terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

OPINIÃO DO DIA: Luiz Werneck Vianna

O presidencialismo de coalizão - prática que herdou de governos anteriores, simulacro de um parlamentarismo de fantasia a camuflar a soberania do Poder Executivo sobre o Legislativo - consistiu na modelagem política que lhe permitiu o movimento de camaleão de se apresentar como novo condutor do processo de modernização brasileira. Um longo fio vermelho comunicaria a era Vargas ao PT, em comum, nesses dois tempos, o retraimento da dimensão dos interesses diante dos partidos e a sua gravitação em torno do Estado.

A diferença, é claro, estaria no cenário institucional. O ciclo de modernização desencadeado pelo PT, com o estilo decisionista intrínseco a ele, estaria obrigado à difícil convivência com a Carta Magna de 1988, expressão de uma filosofia política centrada nos ideais de autonomia do indivíduo e da sociedade diante do Estado.

Luiz Werneck Vianna, professor-pesquisador da PUC-Rio. “O reino dos interesses e a política”. O Estado de S. Paulo, 24 de fevereiro de 2014.

Arnaldo Jabor: Qual o nosso ideal de hoje?

De vez em quando, eu falo sobre a ditadura militar e me sinto um dinossauro, pois a "dita" aconteceu há 50 anos. Porém, nessas últimas semanas, se falou muito daqueles tristes dias militares, pela aproximação de seu aniversário. Ela voltou como a lembrança de um pesadelo ou para nos alertar sobre os perigos para a democracia, agora que temos um país conflagrado por paralisia ideológica e por incompetência generalizada. Antes de 64, na guerra fria, no terceiro-mundismo, achávamos tudo fácil de realizar - nosso desejo bastava, mesmo que a utopia fosse impossível. Achávamos que poderíamos tudo; só não tínhamos liberdade. Hoje temos liberdade, mas não podemos fazer quase nada.

A injustiça e a boçalidade nos governaram por 21 anos. Foi espantosa a ingenuidade e despreparo que embalaram o golpe naquela época. Nossa inocência política não imaginava quem seriam os inimigos. E diante dos lutadores românticos, uma outra realidade aflorou, sinistra: os inimigos eram os rosários entre os dedos, os elefantes de louça, os bibelôs sem gosto, as famílias de classe média marchando. Das crendices ressurgia um Brasil puído, gasto, inatual, que sempre esteve ali e que achávamos obsoleto. O golpe de 64 despertou o Brasil medíocre.

Acordamos de um sonho para um pesadelo. O país mudou em 24 horas. E depois de 68, jovens idealistas piraram, enquanto multidões de yuppies brotaram do falso "milagre", enchendo o rabo de dinheiro, adotando o cinismo frio que hoje virou até uma "qualidade" executiva.

Tínhamos horror ao mundo real: um presidente anão que parecia um ET verde-oliva, a cara de boçal do Costa e Silva, as gargalhadas de Yolanda, o rosto de vampiro deprimido de Medici, a estátua ereta e autoritária do Geisel e os colhões de Figueiredo, fazendo ginástica de sunguinha para o povo ver. Tudo nos dava horror, tínhamos de fechar os olhos.

E, como a política virou crime, cultivamos utopias pessoais, sexuais, místicas, drogadas. O espírito hippie não chegou aqui com flores e amor, mas com balas e porrada. A contracultura sem flores, o perigo de morte, geraram ao menos uns 7 anos de horror. Esse era o espírito do tempo. Do rosto sério e reflexivo dos guerrilheiros, passamos ao sorriso alvar meio bobo dos desbundados.

Não penso em uma anormalidade que nos assolou, mas sim na terrível "normalidade" a que nos adaptamos.

A ditadura acabou, voltou a democracia, somos todos livres e, no entanto, qual é a loucura de hoje?
Durante a ditadura, todos éramos o bem. O mal eram os milicos. Acabou a dita e as "vítimas" (dela) pilharam o Estado. O futuro virou uma promessa de aperfeiçoamento de produtos, com uma velocidade que faz do presente um arcaísmo, uma espécie de passado "ao vivo" em decomposição. Temos hoje de lutar por quê? Qual nosso ideal de hoje?

A ditadura nos trouxe o desencanto. Ela nos fez conscientes de nossa pequenez, da importância das mesquinhas coisas da vida. Depois da ditadura, passamos a desejar uma liberdade vagabunda, para nada, para rebolar o rabo nas revistas, uma liberdade "fetichizada", transformada em produto de mercado. Ganhamos o mercado da liberdade.

O fracasso, a derrota, ganhou uma beleza nova - a beleza da desistência, a nobreza da vitimização.

Aqui no Brasil, temos a brutal resistência do atraso, do Mesmo. Estamos nos acostumando a isso. Pior que a violência é habituar-nos com ela. O mal ficou banalizado e o bem um luxo, quase um hobby. A desesperança parece-nos maturidade, do pessimismo estamos chegando a um fatalismo que passou a ser o lugar da sabedoria: "Ah..., é assim mesmo..., não dá para fazer nada mesmo". Ou então um otimismo reativo: o Brasil jamais afundará. Sem dúvida, mas poderá ficar cada vez mais disfuncional e irreversível. Depois das reformas de FHC, tudo que estava pronto para decolar voltou atrás pela ignorância regressista do PT.

Hoje, vivemos na expectativa de que algo acontecerá, num tempo em que nada se soluciona. Vivemos uma cilada histórica, quando ninguém sabe como governar um país; o despreparo continua, com governantes de "esquerda" pensando com os mesmos parâmetros de 50 anos atrás.

Democracia é a palavra do momento. Nunca se falou tanto em democracia como ultimamente. Fala-se tanto nela talvez por medo de que ela se transfigure, se deforme. Fazem-se grandes denúncias do passado, para que não esqueçamos os horrores. É importante punir e lembrar, sem dúvida.

Mas, democracia não pode ser definida apenas por ausência de ditadura, pelo que ela "não" é ou "não" foi. Nossa democracia está em dificultosa construção, frágil, difícil de entender por um país que já começou excludente e em que a República nasceu de um golpe militar.

Mas não adianta apenas buscar os inimigos que a destruíram no passado, quem torturou, quem matou.

É importante pegar os que sobraram das iniquidades cometidas, mas temos de pegar principalmente os inimigos da democracia de hoje, os que querem acabar com a liberdade de expressão, os que arrasam o País pela corrupção sistemática e pela busca voraz do poder pelo poder. Quem quer acabar com a democracia hoje, a exemplo dos fascistas da Venezuela, dos fascio-peronistas da Argentina ou do Equador são compatriotas loucos e mal informados, aqui. Baudrillard escreveu uma frase que tenho citado e que resume a loucura bolivariana que nos ameaça: "O comunismo hoje desintegrado se tornou viral, capaz de contaminar o mundo inteiro, não através da ideologia nem do seu modelo de funcionamento, mas através do seu modelo de desfuncionamento e da desestruturação brutal".

O mal aqui está nos pequenos psicopatas que, quietinhos, nos roem a vida. Aqui, o grande canalha serve para camuflar os pequenos (que são os grandes) canalhas. O mal do Brasil não está na infinita crueldade dos torturadores ou das elites sangrentas; está mais na sua cordialidade. O mal nos engana, no Brasil. Aqui, o perigo é o Bem.

Isso é que nos ameaça e interessa e não mais as ossadas do Araguaia. Encanemos os fascistas d'antanho, mas cuidemos dos fascistas de hoje.

Fonte: O Estado de S. Paulo / O Globo/ Jornal do Commercio (PE)

José Casado: Sem ideias e sem coragem

A oito meses da eleição presidencial, candidatos se mostram tímidos, sem propostas objetivas, realistas, mas com uma dose de sintonia com o país imaginário

Frederico se assustou com a balbúrdia: "Mãe, todo mundo está virando bruxo.” Beth, a mãe, olhou ao redor. Viu uma horda saindo do supermercado com vassouras nas mãos. Havia uma liquidação e, na agonia da superinflação (83% ao mês), a moda era ser rápido na troca do salário por comida e produtos de higiene e de limpeza.

Naquele janeiro de 24 anos atrás, investir em alimentos era mais rentável do que comprar ouro: os preços da comida subiram 218%, enquanto a valorização do metal ficou em 137%.

Frederico, personagem de Miriam Leitão no livro “Saga brasileira”, pertence ao grupo de quatro em cada dez eleitores que não viveram a ditadura, como adultos, e nem a experiência surreal do tormento inflacionário — abatido no 28 de fevereiro de 1994 com o Plano Real.

Eles são donos de 50 milhões de votos, massa decisiva num eleitorado de 138 milhões. Como demostram desde junho nas manifestações de rua, sabem onde o país travou, por que parou e os compromissos necessários ao futuro.

A oito meses da eleição, no entanto, os candidatos à Presidência se mostram tímidos, sem propostas objetivas, oscilando entre o rudimentar aceno de continuidade, a insossa promissória de uma “nova política”, o panfleto da crítica vaga e a fantasia da “negociação direta com o povo”.

Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB), Eduardo Campos (PSB) e Randolfe Rodrigues (PSOL) titubeiam, sem coragem de defender, com simplicidade, propostas realistas e com uma dose de sintonia com o país imaginário, onde a democracia se organiza sobre alguma convergência entre liberalismo e a utopia igualitária.

