quarta-feira, 30 de outubro de 2013

OPINIÃO DO DIA – José Serra: unidade

Eu disputei a eleição passada, tive 44% dos votos e ganhamos em onze estados. É natural que eu sendo colocado em pesquisa esteja relativamente bem. Para quem nunca participou de eleição (presidencial), também é natural que tenha menos em pesquisas.

É muito difícil de prever tudo o que vai acontecer e é muito importante evitar que ocorram mal-entendidos entre as forças que são de oposição. Elas têm de estar unidas seja dentro de um partido seja de maneira suprapartidária.

José Serra, “Aécio pede tempo, enquanto Serra diz que 'muitas surpresas' ainda virão”. O Globo, 29 de outubro de 2013.

Piada do dia 1: Sarney é comparado a Ulysses Guimarães

Lula elogia atuação de aliado na Constituinte

Ricardo Della Coletta e Daiene Cardoso

BRASÍLIA - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ontem um desagravo ao senador José Sarney (PMDB-AP) por sua atuação durante a Assembleia Constituinte, período em que ele ocupou a Presidência da República. O petista o comparou ao presidente da Câmara à época, Ulysses Guimarães, considerado patrono da Constituição.

"Eu queria fazer um reconhecimento de público. Ulysses Guimarães certamente foi o símbolo dessa Constituinte, coordenou com maestria numa situação muito difícil, em que o PMDB tinha 23 governadores e 306 constituintes, e que sozinho podia fazer o que queria. Eu tenho consciência de que o senhor (dirigindo-se Sarney) não teve facilidade, muito menos moleza. Quero colocara suapresença na Presidência no período da Constituinte em igualdade de condições com o companheiro Ulysses Guimarães", disse o ex-presidente no Senado.

Dando sequência ao elogio, o petista disse que, mesmo afrontado pelo Congresso, Sarney nunca atrapalhou os trabalhos dos constituintes na época. "Em nenhum momento, mesmo quando era afrontado no Congresso, o senhor levantou um único dedo, uma só palavra para criar quaisquer dificuldades aos trabalhos da Constituinte, que certamente foi o trabalho mais extraordinário que o Congresso já viveu. (...) Por isso, presidente Sarney, já que Ulysses não está entre nós, eu quero dizer claramente que o senhor merece a minha homenagem como comportamento digno como presidente da República, de permitir que nós disséssemos aqui dentro todos os desaforos que achávamos que tínhamos direito de falar contra o senhor." Em seus oito anos de governo, Lula teve o apoio direto de Sarney no Congresso. O afago de ontem ocorre no momento em que o PT tenta fechar aliança para apoiar Flávio Dino (PC do B) ao governo do Maranhão, contrariando os interesses de Sarney.

Impetuoso. O ex-presidente disse também que na época da Constituinte era "jovem" e "muito impetuoso", anais até do que hoje em dia. E negou que o PT tenha se recusado a assinar a Constituição. "Chegamos aqui com um projeto de Constituição e com um projeto de regimento interno", afirmou.

"Não votamos favorável à Constituição (sic) porque tínhamos o nosso projeto, mas assinamos por termos participado (do processo constituinte)."

Fonte: O Estado de S. Paulo

Piada do dia 2: Lula na Constituinte, Sarney está em condição igual à de Ulysses

Agrado coincide com descontentamento do PMDB do Maranhão com o PT

Chico de Gois, Júnia Gama e Fernanda Krakqvics

BRASÍLIA- O ex-presidente Lula fez ontem um desagravo ao senador José Sarney (PMDB-AP), elogiando sua postura durante a Constituinte, quando era presidente da República, e comparando-o ao deputado Ulysses Guimarães (PMDB-SP), que presidiu os trabalhos que resultaram na Carta Magna. Lula afirmou que Sarney teve um comportamento digno no período e aproveitou para criticar a imprensa por, segundo ele, avacalhar a política.

