PR) na Operação Custo Brasil.

‘Temer precisa seguir a linha Itamar’, e não a opção Sarney’, diz economista

• Segundo economista, peemedebista deve enfrentar o problema maior que é 'tirar o Brasil dessa cavalar crise'

Gustavo Porto - O Estado de S. Paulo

RIBEIRÃO PRETO - O economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados, afirmou, em entrevista ao Broadcast, que o presidente interino Michel Temer (PMDB) poderá seguir, na gestão da economia, um dos caminhos já tomados por outros vices peemedebistas que assumiram a Presidência da República em circunstâncias extraordinárias: José Sarney e Itamar Franco. Para Mendonça de Barros, ao ser ratificado no cargo com a confirmação da cassação de Dilma Rousseff (PT), Temer deveria seguir a linha de Itamar "e enfrentar o problema maior que é tirar o Brasil dessa cavalar crise", e descartar o adotado por Sarney, "um exemplo de acomodação do ponto de vista econômico".

Para Giannetti, governabilidade de Temer depende de PEC

• Para Eduardo Giannetti, projeto que limita os gastos deve ser aprovado este ano, pois ‘álibi da interinidade’ acabou

Gustavo Porto - O Estado de S. Paulo

RIBEIRÃO PRETO - O economista Eduardo Giannetti disse, em entrevista ao Broadcast, que o grande sinalizador do governo Michel Temer (PMDB), após a ratificação dele no cargo de presidente da República, será a aprovação, até o final deste ano, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita os gastos públicos para o ano corrente à inflação do anterior. Para Giannetti, caso o projeto não seja aprovado a tempo para ser implementado em 2017, o cenário de crise se complicará muito e a governabilidade de Temer estará ameaçada.

"O governo Temer usou a interinidade como um álibi para não ser mais incisivo e agressivo no início do ajuste fiscal. Com a aprovação do impeachment, acabou o álibi, o tempo começa a correr e vai ser um enorme desapontamento se não votarem a PEC até o final do ano", disse. "Se perder o timing, o quadro brasileiro complica bastante, inclusive para a governabilidade de Temer até 2018", completou Giannetti que participou, em Ribeirão Preto (SP), de um seminário do banco BRP.

Soneto da perdida esperança – Carlos Drummond de Andrade

Perdi o bonde e a esperança.
Volto pálido para casa.
A rua é inútil e nenhum auto
passaria sobre meu corpo.

Vou subir a ladeira lenta
em que os caminhos se fundem.
Todos eles conduzem ao
princípio do drama e da flora.

Não sei se estou sofrendo
ou se é alguém que se diverte
por que não? na noite escassa
com um insolúvel flautim.
Entretanto há muito tempo.

Caetano Veloso -Rugas (Nelson Cavaquinho)