Esse acanhamento sugere lideranças vacilantes, temerosas em ousar naquilo que é relevante para o eleitorado, cujo fastio com o modo de governar e de legislar é reafirmado a cada nova pesquisa de opinião. Poderiam se ajudar passeando os olhos pela recente pesquisa “Retratos da Sociedade”, do Ibope/CNI.

Ela contém importante massa de informações. Foram entrevistados 15.414 eleitores (48% homens, 52% mulheres) em 727 municípios, entre o último 23 de novembro e 2 de dezembro. Os resultados estão disponíveis na internet.

Ali fica claro que a ampla maioria (58%) do eleitorado considera a saúde pública o maior problema brasileiro. Afirma-se isso com tal ênfase que outras agruras do cotidiano ficam em distante segundo plano: violência (39%), drogas (33%), educação (31%) e corrupção (27%).

A sensibilidade varia, conforme a aflição comunitária. A inépcia do sistema de saúde pública é criticada com vigor no Rio Grande do Norte (73%), Distrito Federal (72%), Mato Grosso do Sul e Pará (70%). Reprovação acima da média também ocorre em Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Amapá, Mato Grosso, Espírito Santo, Ceará, Goiás, Bahia, Alagoas e São Paulo.

Deficiências na educação são mais criticadas em Sergipe (44%), Rio (41%), Bahia (39%), Rio Grande do Norte ( 36%) e Alagoas (34%).

A percepção do avanço da corrupção tem realce em Santa Catarina (41%), Paraná (36%), Roraima (35%), Rio Grande do Sul (33%) e Amazonas (32%). E também no Rio, Acre, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Maranhão (com 30%).

Esse sumário de infortúnios pode ser útil para fomentar ideias, mercadoria escassa na disputa presidencial de um país que tem 30 partidos políticos, a maioria empenhada em garantir um naco dos orçamentos de 39 ministérios.

Fonte: O Globo

Almir Pazzianotto: Leis que não pegam

Rejeito a ideia de que o Congresso Nacional é inoperante. Apesar da situação quase anárquica em que funciona e do descrédito diante da opinião pública, ali se trabalha. A semana legislativa em Brasília tem duração curta: vai de terça a quinta-feira. Segunda e sexta equivalem a pontos facultativos, salvo em casos excepcionais, quando se trata de assunto de interesse do Executivo, ou diz respeito aos legisladores. A produção não é pequena diante da carga reservada, pela Constituição, ao Congresso, à Câmara dos Deputados, ao Senado.

Aos estados e municípios a Lei Superior confere competências residuais, o que explica, mas não justifica, a onerosa inoperância das assembleias legislativas e câmaras de vereadores. A vastidão das atribuições, aliada ao despreparo de alta porcentagem de membros do baixo clero — coadjuvantes e figurantes nas tragédias e comédias integrantes das pautas de trabalho — resulta em elevada quantidade de leis surrealistas e ineficazes, aprovadas com estardalhaço, mas de resultados pífios.

Vamos a exemplos. Começo pelo Estatuto do Desarmamento, imaginado por pequeno grupo de fanáticos como solução para o combate à criminalidade. O resultado da medida asnática não é desconhecido: homens de bem, pais de família, trabalhadores, proprietários rurais, entregaram ou tiveram armas de pequeno calibre e reduzida eficácia apreendidas por zelosos delegados de polícia. À margem da lei, facínoras de alta periculosidade continuam a se abastecer no mercado paralelo, onde adquirem, sem burocracia, pistolas, revólveres, rifles, carabinas, submetralhadoras, metralhadoras, dinamite, lançadores de granada.

Não bastasse o armamento tradicional, delinquentes mascarados e sem máscaras, travestidos de manifestantes, fazem uso de artefatos como rojões, morteiros, facas, barras de ferro, bastões de madeira e bombas de fabricação caseira, conhecidas como coquetéis molotov, ocultos em inocentes mochilas, com os quais atacam, ferem e matam, como ocorreu com o cinegrafista da Bandeirantes. O Estatuto do Desarmamento é resultado de fraude discutida, votada e aprovada, sem que o Poder Legislativo se apercebesse de que atuava em benefício do crime, inorganizado ou organizado, que agride pessoas, propriedades e, agora, se volta contra o Estado democrático.

A Lei Maria da Penha é outro caso de legislação ingênua, divorciada da multifacetada realidade característica do país. Talvez tenha servido para tornar público o que ocorria dentro de casa. Por ausência de polícia preventiva e eficiente, e Judiciário ágil e severo, mulheres e crianças continuam a ser vítimas de sádicos. São constantes casos das que, ao denunciarem agressões, são instruídas para retornar à casa, onde continuarão sendo espancadas e mortas.

Não poderia faltar a referência ao Estatuto do Torcedor. Nesse caso, o Legislativo ultrapassou os limites. Sonharam deputados e senadores que bastaria a letra da lei para que os estádios e campos de futebol se convertessem em santuários de meditação, escolas ou mosteiros, onde pessoas inocentes, de elevado nível educacional e cultural, iriam conviver como pacíficos expectadores de partidas de futebol, disputadas entre cavalheiros dotados de elevado senso moral e espírito desportivo.

Francamente, são raras as partidas em que vândalos, rotulados de torcidas organizadas, não entrem em confronto, antes, durante e depois do jogo, com mortos e vítimas levese graves. Para culminar, a polícia ostensiva teve a autoridade reduzida a ponto de ser praticamente suprimida. Quando agredida, sente-se impedida de reagir. Se os policiais, em nítida inferioridade numérica, se defendem, serão fotografados, filmados, gravados e terão a imagem exposta, como bando sem hierarquia e disciplina. A horda perdeu o respeito e se considera no direito de agredir civis, soldados e oficiais.

Levamos, para além de limites extremos, o direito de ir e vir e de livre manifestação. Para tudo se recorre à Constituição. O trafico de drogas é feito a céu aberto nas ruas, em nome da proteção ao usuário, visto como coitado, doente e dependente da proteção. Impotente, o policial assiste, pois recebeu instruções para não reprimir. País em que a legislação penal é leniente, a Justiça tardia e a polícia perdeu autoridade, caminha para a anarquia. Desenha-se cenário ideal para que extremistas alimentem projeto de desmoralização da democracia, como primeira etapa da tomada do poder.

Almir Pazzianotto, advogado, foi ministro do Trabalho e presidente do TST

Fonte: Correio Braziliense

Em represália ao PT, PMDB-RJ pode apoiar Aécio

Luciana Nunes Leal

Em resposta à candidatura do senador Lindbergh Farias (PT) ao governo do Rio de Janeiro, o PMDB-RJ deverá aprovar em convenção estadual a rejeição à reeleição da presidente Dilma Rousseff e o apoio ao tucano Aécio Neves. O presidente regional do partido, Jorge Picciani, disse nesta segunda-feira, 24, que a proposta é apoiada pela maioria dos integrantes da legenda com voto na convenção.

Segundo Picciani, a candidatura de Lindbergh inviabiliza o apoio do PMDB-RJ a Dilma, porque o partido não aceita palanque duplo para a presidente. Lindbergh foi lançado candidato no último sábado, 22, com festa na quadra da escola de samba Salgueiro. O candidato do PMDB à sucessão do governador Sérgio Cabral é o vice, Luiz Fernando Pezão, que assumirá o governo no dia 3 de abril.

Apesar da movimentação do comando estadual do partido para deixar Dilma e apoiar Aécio, Cabral e Pezão tornaram público o apoio à reeleição da presidente.

O presidente do PMDB-RJ disse que a convenção fluminense está marcada para junho, mas poderá ser antecipada, para formalizar logo o apoio a Aécio. "Eu sempre disse que sou contra a tese do palanque duplo. Nós sempre defendemos a reeleição da presidente Dilma, mas, se não houver reciprocidade no Rio, com apoio do PT a Pezão, vou encaminhar contra o apoio a Dilma. Minha posição é afunilar o mais rapidamente para a candidatura de Aécio Neves. Essa posição é amplamente majoritária entre os que votam na convenção do PMDB do Rio", afirmou Picciani.

"Vou botar em votação este encaminhamento e, se for aprovado, não volto mais atrás. Mesmo que o Lindbergh desista de concorrer, não vamos mudar a decisão", disse o dirigente peemedebista. Picciani afirmou que a rejeição ao palanque duplo também vale para Aécio e, se o PMDB fechar com o PSDB, espera que o candidato tucano à Presidência da República faça campanha apenas ao lado de Pezão. "O governador Aécio tem todo direito de buscar candidatos e um palanque no Rio. Se o PMDB do Rio, de forma majoritária, optar pelo apoio a ele, acredito que ele conduzirá o PSDB para nossa aliança", declarou.

Coordenador da campanha de Pezão, Picciani disse que tem evitado tratar da retirada do apoio a Dilma com Cabral e Pezão, já que eles apoiam a presidente. "Vou aguardar o tempo deles", afirmou.

Com 15% dos votos, o PMDB-RJ deverá votar em peso contra o apoio a Dilma também na convenção nacional, apesar de o vice-presidente Michel Temer ser do partido. Picciani reconhece, porém, que "não quer dizer que será decisivo" e a tendência do PMDB nacional é manter a aliança com Dilma.

Cabral deverá ser candidato ao Senado, mas a formação final da chapa de Pezão dependerá dos acordos com outros partidos, segundo Picciani. Outra opção é ser candidato a deputado. "A candidatura inamovível é a de Pezão. Cabral vai fazer o que for melhor para a candidatura de Pezão, para o partido, para o Estado. O governador é líder do partido, colocou seu nome à disposição. Ninguém tem mais preocupação com o destino do Rio de Janeiro do que Cabral", disse.