O agrado público de Lula a Sarney ocorre num momento de descontentamento do PMDB do Maranhão com o Planalto e o PT, que resistem em apoiar o candidato de Roseana Sarney ao governo do estado. Em discurso no Senado, Lula disse que, na época da Constituinte, era muito jovem e impetuoso e reafirmou que o PT, embora tenha se posicionado contra o texto final da Constituição, por ter seu próprio projeto, a assinou porque a bancada de seu partido participou das discussões.

Após ser homenageado com medalha em comemoração aos 25 anos da Constituição de 1988, Lula disse que Ulysses coordenou com maestria os trabalhos, mas ressaltou:

— O senhor (Sarney) não teve facilidade e muito menos moleza. Sua presença na Presidência no período da Constituinte deve ser lembrada em igualdade de condições com Ulysses. Mesmo quando o senhor era afrontado no Congresso, o senhor não levantou um único dedo, ou disse alguma palavra para criar dificuldades paia a Constituinte.

À tarde, Lula recebeu outra medalha na Câmara e, mais uma vez, fez questão de enaltecer o Parlamento, "porque acredita que essa é a Casa do debate" O ex-presidente defendeu a aprovação de uma reforma política e do marco civil da internet. Os deputados do PT partiram um bolo em comemoração ao aniversário de Lula, ocorrido no último domingo. O primeiro pedaço foi oferecido para o filho de um funcionário da Câmara, de cerca de dez anos, que não aceitou. O ex-presidente ainda posou para uma foto com a bancada do PT.

A passagem de Lula pelo Congresso foi marcada por grande tumulto, com funcionários e visitantes pedindo para tirar fotos, querendo abraçar e falar com o ex presidente.

Ulysses e Sarney

Marcas distintas na história
Ulysses Guimarães e José Sarney atuaram no debate e na construção do novo texto constitucional promulgado em outubro de 1988, masa popularidade de cada um ao fim do processo indicava quão distintas foram suas atuações.

A marca que ficou de Ulysses, como presidente da Câmara e da Assembleia Constituinte, foi a do grande político, articulador e democrata, que, ao fim de dois anos, o tornou admirado em todo o país. Já do então presidente da República, José Sarney, a lembrança mais viva foi da luta que travou durante meses para aprovar na Constituinte, a qualquer custo, o mandato de cinco anos, que lhe deu um ano a mais de comando no Planalto.

Fonte: O Globo

Piada do dia 3: Lula iguala Sarney a Ulysses na Constituinte

Petista exalta atuação de ex-presidente no processo que resultou em Carta Magna de 88

BRASÍLIA - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o também ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) teve papel tão importante quanto o de Ulysses Guimarães (1916-1992) no processo que resultou na Constituição de 1988.

Durante evento ontem em comemoração aos 25 anos da promulgação da Carta Magna, Lula fez homenagem a Sarney, a quem já chegou a se referir indiretamente, nos anos 80, como o "maior ladrão" da Nova República.

"Quero colocar a sua presença na Presidência no período da Constituinte em igualdade de condições com Ulysses Guimarães", discursou Lula no Senado.

Em 1988, Sarney era o presidente da República. Ulysses presidia a Câmara e foi o principal líder político na condução do processo constituinte. Lula era líder da bancada do PT na Câmara, na época oposição ao governo e ao projeto aprovado.

Para Lula, o mérito de Sarney foi permitir a crítica. "Merece a minha homenagem pelo comportamento digno como presidente, de permitir que disséssemos todos os desaforos que achávamos que tínhamos o direito de falar."

O ex-presidente disse que a juventude deveria ler a biografia de "Getúlio, Juscelino e outras". "Possivelmente as pessoas não iriam desprezar a política e muito menos a imprensa não ia avacalhar a política como avacalha hoje."

Eventos
Os ex-presidentes vivos foram convidados. Fernando Henrique Cardoso não foi, segundo assessores, devido a uma inflamação no intestino. Fernando Collor, hoje senador, também não. À tarde, ele afirmou no Senado que seu impeachment serviu para "consolidar a Constituição".