Fonte: O Estado de S. Paulo

PMDB-RJ pode apoiar Aécio

RIO DE JANEIRO – Em resposta à candidatura do senador Lindbergh Farias (PT) ao governo do Rio de Janeiro, o PMDB do estado deverá aprovar em convenção a rejeição à reeleição da presidente Dilma Rousseff e o apoio ao tucano Aécio Neves. O presidente regional do partido, Jorge Picciani, disse ontem que a proposta é apoiada pela maioria dos integrantes da legenda com voto na convenção. Segundo Picciani, a candidatura de Lindbergh inviabiliza o apoio do PMDB-RJ a Dilma, porque o partido não aceita palanque duplo para a presidente. Lindbergh foi lançado candidato no sábado, com festa na quadra da escola de samba Salgueiro.

O candidato do PMDB à sucessão do governador Sérgio Cabral é o vice, Luiz Fernando Pezão, que assumirá o governo em 3 de abril. Apesar da movimentação do comando estadual do partido para deixar Dilma e apoiar Aécio, Cabral e Pezão tornaram público o apoio à reeleição da presidente. O presidente do PMDB-RJ disse que a convenção fluminense está marcada para junho, mas poderá ser antecipada, para formalizar logo o apoio a Aécio. "Eu sempre disse que sou contra a tese do palanque duplo. Nós sempre defendemos a reeleição da presidente Dilma, mas, se não houver reciprocidade no Rio, com apoio do PT a Pezão, vou encaminhar contra o apoio a Dilma. Minha posição é afunilar o mais rapidamente para a candidatura de Aécio", afirmou Picciani.

Picciani afirmou que a rejeição ao palanque duplo também vale para Aécio e, se o PMDB fechar com o PSDB, espera que o candidato tucano à Presidência da República faça campanha apenas ao lado de Pezão. "O governador Aécio tem todo o direito de buscar candidatos e um palanque no Rio. Se o PMDB do Rio, de forma majoritária, optar pelo apoio a ele, acredito que ele conduzirá o PSDB para nossa aliança", declarou.

Coordenador da campanha de Pezão, Picciani disse que tem evitado tratar da retirada do apoio a Dilma com Cabral e Pezão, já que eles apoiam a presidente. "Vou aguardar o tempo deles", afirmou. Com 15% dos votos, o PMDB-RJ deverá votar em peso contra o apoio a Dilma também na convenção nacional, apesar de o vice-presidente Michel Temer ser do partido. Picciani reconhece, porém, que "não quer dizer que será decisivo" e a tendência do PMDB nacional é manter a aliança com Dilma.

Cabral deverá ser candidato ao Senado, mas a formação final da chapa de Pezão dependerá dos acordos com outros partidos, segundo Picciani. Outra opção é ser candidato a deputado. "A candidatura inamovível é a de Pezão. Cabral vai fazer o que for melhor para a candidatura de Pezão, para o partido, para o estado. O governador é líder do partido, colocou seu nome à disposição. Ninguém tem mais preocupação com o destino do Rio de Janeiro do que Cabral", disse.

"Boquinha". Picciani reclamou dos ataques de Lindbergh ao governo Cabral e ironizou a saída do PT do governo do estado, depois de sete anos de aliança. O PT tinha duas secretarias, de Meio Ambiente e de Assistência Social e Direitos Humanos, entregues no mês passado. "Foi difícil para eles sair da boquinha, foi uma decisão sofrida", provocou. "Eles vêm batendo muito em nós e nós não fazemos isso com o governo Dilma", disse o dirigente peemedebista.

Ataques à economia
A cerimônia de lançamento da candidatura ao governo de Pernambuco do secretário da Fazenda, Paulo Câmara (PSB), serviu também para uma série de alfinetadas à presidente Dilma Rousseff, provável adversária do governador Eduardo Campos (PSB-PE) na eleição presidencial de outubro. Ontem, no Recife, em um auditório lotado de prefeitos, vereadores, líderes partidários e pessoas passando mal de tanto calor, Campos afirmou que o Brasil cresceu somente até 2010, último ano do governo do ex-presidente Lula. "Hoje, o Brasil vive, há três anos, com um baixo crescimento econômico, metade do que cresce a América Latina e metade do que cresce o mundo, diferente do período anterior", disse o governador.

Fonte: Estado de Minas

Campos oficializa candidato do PSB ao governo de Pernambuco

Anúncio do secretário estadual da Fazenda, Paulo Câmara, encerra disputa interna pela vaga

Ângela Lacerda

RECIFE - O governador de Pernambuco e provável candidato à Presidência, Eduardo Campos (PSB), oficializou na tarde desta segunda-feira, 24, o candidato à sua sucessão. O evento foi organizado de forma a demonstrar unidade depois de ter que aparar arestas junto a correligionários que queriam disputar o governo mas foram preteridos em favor do secretário estadual da Fazenda, Paulo Câmara. O deputado federal Raul Henry, do PMDB, será o candidato a vice. Câmara, de 42 anos, é um novato na política e pouco conhecido entre os pernambucanos. Foi o ungido para representar a "nova política" pregada pelo seu "líder maior", como se dirigiu a Campos. "Sei muito bem como as coisas funcionam, sei o que deve ser feito e estou pronto para a missão", discursou Câmara, ressaltando seu currículo no serviço público. Concursado do Tribunal de Contas do Estado, ele ocupou três secretarias no governo Campos desde 2007.

O evento contou com a presença de postulantes à candidatura do PSB ao governo.
O ex-ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, por exemplo, já havia declarado abertamente seu desejo de ser o candidato ao governo - assim como o fez o vice-governador João Lyra. Ao discursar, Bezerra Coelho, que será candidato ao Senado, pôs um ponto final na discussão ao destacar que os sonhos e projetos pessoais se subordinaram a um projeto maior, de interesse coletivo.

João Lyra, que nos bastidores havia ameaçado não ir ao evento, compareceu e foi lembrado em todos os discursos realizados. Ele não discursou.

Em seu discurso, Eduardo Campos voltou a fazer críticas à política econômica do governo federal, que, segundo ele, tem derretido os fundamentos macroeconômicos e aumentado taxas de juros "mesmo diante do baixo crescimento da economia".

De acordo com o governador, o maior desafio que se apresenta no País é aproximar o povo do Estado brasileiro, "o Brasil real do Brasil oficial". Frisou que em 2013 o povo foi às ruas por melhor educação, saúde, transporte, mobilidade, pedindo que os serviços públicos tenham a qualidade dos novos estádios de futebol.

Campos reconheceu o "apoio importante do presidente Lula" a Pernambuco e considerou "importante a sua coragem de inovar", mas destacou a sua própria "determinação e o gosto de fazer pelo povo, olhando para o futuro" para realizar uma gestão que tem aprovação maciça da população.

Emocionado e com voz embargada, ele citou o avô Miguel Arraes, que morreu em 2005, e lembrou que a renovação na política só acontece quando há o apoio necessário dos mais velhos. "Na campanha de 2006 eu tive uma pessoa de cabeça branca para me asseverar, naquela altura eu já não tinha a companhia do dr. Arraes", afirmou referindo-se ao escritor e secretário da assessoria do governo, Ariano Suassuna, presente ao evento.

"Eu não o decepcionei", disse a Ariano, ao afirmar ter cumprido as promessas feitas a ele então. "E digo a todos, eu assevero Paulo Câmara, eu garanto por Paulo Câmara", disse sob aplausos em um auditório lotado em um hotel da zona sul do Recife. "E eu vou lhe ajudar". Campos pediu aos correligionários e militantes total engajamento na campanha de Câmara, "zelando pelo que construímos juntos em Pernambuco".

Fonte: O Estado de S. Paulo

Apoio antecipado de 13 partidos

Condutor de uma ampla aliança política que sustenta sua gestão, o governador Eduardo Campos (PSB) conseguiu reunir, no lançamento da candidatura do seu novo afilhado político, Paulo Câmara (PSB), 13 legendas que já sinalizam para o apoio à candidatura socialista. Estiveram presentes PMDB, PR, PPL, PTN, PTC, PDT, PCdoB, PSDB, PSD, PV, PPS e Solidariedade, além de fundadores da Rede no Estado. Apesar de fazer parte do PP, que lançou Michele Collins ao governo estadual, Ana Cavalcanti também participou do evento.Mesmo com as Executivas nacionais do PDT e PCdoB sinalizando para o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), as duas legendas confirmaram que em Pernambuco estarão no palanque de Câmara. Presidente estadual do PDT, o prefeito José Queiroz disse a maioria da sigla deseja apoiar o socialista.

"Nosso apoio está declarado. Manifesto a posição de uma esmagadora parcela do partido. É um sentimento geral (apoiar) a eleição de Câmara. Quanto à nacional, tenho certeza que o PDT vai compreender essa posição no Estado", declarou Queiroz. A mesma posição foi externada pelo presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Uchoa, que disse que estará com Câmara "dia e noite".

O presidente estadual do PCdoB, Alanir Cardozo, reforçou a posição da deputada federal Luciana Santos, que, ao JC, revelou que o partido seguirá com o PSB no Estado. Alanir explicou que a posição nacional já está definida, mas que as realidades locais precisam ser analisadas isoladamente. Como exemplo, ele destacou que o candidato ao governo do Maranhão, Flávio Dino, terá o apoio do PSB neste ano, enquanto o PT ainda não confirmou a aliança.

"Temos uma posição clara. Apoiamos essa chapa que está sendo apresentada", frisou Alanir Cardozo. (J.O.)

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

'Vamos ter palanque no Rio', diz Campos

Luciana Nunes Leal

O governador de Pernambuco e pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, disse nesta segunda-feira, 24, que trabalha para formar, no Rio, "uma ampla frente política e social que demonstre a indignação do Estado e da cidade, que está posta às claras" e que espera ter um único candidato a governador.

Campos disse que é preciso "aproximar o Estado do Rio da sociedade". "Vamos ter um palanque. Não vamos colocar nosso candidato no segundo turno lançando várias candidaturas", afirmou. O governador citou como possibilidades a candidatura do deputado Alfredo Sirkis, do PSB, ou o apoio ao pré-candidato do PROS, Miro Teixeira.

Campos esteve no Rio para uma fazer uma palestra para empresários, na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro. O governador conta com a votação expressiva de sua futura candidata a vice, Marina Silva, teve no Rio, na disputa presidencial de 2010, para ganhar visibilidade no terceiro colégio eleitoral do País. Tanto Miro quanto Sirkis são próximos de Marina.

Fonte: O Estado de S. Paulo

No Rio, Campos diz que PSB ainda não bateu o martelo sobre candidatura de Romário ao Senado

Presidenciável afirmou que decisão será conjunta entre o partido e o deputado

Juliana Castro e Leticia Lins

RIO — Pré-candidato à Presidência pelo PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, disse nesta segunda-feira que ainda não foi batido o martelo sobre a chapa do partido para as eleições no Rio. Na semana passada, a informação que saiu da reunião da Executiva nacional da sigla era de um acerto para apoiar o deputado Miro Teixeira (PROS) ao governo do estado, com o deputado federal Romário (PSB) para o Senado.

- Não batemos o martelo. Conversamos com Romário há uns 15 dias. Todas as pesquisas têm colocado o Romário muito bem ao Senado. Esse é um debate que ele vai travar conosco - afirmou Campos. - No que ele entender que deve ser candidato, vai ter o apoio do partido.

Campos está no Rio para um encontro com empresários na Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan). Em entrevista coletiva antes do evento, o presidenciável disse que até 15 de março o partido terá um levantamento da situação de cada um dos estados.

O governador comentou, mais uma vez, as especulações de que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, poderia se filiar ao partido.

- Abrir um debate e, sobretudo fazê-lo pela imprensa enquanto ele não anunciou ao país essa decisão (de se filiar), eu acho que não devo fazer isso - declarou.

Ao comentar a situação do governador Sérgio Cabral após os protestos, Campos afirmou que não fica feliz em ver o estado nesta situação e que torce para que melhore.

Campos acusa Dilma de ‘derreter’ fundamentos macroeconômicos
Mais cedo nesta segunda-feira, em Recife, Campos anunciou em evento a pré-candidatura de Paulo Câmara ao governo de Pernambuco. Câmara terá o deputado federal Raul Henry (PMDB-PE), como vice. Para o senado, o candidato deverá ser o ex-ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB). Ex-opositor de Campos, o senador Jarbas Vasconcellos (PMDB) ratificou que não disputará a reeleição.

Ao falar por quase meia hora - discurso mais longo que o do pré-candidato ao governo - Campos elogiou o ciclo de estabilização econômica implantado no governo Itamar Franco, referendado por Fernando Henrique Cardoso e continuado pelo ex-presidente Lula. Mas advertiu:

- O Brasil vive há três anos um baixo crescimento econômico, metade da América Laina e metade do crescimento do mundo. Estamos a cada dia vendo mais a vulnerabilidade dos fundamentos macroeconômicos

Fonte: O Globo

Tensão com os líderes

Grasielle Castro

Durou pouco o clima de cooperação entre o Planalto e os parlamentares. Ontem, os líderes da base na Câmara voltaram a se reunir com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, para tentar recolocar o carro nos trilhos. Mas nem as três horas de reunião, que contou ainda com os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e do Planejamento, Miriam Belchior, o presidente em exercício, Michel Temer, além de líderes de partidos da oposição, foram capazes de conter os ânimos. A principal reclamação continua a ser o jeito com que a presidente Dilma Rousseff conduz a articulação política. Apesar de Ideli garantir que o único rompimento de diálogo que houve foi devido ao recesso, os deputados prometem continuar irredutíveis.

As negociações com o principal partido aliado, o PMDB, devem continuar travadas, e a ameaça de um bloco paralelo de aliados segue iminente. Ao cobrar a presença do líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), nas reuniões de colegiado, Mercadante ouviu que a decisão é da própria bancada. Cunha afirmou que vai se manter distante. Uma das principais queixas do líder é a relatoria do projeto que cria o Marco Civil da Internet. De acordo com Ideli, o pedido de urgência não será retirado e, se for preciso, o governo colocará a proposta para votação mesmo sem acordo. Também coube ao ministro da Casa Civil criar outro clima de tensão na reunião. Foi o ministro que disse ao líder do Pros, Givaldo Carimbão (AL), que o governo não tem como acomodar todos os aliados em cargos e ministérios.

Em meio ao clima de insatisfação, Temer tentou costurar um acordo de uma pauta viável para votação. Ainda assim, nada foi fechado. Os líderes participarão de outra reunião para decidir o que fazer. Enquanto isso, o governo promete azeitar a relação. De acordo com o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), cerca de 13 ministros das áreas com grande volume de obras de políticas públicas, como Saúde e Educação, comparecerão à liderança para atender a demanda dos parlamentares. Em outra frente, Ideli acrescenta que o Planalto retomará o ritmo que teve no ano passado. Ela ressalta que, após as manifestações de junho, a presidente melhorou a relação com o Congresso e, em um mês, chegou a receber os líderes até três vezes. "O que todos os partidos querem é que a gente estreite melhor a relação até porque o ano legislativo é muito curto", resumiu a ministra.

Fonte: Correio Braziliense

Lula teme cenário desfavorável a volta

Cristiane Agostine, Fernando Exman e Alex Ribeiro

SÃO PAULO, BRASÍLIA e BRUXELAS - A mais recente pesquisa Datafolha tem potencial para alimentar a campanha pelo retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à disputa eleitoral. Não bastassem os recados de insatisfação com o modo de a presidente Dilma Rousseff governar, enviados por políticos e empresários, a sondagem captou dados capazes de fundamentar os argumentos dos integrantes da aliança governista mais pragmáticos ou receosos de perder o poder. Lula tem a menor rejeição entre os pré-candidatos e aparece como mais competitivo contra o senador Aécio Neves (PSDB) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).

No Instituto Lula, no entanto, a leitura foi outra. O cenário eleitoral atual é visto como pouco favorável à candidatura do ex-presidente, que prefere atuar neste momento como "bombeiro" na relação tumultuada de Dilma com aliados e empresários a arriscar seu capital político em uma disputa com grande chance de derrota.

Apesar de Lula aparecer mais bem posicionado do que Dilma, o ex-presidente tem intenção de votos estável. A intenção de votos do ex-presidente teve ligeira queda, dentro da margem de erro, e manteve o patamar da pesquisa anterior. O entendimento de Lula é que a queda na avaliação do governo Dilma e na intenção de votos da presidente também deverá afetar sua intenção de votos.

A pesquisa mostra que o desejo por mudança é forte: 67% dos entrevistados querem que o próximo presidente tenha ações diferentes do atual governo. No entanto, a oposição ainda não conseguiu atrair a maioria desses eleitores, que veem Lula e Dilma como os que poderão trazer novidades. O ex-presidente aparece como o mais preparado para realizar as mudanças que o país precisa, com 28%, seguido por Dilma, com 19%.

A avaliação que o ex-presidente tem feito a aliados é que o cenário eleitoral não está consolidado e que as eventuais candidaturas do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, e da ex-senadora Marina Silva (PSB) na disputa poderão captar essa insatisfação. Na pesquisa, Barbosa aparece em terceiro lugar na lista dos que podem trazer mudanças ao país, com 14%, seguido por Marina, com 11%.

Pesam contra uma eventual candidatura de Lula a conjuntura doméstica e internacional menos favorável e os já esperados protestos na Copa - que poderão afetar não só a imagem de Dilma quanto a do ex-presidente. Diante do atual cenário político e econômico, Lula considera que se lançar sem a perspectiva concreta de vitória pode prejudicar o PT nas próximas eleições. No quadro eleitoral mais pessimista, a tese defendida é que se for para perder, que seja com Dilma. Lula se preservaria para 2018.

O ex-presidente tem se dedicado às articulações da campanha de reeleição de Dilma e reforçou as conversas com o PT, para construir palanques à presidente.

A pesquisa Datafolha à frente de seu antecessor na intenção espontânea de voto e aparece como a grande favorita para se reeleger. Na pesquisa espontânea para a eleição presidencial, 22% dos entrevistados citaram Dilma e 4% lembraram de Lula. Nas duas pesquisas anteriores, do fim de novembro e de outubro, Lula foi citado por 5% e 6%, respectivamente, enquanto Dilma foi lembrada por 22% e 17% dos entrevistados.