Depois, Lula recebeu uma segunda homenagem, a medalha "Suprema Distinção", da Câmara. Em nova fala, ele disse que a Constituinte foi importante para o PT aprender que é difícil governar o país isoladamente e que o povo foi às ruas exigir "mais Estado", já que "não quer mais comer acém, quer comer contrafilé."

"O mandato na Câmara e na Constituinte nos proporcionou aprendizado inestimável. Compreendemos que o Brasil é país pleno e complexo demais para ser governado por forças políticas isoladas."

As referências que Lula fez sobre a negação da política e sobre a forma de governar têm, como alvo, os protestos contrário a partidos e o discurso defendido pela ex-senadora Marina Silva, para quem é preciso acabar com o atual modo de se fazer política no país.

A passagem de Lula pela Câmara terminou com uma briga entre seguranças da Casa e jornalistas. A confusão começou quando a Polícia Legislativa preparava sua saída. Enquanto seguranças tentavam afastar a imprensa, Ed Ferreira, do jornal "O Estado de S. Paulo", tentou fotografar o policial identificado como Fernando Araújo, que discutia com jornalistas no local.

Eles começaram a discutir e Araújo deu um soco em Ferreira, que revidou com sua máquina. O policial foi levado ao departamento médico e o fotógrafo prestou depoimento à Polícia Legislativa.

Fonte: Folha de S. Paulo

Lula recebe homenagem por texto que rejeitou

Em comemoração aos 25 anos da Constituição, o ex-presidente é agraciado com medalha e faz mea culpa sobre o fato de ter votado contra a Carta Magna de 1988

Amanda Almeida, Adriana Caitano e Paulo de Tarso Lyra

O Congresso homenageou ontem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por ter participado da elaboração da Constituição de 1988, embora ele tenha feito parte do grupo de petistas que, na época, votou contra o texto aprovado. Em discurso durante o evento, Lula admitiu que a versão do PT para a Carta Magna não era a melhor e que ele teria dificuldades para governar o país, caso tivesse sido aprovada. O ex-presidente aproveitou ainda para defender a política organizada em uma tentativa de atrair a simpatia dos manifestantes de junho para o PT.

“Muitas vezes dizem que o PT não assinou a Constituição — e uma mentira contada muitas vezes ganha fundo de verdade. (...) Nós só tínhamos 16 deputados, mas agíamos como se tivéssemos 470. Chegamos aqui com um projeto de Constituição e de regimento interno. (...) Não votamos favoravelmente, porque tínhamos o nosso projeto e assinamos a Constituição porque participamos da construção”, justificou-se. Ao lado de Lula, receberam a medalha Ulysses Guimarães, criada pelo Senado, políticos como o vice-presidente, Michel Temer, o ex-presidente e senador José Sarney (PMDB-AP) e o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

De acordo com Lula, para governar bem o país é necessário apenas fazer o “óbvio”, que, para ele, é “seguir o que está escrito” na Constituição e “nós fingimos não enxergar”. E fez a mea culpa: “Se a nossa Constituição tivesse sido aprovada, certamente teria tido dificuldade para governar o país”. O petista fez muitas citações ao presidente da Assembleia Constituinte, Ulysses Guimarães. “Certamente, foi o símbolo desta Constituinte, coordenou com maestria, numa situação muito difícil”, disse.

O ex-presidente também elogiou Sarney, então presidente da República, com quem teve embates. “Mesmo quando o senhor era afrontado dentro do Congresso Nacional, o senhor não levantou um único dedo ou disse uma única palavra para criar qualquer dificuldade para os trabalhos da Constituinte, que, certamente, foi o trabalho mais extraordinário que o Congresso Nacional já viveu.”

Lula reforçou a importância da política. “Na hora em que as pessoas tentam diminuir a imagem da política, não há nenhum momento na história, em lugar nenhum do mundo, que a negação da política trouxe algo melhor do que a política”, disse, acrescentando que a imprensa a “avacalha” com manchetes de denúncias. Na avaliação de correligionários, o recado teve dois alvos: a ex-senadora Marina Silva e, consequentemente, o governador Eduardo Campos, e os chamados black blocs (que se posicionam contrariamente a partidos políticos). Os manifestantes de junho também são alvo de Marina e Campos, que pretendem atraí-los com o discurso em prol da “nova política”.