Em meio às especulações sobre quem será o pré-candidato do PT à sucessão presidencial, Dilma afirmou ontem não ter conflitos com Lula. "Acho que vocês [imprensa] podem tentar de todas as formas criar qualquer conflito ou qualquer barulho, ou ruído, entre mim e o [ex] presidente Lula que vocês não vão conseguir. Mas eu e o [ex] presidente Lula não temos conflito, não temos divergências passíveis, a não ser as normais", disse a presidente, em entrevista coletiva, depois de participar de encontro empresarial em Bruxelas.

Fonte: Valor Econômico

Fogo amigo faz coro ao "Volta, Lula!"

Aliados, empresários e representantes de movimentos sociais aceleram o processo de fritura da candidatura de Dilma à reeleição e defendem que o ex-presidente concorra a um novo mandato ao Planalto

Paulo de Tarso Lyra e Paulo Silva Pinto

Apesar de liderar as pesquisas de intenção de voto, que a apontam como favorita a vencer as eleições de outubro em primeiro turno, a presidente Dilma Rousseff passa por um processo lento e gradual de fritura que coloca em dúvida, na cabeça dos incendiários, se ela terá fôlego para reeleger-se para mais quatro anos. Os ataques não vêm da oposição, como era de se esperar. Mas de petistas, peemedebistas, outros integrantes da base aliada, empresários e representantes de movimentos sociais.

Unidos, eles imploram para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva abra mão da aposentadoria e se apresente como o candidato do PT ao Palácio do Planalto. Até o momento, Lula tem rechaçado todas essas iniciativas. Incomodada, a presidente teve de responder sobre o tema durante sua viagem a Bruxelas. "Acho que vocês podem tentar, de todas as formas, criar qualquer conflito ou qualquer barulho, ou ruído, entre mim e o presidente Lula, que vocês não vão conseguir. A imprensa é livre e tem direito de expressão, mas eu e o presidente Lula não temos conflito, não temos divergências passíveis, a não ser as normais", assegurou Dilma.

O ruído é muito maior entre Dilma e os aliados, do que entre ela e o ex-presidente. Não há uma semana em que não tenha pelo menos um político ou empresário batendo às portas do Instituto Lula para reclamar. "Eu estive lá na semana passada para me queixar com ele", admite um cacique do PMDB. Ele acredita que as insatisfações que estão sendo cultivadas por Dilma ameaçam a governabilidade e a própria reeleição.

Para esse peeemedebista, a presidente precisa se esforçar para vencer a disputa em primeiro turno, porque, se a eleição for para um segundo round, a pressão das mídias sociais, da imprensa tradicional, os descaminhos econômicos e a sintonia cada vez maior entre os oposicionistas, senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), poderão selar a derrota do PT. Questionado o que mudaria dentro do cenário atual se Lula, e não Dilma, fosse o candidato, esse interlocutor afirmou: "Com Lula, vamos de coração. Com Dilma? Bem, com ela, viramos o rosto de lado e vamos", comparou.

Um petista que se sente desamparado pela presidente afirma que os sinais confusos emitidos pelo Planalto reforçam o desejo de mudança de comando na campanha eleitoral. Ele lembra que Dilma, no início do governo, abriu guerra contra os juros altos e esses se tornaram, agora, a única ferramenta de combate à inflação. Também, segundo esse petista, promoveu uma faxina ética na Esplanada, viu-se obrigada a trazer todos os partidos de volta ao governo e hoje não consegue sequer montar uma equipe ministerial para encerrar o primeiro mandato. "Lula nomeou-a como a mãe do PAC. Ele queria que ela se dedicasse às obras de infraestrutura e educação, mas Dilma acabou apostando na faxina e no combate à pobreza. Não fez nem uma coisa nem outra", completou o parlamentar.

Pibinho
Conforme o Correio revelou em 13 de fevereiro, empresários e banqueiros também cogitam a hipótese de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser o candidato petista ao Planalto neste ano no lugar da presidente Dilma Rousseff. Em viagem a Nova York há duas semanas, Lula manteve vários encontros com investidores, nos quais foi instado a assumir a candidatura do PT. Com todos que lhe apresentaram o tema, ele desconversou. A iniciativa de defender a volta do ex-presidente ainda é de uma minoria. Grande parte dos empresários considera a hipótese de troca de candidatura desejável, mas improvável, exceto em uma situação de crise econômica e política aguda nos próximos meses.

O mau humor do mercado com o governo Dilma se deve à avaliação de que as mudanças na política econômica em relação ao governo anterior foram negativas. Em vez de incrementar a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), como desejava a presidente, o crescimento encolheu e está na menor média em 20 anos — apenas 1,8% por ano desde 2011. Mesmo com esse ritmo fraco, a inflação se mantém próxima do teto da meta, de 6,5%, e o rombo das contas externas é o maior da história.

Empresários e banqueiros que têm liderado o movimento "Volta, Lula!", lista que inclui o presidente da Cosan, Rubens Ometto, não contam com mudança radical na política econômica caso o plano da eleição do ex-presidente se concretize. Mas esperam, ao menos, recuperar o diálogo com o Planalto. O discurso de Lula não impediu, porém, de ouvir de um empresário próximo o risco de insistir no atual projeto de governo. Em meio a um restrito grupo, esse industrial disparou para o ex-presidente: "Seu maior erro até hoje foi eleger Dilma. Mas será um erro ainda maior reelegê-la".

O Planalto garante que a presidente está mudando o seu perfil, conversando mais com os empresários e abrindo espaço na agenda para os partidos políticos. Interlocutores reconhecem que, ao contrário de Lula, Dilma tem menos paciência para "salamaleques" com parlamentares. Mas que vai intensificar esse perfil. "Por ser um ano eleitoral, é claro que ela terá de atender as demandas que chegarem a ela", disse um auxiliar da presidente.

Fonte: Correio Braziliense

Plano Real: Sessão solene no Senado para comemorar 20 anos

BRASÍLIA (DF) – O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, e os deputados federais Mendes Thame (PSDB-SP) e Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) sugeriram que o Plano Real seja comemorado com uma sessão solene no Congresso Nacional nesta terça-feira (25) às 11h. A sessão ocorrerá no plenário do Senado.

Participarão da sessão o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e integrantes da equipe que elaborou e implantou o Real, como o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco e Elena Landau.

O Plano Real é apontado, por especialistas, como a medida econômica mais ampla efetivada no país com o objetivo de controlar a hiperinflação.

Foram utilizados instrumentos econômicos e políticos para a redução da inflação que superou a marca de 40% ao mês em junho de 1994. O programa foi elaborado por uma equipe de especialistas sob o comando de Fernando Henrique Cardoso

Dilma afirma que não há ‘ruídos’ na relação com Lula

Presidente rebate especulação sobre críticas do antecessor à sua gestão e diz que imprensa não vai conseguir ‘criar conflito’ entre eles

Andrei Netto e João Domingos

Enviado especial a Bruxelas e Brasília - A presidente Dilma Rousseff negou nesta segunda-feira, 24, em Bruxelas, na Bélgica, que seu antecessor no Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva, esteja manifestando insatisfação sobre seu governo a interlocutores políticos e empresariais. Conforme a presidente, Lula "não comentou" nenhum tipo de divergência, nem na gestão econômica do País, nem na articulação política do governo federal.

As negativas foram dadas pela presidente em entrevista coletiva durante a reunião de cúpula Brasil-União Europeia. Falando a jornalistas brasileiros, a presidente foi indagada sobre as supostas divergências com Lula e negou qualquer ruído entre ela e seu antecessor.

"Vocês podem tentar de todas as formas criar conflito, ruído ou barulho entre mim e o presidente Lula, mas vocês não vão conseguir", afirmou.

Sorrindo, em tom de ironia, a presidente contemporizou a seguir. "A imprensa é livre e tem direito de expressão", disse, reiterando: "O presidente Lula e eu não temos conflito, não temos divergências passíveis… a não ser as normais", garantiu.

Questionada se Lula teria feito algum tipo de crítica ou comentário com ela, a presidente respondeu, encerrando o assunto: "Nunca comentou comigo".

Conforme reportagem do jornal Folha de S.Paulo desta segunda, o ex-presidente estaria manifestando a seus interlocutores políticos e no meio empresarial que Dilma precisaria mudar os rumos da condução da economia e substituir nomes, assim como melhorar as relações com a base aliada no Congresso. Segundo a reportagem, Dilma estaria "divorciada" das classes política e empresarial.

Validade. Lula também teria usado a expressão "validade vencida" para se referir à política econômica do governo, o que no longo prazo poria a perder os ganhos sociais alcançados com a chegada do PT ao poder.

Apesar das críticas, o ex-presidente não consideraria a gestão de Dilma como fracassada, nem teria a intenção de substituir Dilma nas eleições de outubro.

Foi em meio a rumores do gênero que Lula "lançou" Dilma à reeleição, em fevereiro de 2013. Ele usou a festa de aniversário do PT para confirmar que ela seria a candidata à reeleição.

Campos. Nesta segunda, no Rio, o governador de Pernambuco e pré-candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, disse que trabalha para formar "uma ampla frente política e social que demonstre a indignação do Estado e da cidade, que está posta às claras".

"Vamos ter um palanque", afirmou o governador, que citou como possibilidades a candidatura do deputado Alfredo Sirkis, do PSB, ou o apoio ao pré-candidato do PROS, Miro Teixeira. Campos conta com a votação expressiva que sua futura candidata a vice, Marina Silva, teve no Rio, na disputa presidencial de 2010, para ganhar visibilidade no terceiro colégio eleitoral do País. Tanto Miro quanto Sirkis são próximos de Marina.

Mais cedo, em Pernambuco, ele informou a aliados que vai deixar o governo do Estado dia 4 de abril - data-limite para quem pretende disputar a eleição em outubro. A intenção de Campos é lançar a chapa com Marina depois dessa data, a não ser que alguma circunstância o obrigue a antecipar o anúncio.

Nesta segunda, Campos lançou oficialmente o secretário da Fazenda de Pernambuco, Paulo Câmara, à sua sucessão. O deputado Raul Henry, do PMDB, vai ocupar a vaga de candidato a vice-governador.

Colaboraram Luciana Nunes Leal e Angela Lacerda

Fonte: O Estado de S. Paulo

Matteo Renzi recebe voto de confiança do Senado italiano

Mais novo premier da História do país teve 169 votos favoráveis e 139 contrários

ROMA - O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, recebeu um voto de confiança nesta segunda-feira do Senado do país. Ele foi aprovado por 169 votos; 139 senadores votaram contra seu governo. Antes da votação, ele defendeu os cortes em impostos trabalhistas, investimentos em educação e reformas institucionais para combater os problemas econômicos.

Enfrentando o Parlamento pela primeira vez, Renzi, de 39 anos, o mais jovem premiê da Itália, expôs um programa ambicioso de mudanças num discurso de uma hora. A margem de manobra de Renzi é limitada.

- Se perdermos esse desafio, a culpa vai ser somente minha - disse ele ao Senado.
A terceira economia da zona do euro precisa urgentemente de reformas para enfrentar seu deficit público de dois trilhões de euros.

Com o apoio do seu partido, o de centro-esquerda Partido Democrático (PD), de um pequeno partido de centro-direita, de centristas e outros grupos pequenos, Renzi ganhou a votação no Senado de 320 cadeiras.

Renzi, que era prefeito de Florença, ganhou a liderança do PD em dezembro e forçou o seu rival Enrico Letta a deixar o cargo de premiê neste mês, depois de criticar repetidas vezes o governo.
Renzi ofereceu um compromisso para manter as finanças públicas em ordem, o que ele disse que é um dever que a Itália tem com os seus filhos, e não com a União Europeia (UE), e não deu muitos detalhes se o seu governo buscaria algum tipo de alívio nos estritos limites orçamentários da EU.

O premier prometeu reduzir impostos para tornar mais barato para as empresas a contratação de funcionários.

Ele não explicou como o governo compensaria a medida, mas disse que iria avaliar um aumento dos impostos sobre renda financeira para cobrir a reforma trabalhista.

As reformas do sistema judiciário seriam finalizadas em junho, e as esperadas reformas constitucional e eleitoral seriam apresentadas ao Parlamento no fim de março. Depois da votação do Senado, a Câmara dos Deputados, onde o PD tem boa maioria, vota na terça-feira.

Fonte: O Globo

Venezuela e Ucrânia são situações 'absolutamente díspares', diz Dilma

Presidente diz que não Brasil não deve intervir na situação interna de outros países e que não se pode esquecer \"ganhos reais\" trazidos pelos governos de Hugo Chávez e Nicolas Maduro

Andrei Netto

BRUXELAS - A presidente Dilma Rousseff descartou nesta segunda-feira, 24, em Bruxelas, na Bélgica, a hipótese de que o Brasil intervenha na crise política que paralisa a Venezuela e disse que o país vive uma situação "absolutamente díspar" da passada pela Ucrânia na semana passada.

As declarações foram feitas ao término da reunião de cúpula Brasil-União Europeia, realizada na capital belga. Questionada por jornalistas brasileiros sobre a situação política da Venezuela, em especial sobre o cerceamento à liberdade de imprensa - o governo de Nicolas Maduro não vem autorizando a compra de papel-jornal por jornais opositores, o que na prática ameaça a circulação dos diários -, a presidente deu a entender que o Brasil não deve se manifestar a respeito do caso. "O Brasil é um país que defende e sempre defendeu a liberdade de imprensa", limitou-se a afirmar, referindo-se à liberdade de expressão.

A seguir, Dilma afirmou que as manifestações realizadas no Brasil em junho não foram reprimidas com violência - sugerindo que o exemplo brasileiro é diferente dos casos venezuelano e ucraniano. "Temos no nosso registro um momento excepcional que foram as manifestações de junho, em que não houve nenhuma repressão", alegou, sem citar os choques entre a polícia e os manifestantes em diversas cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro. "Nós convivemos com a democracia. E quem tem democracia quer sempre mais democracia."

Só então a presidente passou a analisar a situação de Venezuela e Ucrânia. "Não podemos comparar casos absolutamente díspares. No caso da Venezuela, vemos uma situação em que houve…", disse, interrompendo seu raciocínio. "Eles têm uma história. Não cabe ao Brasil discutir o que a Venezuela tem a fazer, até porque seria contra a nossa política externa. Não nos manifestamos sobre a situação interna de nenhum país. Não nos cabe isso."

A presidente destacou ainda as supostas conquistas obtidas pelo país vizinho, sócio do Brasil no Mercosul, durante os governos de Hugo Chávez e Nicolas Maduro - sem citar os nomes dos dois presidentes. "Para o Brasil é muito importante que se olhe sempre a Venezuela do ponto de vista dos efetivos ganhos que eles tiveram nesse processo em termos de educação e saúde para o seu povo", justificou, pregando então um entendimento nacional: "Agora, acreditamos que sempre, em qualquer situação, é muito melhor o diálogo, o consenso e a construção democrática do que qualquer tipo de ruptura institucional".

Segundo Dilma, pior do que um governo contestado pode ser o vácuo de poder e o desmoronamento das instituições públicas. "Quando há o vazio político é possível que o outro ocupe, mas sempre tem um candidato que sempre tenta ocupar: o caos. Com o caos vem sempre a desconstrução econômica, social e política", afirmou.

Nesse instante, a presidente voltou a minimizar qualquer comparação entre a situação em Caracas e o caso de Kiev. "O caso da Venezuela é distinto, não é uma situação igual à da Ucrânia. Sempre tivemos dentro dos órgãos latino-americanos uma posição de dar apoio à democracia, e não vamos abandonar", disse.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Merval Pereira: Fatos e versões

Como definiu o político mineiro Gustavo Capanema, em política o que vale é a versão, não o fato. Pode-se dizer das críticas ao governo Dilma atribuídas ao ex-presidente Lula que, “se non è vero, è ben trovato”. A análise, por exemplo, de que a presidente está “bem na foto” com a população, mas divorciada dos políticos e dos empresários, é a mais pura verdade.

Tanto que ela continua sendo a preferida dos eleitores, que têm a ideia de que seu governo é melhor que o de Lula pelo menos em um ponto, a corrupção. Mas a situação econômica medíocre pode afetar o bolso do cidadão comum ainda antes de ele depositar o voto na urna.

É inegável que o ambiente político está em polvorosa, e a maioria dos aliados, incluindo aí o PT, preferia que Lula fosse o candidato. É corrente em Brasília que a base aliada preferiria vencer com o governador Eduardo Campos ou com o senador Aécio Neves a vencer com Dilma Rousseff. O que garante ao governo, por enquanto, o apoio político são as pesquisas eleitorais que anunciam a possibilidade de vitória no primeiro turno.

Poucos são, no entanto, os que levam as pesquisas a sério nesse ponto, pois nem Lula, que é Lula, conseguiu vencer as eleições que ganhou no primeiro turno. Embora favorita, a presidente Dilma enfrentará dois candidatos fortes em suas respectivas regiões, que costumavam dar a vitória ao PT.

Em outras regiões do país onde a votação em Dilma foi notável — Maranhão, Amazonas, Bahia, Ceará, Rio de Janeiro —, hoje a situação já não é tão favorável, com a base aliada em convulsão e a oposição recuperando terreno.

Em 2010, quando Dilma foi apresentada aos brasileiros pelo então presidente Lula, o candidato do PSDB José Serra liderou as pesquisas com índices em torno de 40% até maio daquele ano. Lançados os candidatos oficialmente em junho e iniciada a propaganda eleitoral em julho, os papéis logo se inverteram.

Desta vez, os dois candidatos de oposição é que serão revelados ao eleitorado a partir do final da Copa do Mundo, e têm muito campo para crescer. É claro que sempre há o risco de, conhecendo-os melhor, o eleitorado se convencer de que Dilma é mesmo a melhor candidata, mas não tem sido essa a tendência do eleitorado.

Sempre que se instala o contraditório na televisão, mesmo que o governo tenha mais tempo de propaganda que cada candidato individualmente, como é o caso agora, a oposição cresce, pois terá, em conjunto, mais tempo para as críticas e para rebater os feitos governistas.

A preocupação atribuída a Lula tem razão de ser. Se não mudar a maneira de administrar a economia, e nada indica que o fará, não há notícia boa para a presidente Dilma até a abertura das urnas. E várias ameaças terão que ser superadas, algumas delas inadministráveis, como a questão da energia.

O governo está literalmente nas mãos de Deus, dependendo das águas de março, a mesma situação em que se encontrou o governo de Fernando Henrique Cardoso em 2001. Com o agravante de que hoje existem termoelétricas em funcionamento, o que não existia, pelo menos nessa quantidade, naquela época.

É certo que a presidente Dilma terá que lidar com a tensão dentro da base aliada até a convenção de junho, quando deve ser definida como a candidata à reeleição. A partir daí, embora seja legalmente possível, é pouco provável uma substituição de candidatura. Seria uma operação de guerra tão dramática que, mesmo com a volta de Lula, a derrota ficaria mais perto só com a necessidade de admissão de que sua invenção não deu certo.