Mais tarde, Lula foi também homenageado pela Câmara dos Deputados, com a medalha de “suprema distinção” pela atuação política. No discurso, ele fez afagos aos parlamentares, dizendo que, mesmo quando votam contrariamente ao que o Palácio do Planalto deseja, podem estar, na verdade, melhorando o texto.

Sem autonomia
Também homenageado no Senado, Aécio alfinetou Lula, após seu discurso: “Hoje, o Congresso Nacional não tem autonomia para apresentar uma agenda de projetos. Essa autonomia, infelizmente, foi usurpada pelo Poder Executivo”. Sobre sua participação na Constituinte, Aécio se diz emocionado. “Tive o privilégio de fazer parte daquele conjunto de brasileiros que teve uma oportunidade histórica, de permitir que o Brasil desse, a partir da Constituinte de 88, os mais vigorosos passos para consolidarmos a democracia que retornava ao Brasil.”

O ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) também foi homenageado, mas chegou atrasado e recebeu a medalha depois. Na tribuna, ele disse que o processo de impeachment pelo qual passou em 1992 “serviu para consolidar a Constituição, então com apenas quatro anos de vigência”.

Com diverticulite — um tipo de inflamação no intestino grosso —, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso faltou à cerimônia ontem, em que também receberia a medalha Ulysses Guimarães. Ele sentiu dores no estômago quando voltava de uma viagem ao Peru, no sábado. Os médicos diagnosticaram o problema e recomendaram repouso e dieta. O ex-presidente cancelou as viagens que faria nos próximos dias ao Rio de Janeiro e a Miami e permanecerá em sua residência, em São Paulo.

Fonte: Correio Braziliense

Lula critica Marina e ameaça voltar em 2018

O ex-presidente Lula, em atos pelos 25 anos da Constituinte, voltou a atacar a imprensa, criticou Marina Silva (PSB), previu problemas na aliança da ex-ministra com Eduardo Campos (PSB) e declarou: “Se encherem muito o meu saco, vou voltar em 2018”

Marina é "sombra" de Campos, diz Lula

Para ex-presidente, governador "se meteu em encrenca" ao se aliar com ex-ministra; petista também vê Serra como "sombra" de Aécio.

Vera Rosa

BRASÍLIA - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem em Brasília que a ex-ministra Marina Silva é "sombra" do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), assim como o ex-governador José Serra é a "sombra" do senador Aécio Neves (PSDB) na disputa pelo Palácio do Planalto,em 2014. "Eu já fui essa sombra (da presidente Dilma Rousseff), mas não sou mais. E, se encherem muito o meu saco, vou voltar em 2018", disse o petista em encontro com aliados.

Lula participou ontem de uma série de eventos no Congresso sobre os 25 anos da Constituição. Em encontro fechado com senadores da base da presidente Dilma Rousseff, avaliou que Campos pode ter problemas por causa da aliança feita com Marina. "O Eduardo não sabe o tamanho da encrenca em que se meteu", disse aos líderes do PTB e do PR no Senado durante um almoço, no qual apareceu acompanhado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, provável candidato do PT ao governo de São Paulo.

Marina foi ministra do Meio Ambiente pelo PT no primeiro mandato de Lula. Candidata derrotada pelo PV em 2010, tentou criar a Rede a fim de se candidatar ao Planalto no ano que vem. Sem sucesso, filiou-se na última hora ao PSB de Campos e poderá ser candidata a vice na sua chapa.

Antes do almoço, nos discursos no Congresso, o ex-presidente atacou a imprensa e defendeu a reforma política. No plenário do Senado, onde recebeu a medalha Ulysses Guimarães, criticou os que desqualificam a política e seus atores. "Se a juventude lesse a biografia do Getúlio (Vargas) e do Juscelino (.Kubitschek) possivelmente não iria desprezar a política, e muito menos a imprensa iria avacalhar a política como avacalha", afirmou.