Juntamente com o fracasso do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, as duas escolhas são uma péssima referência para Lula. O sofrimento de Dilma é semelhante ao do governador Eduardo Campos, que vê Marina sempre à sua frente nas pesquisas. A diferença fundamental é que quem controla o PSB é Campos, e quem controla o PT é Lula.

Fonte: O Globo

Dora Kramer: Apagar das luzes

Na primeira sessão de julgamento dos recursos que podem mudar alguma coisa nas penas de alguns condenados do mensalão os advogados de José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino optaram por fazer a defesa política de seus clientes.

Como quem diz: já que no julgamento o Supremo Tribunal Federal não obedeceu aos parâmetros legais e que tudo não passou de uma conspirata política, utilizemos as mesmas armas.

Houve citação de pesquisas de opinião que, por apontarem a presidente Dilma Rousseff à frente dos adversários na próxima eleição, supostamente inocentavam os réus.

Um dos defensores chegou a dizer que ele e os colegas haviam se arrependido de terem feito defesas técnicas. Deveriam ter trilhado antes o caminho do manifesto. Pois sim.

Isso é bem mais fácil de dizer quando os clientes já estão condenados e nada mais pode ser feito para livrar os réus da prisão. Na fase em que ainda havia a possibilidade de absolvição o tratamento reservado aos juízes não era assim desassombrado.

Agora, quando o que não tem remédio remediado está, não seria um advogado inflamado na tribuna apontando os "erros" da Corte que iria impressionar os ministros que nesta semana prosseguem e talvez concluam o julgamento dos embargos infringentes.

Da mesma forma esses votos não alteram a realidade que teve mais um ciclo fechado com a decretação da prisão de Roberto Jefferson.

Eles podem mudar, no máximo, o regime de cumprimento das penas, mas não mudam a condição de presidiários dos condenados.

Estavam equivocadas as análises de que a aceitação por parte do STF de examinar os recursos dos que tiveram mais de quatro votos pela absolvição nos crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro significava anulação de tudo o que havia sido feito anteriormente.
Caso haja redução de penas e o benefício de regime mais brando para alguns e possibilidade de progressão para liberdade condicional mais rápida para outros, tampouco isso deve justificar gritas contra o Tribunal. É a normalidade do processo legal.

Processo este que agora está mesmo chegando ao fim. Não obstante uma pendência aqui, outra ali.

Há a investigação do Ministério Público sobre as doações para o pagamento das multas dos petistas junto à Justiça (um êxito realmente esquisito diante do fracasso de um jantar para arrecadação, feito no ano passado) e há as dúvidas sobre o uso de telefone celular por José Dirceu e privilégios dados a Delúbio Soares dentro do presídio.

As coisas já poderiam ter voltado ao normal não fosse a insistência do PT em resistir a uma situação que está resolvida. E tão mais bem solucionada para o partido estará se seus líderes e militantes desistirem dos gestos inúteis de confrontar o Supremo e agredir os fatos.

Como ao PSDB também não interessa levar o assunto mensalão ao palanque devido ao processo em que é réu o ex-deputado Eduardo Azeredo, quanto mais calmo se mantiver o PT mais distante o assunto ficará da eleição.

A menos, claro, que o ministro Joaquim Barbosa resolva, até o dia 5 de abril, entrar no jogo eleitoral.

Dados de trabalho. Mais conhecido entre os eleitores das classes A e B, o senador Aécio Neves ainda é o famoso quem para aqueles cuja renda familiar os enquadra nas categorias C, D e E.

Eles serão, claro, forte foco do PSDB daqui em diante - que também concentra esforços na faixa dos jovens entre 18 e 28 anos onde se concentram 54% do eleitorado.

De ordem legal. Só para constar: candidatos podem ser trocados até dez dias antes da data da eleição. Não há inferência política nessa informação. Apenas um lembrete de que trata a legislação em vigor.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Eliane Cantanhêde: Ajoelhando no milho

Alexandre Tombini, do BC, fez enorme esforço para convencer o G20 financeiro de que a retirada de estímulos americanos é positiva e o Brasil não só faz o dever de casa como está ótimo, firme e forte.

Tombini tem um jeitão sereno e convincente e o BC tem até saído ileso, mas não é à toa que nem Lula está satisfeito com o rumo geral das coisas, conforme reportagem de Valdo Cruz e Andréia Sadi na Folha.

O BC faz sua parte, mas a lista dos erros na economia é grande --e a das reclamações do setor privado é enorme. Como as de Lula, elas não são dirigidas a Tombini e nem só a Mantega, mas, sim, a Dilma.

Como caldo de cultura, vieram os relatórios do Fed (banco central dos EUA) e do Morgan Stanley (banco de investimento), incluindo o Brasil entre os "emergentes vulneráveis" e entre os "cinco frágeis". Justo ou injusto, é um carimbo forte.

BC e Fazenda estão umas feras, particularmente, com o Fed. Dizem que seu relatório é tecnicamente "raso" e lembram, com ironia, que o banco não previu nem a crise dos EUA. (Gente do FMI, aliás, concorda plenamente com BC e Fazenda.)

Com ou sem relatórios malvados, porém, o fato é que o Brasil vem perdendo muito em projeção e em confiança porque tropeça nas próprias pernas --além de não andar em boas companhias: os emergentes não estão com essa bola toda, e o que falar da América do Sul com a Argentina quente e a Venezuela fervendo?

Tombini admite "alguma volatilidade" depois que os EUA passaram a fechar a torneira, mas diz que o Brasil se antecipou à seca e tem recebido bom volume de capitais.

Mas o problema não é só técnico, é de percepção. Dilma não teve estratégia, cometeu sucessivos erros e está deixando bombas para estourar em 2015: remuneração das termelétricas, tarifas represadas...

Além de Tombini convencer governos e mercado, Dilma vai ter de convencer o próprio padrinho.

Fonte: Folha Online

Tereza Cruvinel: Lula e Dilma

Numa escala ontem em Manaus, a caminho de Cuba, o ex-presidente Lula chegou a pensar em divulgar uma nota negando que venha criticando o estilo da presidente Dilma em conversas com os que o procuram para reclamar dela e do governo. Desistiu, acreditando que isso poria mais lenha num ambiente político-econômico que de fato o preocupa. Eles não vão se encontrar amanhã. Ele retorna na quinta-feira, um dia depois dela, mas irá se recolher durante o carnaval em algum lugar sossegado. Qualquer conversa, só no começo de março.

Na relação pessoal, não há estremecimento com a sucessora, que ele continua chamando de Dilminha, mas ele está mesmo angustiado com o rumo que as coisas vão tomando, na relação com os atores políticos e com os agentes econômicos, que, há meses, todos sabem, o procuram para se queixar — e, se houver brecha na conversa, para fazer alguma insinuação na linha "volta, Lula". Em algum momento, disse ele na viagem, pode ter concordado com algum interlocutor, mas nunca se permitiu "ficar falando mal" de Dilma. Ela mesmo, porém, admitiu que já não "tocam de ouvido", plenamente afinados, como em outros tempos. Em Bruxelas, primeiro ela culpou os jornalistas: "Vocês podem tentar, de todas as formas, criar qualquer conflito, barulho ou ruído entre mim e o presidente Lula, mas não vão conseguir". Mas emendou: "Eu e o presidente Lula não temos divergências, a não ser as normais". Resta saber quais são, para ele e para ela.

As notícias sobre a suposta insatisfação de Lula com Dilma pipocaram na imprensa ontem, tal como na coluna de Luiz Carlos Azedo e na reportagem de Waldo Cruz e Andreia Sadi, na Folha de S.Paulo. Segundo auxiliares do ex-presidente, algumas posições ou comentários atribuídos a ele são corretos, mas outras não correspondem exatamente ao que ele tem dito. Podem ter sido distorcidas por interessados na versão. Não estaria ele, por exemplo, advogando mudanças na política econômica, que vem a ser uma continuidade da que foi implantada por ele, ao afastar-se da diretriz restritiva do governo anterior e apostar no crescimento impulsionado pelo consumo, na criação de um mercado de massas alavancado pelas políticas sociais compensatórias, os aumentos do salário mínimo e o choque na oferta de crédito, especialmente para as camadas que começaram a ter a renda ampliada.

Na sexta-feira passada, ele teve uma conversa de uma hora com Guido Mantega, que ele disse, durante o voo, nunca ter classificado como ministro da Fazenda "com prazo de validade vencido". Ele pode até achar, diz o interlocutor, que Mantega se desgastou, mas não que esteja conduzindo uma política econômica equivocada. Foi com ele na Fazenda que seu governo alcançou as maiores taxas de crescimento, depois da inflexão desenvolvimentista após a saída de Palocci. Os ajustes que defende, e teria discutido fraternalmente com Mantega, são na forma de fazer o bolo, não na receita. E isso vale tanto para a economia como para a política: as decisões precisariam ser mais compartilhadas com os atores envolvidos, coisa em que ele é mestre, criando sempre a impressão de que as medidas foram negociadas, mesmo quando não foram. Mas Dilma, e não Mantega, é que precisaria mudar.

Neste momento, a maior preocupação dele é com a deterioração crescente e clara do arranjo político que propiciou suas duas eleições e a dela em 2010. Especialmente a relação com o PMDB, que, segundo ele recomendou no ano passado, não poderia "trincar". Parece que trincou, já havendo em seu redor quem ache que a aliança, desse jeito, não está valendo a pena. Trincou porque o partido adotou postura mais conflitiva a partir da eleição de Eduardo Cunha para líder na Câmara, e porque o Planalto, de sua parte, errou na administração da nova situação. Quando o maior partido aliado chama outros oito para formarem um bloco "nem, nem" — nem governo nem oposição, vai depender de como formos tratados — a trincadura realmente é funda. O interlocutor diz nunca tê-lo ouvido recomendar a criação de um "núcleo duro", mas é certo que ele sugeriu a Dilma reunir com mais frequência, como ele fazia, o chamado conselho político do governo, composto por presidentes e líderes de todos os partidos aliados. Ela só fez isso uma vez.

Embora preocupado, Lula não está picado pela mosca vermelha do retorno. Primeiro, como diz um outro nome de seu núcleo duro atual, porque Dilma tem todo direito à recandidatura. Depois, se decidisse rifá-la para se tornar candidato, estaria dizendo ao país que errou ao indicá-la como sucessora em 2010. Ele fará, a partir de agora, movimentos mais fortes em defesa do governo dela, e mergulhará na campanha da reeleição. Mas pedirá mesmo que ela faça a parte dela, mudando no que precisa mudar. Um outro interlocutor disse ter ouvido dele: "Já falei com a Dilma, mas ela é muito teimosa". Teimosia é algo que resume bem os traços que incomodam em Dilma: centralismo, autossuficiência, voluntarismo. Se mudar já é difícil depois de certa idade, imagine-se depois de galgada tão alta posição.

Os pesos do STF
Quando Joaquim Barbosa determinou a prisão dos primeiros condenados do mensalão, negou a possibilidade de cumprirem pena nos próprios estados em que residiam, Minas Gerais e São Paulo. Foram todos removidos para Brasília, naquele avião meio sinistro da Polícia Federal. A assessoria dele explicou, na época, que um condenado pelo Supremo tem que pelo menos começar a cumprir pena na capital federal. Não foi o que aconteceu com Roberto Jefferson, ontem recolhido a um presídio do Rio. Faz parte dos pesos distintos da execução penal.

Jefferson pode dizer que cumpriu seu desígnio. Quando estourou o escândalo nos Correios, em 2005, com Maurício Marinho dizendo que pedia propina em seu nome, ele declarou, no Conselho de Ética: "Se eu for para o banco dos réus, levo muita gente comigo".

Fonte: Correio Braziliense

Diário do Poder - Cláudio Humberto

No DF, Aécio passa Dilma
O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves (MG), lidera as intenções de voto no Distrito Federal, segundo pesquisa do Instituto Dados, realizada entre os dias 10 e 17 de fevereiro. Aécio tem 22,9% das preferências do eleitor do DF, contra 21,7% de Dilma Rousseff (PT) e 8,7% de Eduardo Campos (PSB). O DF é a primeira unidade da Federação onde Aécio supera Dilma. A pesquisa do Instituto Dados, com detalhes do universo apurado e metodologia, foi registrada no TSE (nº 013/2014) e no TRE (001/2014). Para apurar as intenções de voto para presidente, no Distrito Federal, o Instituto Dados entrevistou três mil eleitores. O PSDB e o possível candidato do partido ao governo do DF, deputado Luiz Pitiman, comemoraram o desempenho de Aécio na pesquisa.

Tradição interrompida
Este ano não teve a tradicional Corrida de Bonecos de Olinda, por falta de bonequeiros. Eles queriam receber o prêmio logo após o resultado, porque, em 2013, o prefeito Renildo Calheiros (PCdoB-foto) só o pagou em setembro. O irmão de Renan Calheiros anda mal falado entre foliões.

Aliados x Dilma
Reúne-se hoje o "blocão" do PMDB e mais 8 partidos aliados decididos a cutucar o governo, nas votações na Câmara, a menos que lhes sejam oferecidos "ministérios que furem poço" e bons cargos. A reunião será realizada durante almoço oferecido pelo líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), para estabelecer a estratégia de enfrentamento do governo. Somente os líderes do PT e PCdoB não foram convidados.

Tostou geral
Particularmente obediente às vontades do líder do PMDB, o presidente da Câmara, Henrique Alves, anda muito queimado no Planalto.

Posto avançado
O PSB decidiu montar escritório de campanha de Eduardo Campos à Presidência em São Paulo, considerado estratégico.

Indefinição
O líder do PSB, Beto Albuquerque (RS), afirmou que o partido só definirá em abril a situação eleitoral de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas e Rio: "Não é hora de amarrar cavalo no obelisco".

Ação intestina
Com tantos temas na pauta, a Mesa Diretora da Câmara, presidida por Henrique Alves, discute contrato de R$ 7.965 de fornecimento de potes para exames laboratoriais de sua produção intestina, o popular exame de fezes. Lá, como se sabe, a oferta de material é sempre farta.

Vergonha
O serpentário do Itamaraty já entregou: o "comunicado conjunto", que cobriu de vergonha a diplomacia brasileira, atacando os manifestantes venezuelanos, foi obra do "bolivariano" Antonio Simões, ex-embaixador em Caracas, em parceria com o aspone Marco Aurelio Top Top Garcia.

Dançou
Subiu no telhado a indicação do presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), para substituir Aguinaldo Ribeiro (PB) no Ministério das Cidades. O partido quer o presidente livre para negociar alianças nos Estados.

Vem, também!
Novo programa da Caixa, depois de patrocinar a tentativa do MST de invadir o STF: "Minha invasão, minha vida."

Frase
“Caí de pé"
Roberto Jefferson, ex-deputado e mensaleiro confesso, antes de ser preso

Boi na linha
Não será hoje que José Dirceu vai usar o computador na Papuda. A videoconferência de hoje foi adiada pela Vara de Execuções Penais do DF, na sindicância que investiga se usou ou não de celular na Papuda.

Bico fechado
Sobre a notória farra com a verba secreta da Agência Brasileira de Inteligência, usada em gastança na loja familiar de um agente, a Abin disse que o caso é "secreto". E só quebra o sigilo por ordem da Justiça.

Fonte: Diário do Poder

Panorama político - Ilimar Franco

O foco é o Nordeste
A presidente Dilma quer que os partidos aliados fortaleçam sua posição eleitoral no Nordeste. Por isso, na reforma ministerial, ela quer nomear o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE) e aceita o senador Vital do Rego (PB). Pela mesma razão, Benito Gama (PTB-BA) está na lista. Isso explica ela ter proposto a permanência de Aguinaldo Ribeiro (PB) em Cidades ou sua substituição pelo presidente do PP, Ciro Nogueira (PI).

O que é isso, companheiro?
Os empresários brasileiros, que atuam no exterior, estão atentos à ação do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) contra os investimentos do capitalismo nacional. O tucano quer investigar os financiamentos que o BNDES concede para que empresas brasileiras lucrem em Cuba e Angola. Os dois países, segundo a diplomacia, estão abrindo suas economias. A Odebrecht, que detém 50% da construção do porto de Mariel (Cuba), é um dos alvos do tucano. Ontem, o senador entrou com ação no STF cobrando a divulgação, para o mercado, das cláusulas secretas dos empréstimos, sob pena de prática de “ato atentatório à moralidade e à transparência pública”.

“Não podemos ficar sem legislar. Na pauta de votações da Casa não há nada que quebre o equilíbrio fiscal” 
Henrique Eduardo Alves
Presidente da Câmara dos Deputados (PMDB-RN)

O queremismo
Os resultados das pesquisas nacionais, avalia o secretário-geral do PSD, Saulo Queiroz, sepultou as especulações sobre substituir a candidatura da presidente Dilma pela do ex-presidente Lula. Ele prevê estabilidade até às convenções de junho.

Na peneira
Para os socialistas, Marina Silva defende uma política rigorosa de alianças. Seu alvo é o voto dos que foram às ruas por mudanças. Por isso, ela não quer saber do apoio à reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP). E, gostaria que a senadora Ana Amélia (PP-RS) concorresse ao governo em chapa com o senador Pedro Simon (PMDB).

O perfil
A presidente Dilma pediu ao PP que indique um nome de peso político para ocupar o Ministério das Cidades. Como ela não poderá inaugurar todas as obras do Minha Casa Minha Vida, ela quer alguém que seja capaz de capitalizar.

Sem sutileza
Os petistas consideram nomeação concorrer para a vaga ao Senado que seria disputada pelo ex-governador Marcelo Déda (SE). Por isso, sua viúva, Eliane Aquino, não tem o aval do partido. O presidente do PT local, deputado federal Rogério Carvalho, atua para ser o candidato ao Senado na chapa do governador Jackson Barreto (PMDB).

Agora vai?
Os líderes governistas saíram da reunião da coordenação política no Planalto com cauteloso otimismo. Os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais) anotaram as queixas e os pedidos que ouviram.

Pescando votos
Por causa dos brasileiros no exterior, o TSE é questionado pelo deputado Otávio Leite (RJ). O tucano quer que os eleitores não registrados votem. Avalia que eles podem subir de 255 mil, nas últimas eleições, para cerca de 800 mil.

PRIVILÉGIO. Os líderes aliados cobraram mais uma vez ontem, porque só os petistas são informados de obras e anúncios nas bases eleitorais.

Fonte: O Globo