Ao receber homenagem na Câmara dos Deputados, usou o mesmo tom e ouviu gritos de encrenca ao se aliar com ex-ministra; petista "olê, olê, olê, olá, Lula, Lula", tradicional refrão de suas campanhas. "Nada contribui tanto I para desmoralizar a política do que ver partidos atuando como reles balcões de negócios, alugando prerrogativas, como o tempo de propaganda e o acesso a fundos públicos", disse.

Filé. Ao mencionar os protestos de junho, Lula afirmou que a população está exigindo mais dos governos porque já alcançou um melhor nível de vida. "O povo foi para a rua para dizer que precisa de mais coisas, por também vê Serra como "sombra" de Aécio que ele aprendeu a comer contrafilé e não quer voltar a comer acém. Ele quer comer agora filé de verdade", disse.

Sem citar o escândalo do mensalão, que atingiu seu governo e dizimou a cúpula do PT, Lula disse que, "como toda instituição formada por seres humanos", o Congresso comete erros. "Muitas vezes são erros graves que nem sempre são corrigidos ou punidos de maneira exemplar. Mas, se há fragilidade na representação, o remédio está no fortalecimento da política."

Fonte: O Estado de S. Paulo

Dilma anuncia pela 2ª vez recurso para mesma obra

Em Curitiba, presidente põe petistas e tucanos no mesmo palanque e "recicla" a verba federal para o metrô, que fora prometida em 2011

Pedro Venceslau

CURITIBA - Em sua quarta viagem ao Paraná neste ano, a presidente Dilma Rousseff reuniu ontem tucanos e petistas no mesmo palanque para anunciar, em Curitiba, investimentos em obras do metrô que já tinham sido prometidos em 2011, mas nunca saíram do papel.

Em outubro daquele ano, a presidente organizou um grande evento no Parque Barigui, na região norte da capital, para dizer que o governo federal liberaria R$ 1 bilhão a fundo perdido (sem necessidade de devolução). A obra estava orçada em R$ 2,25 bilhões e o então prefeito, Luciano Ducci (PSB) era aliado do governador tucano Beto Richa. Na ocasião, o ato foi interpretado no meio político paranaense como o lançamento informal da candidatura de Gleisi Hoffmann (PT), ministra-chefe da Casa Civil, ao governo do Estado.

Apesar do anúncio público, a presidente decidiu esperar até o fim das eleições municipais de 2012 para liberar os recursos. Ocorre , que o novo prefeito, Gustavo Fruet (PDT), que era tucano, mas agora se aliou à presidente, recalculou o custo da obra e concluiu que seria preciso quase dobrar o orçamento, que saltou para R$ 4,6 bilhões.

Segundo a assessoria do Ministério das Cidades, a verba não foi liberada justamente porque houve um "redimensionamento" do projeto que exigiu uma "complementação" de recursos de todas as partes. A fatia do governo na obra saltou de R$ 1 bilhão para R$ 2 bilhões. O aumento justificaria o novo anúncio, diz o governo.

"Quando o governo fez o anúncio em 2011 o projeto era um, mas agora é outro. Naquela vez, ele foi feito de maneira apressada pela prefeitura e pelo governo estadual", explicou ao Estado o deputado paranaense André Vargas (PT),vice-presidente da Câmara e aliado de Gleisi. Segundo ele, não houve liberação de verbas em 2012 porque não havia projeto".

A assessoria de imprensa do Planalto acrescenta que o novo projeto é bem mais ousado que o primeiro. A versão anterior tinha trilhos subterrâneos e aéreos (BRTs) e teria 14 km. A atual será subterrânea e terá 17 km.

A cerimônia de ontem foi marcada pelo tom ecumênico entre petistas e tucanos. "A sra. foi responsável pelo maior investimento em 20 anos (na capital)", disse Fruet a Dilma. O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, ressaltou que o anúncio representava "o exercício da boa política". Richa celebrou "a consolidação de uma grande união".

Fonte: O Estado de S. Paulo

PPS pode definir apoio a Campos ou Aécio em dezembro

Erich Decat

Cortejado por integrantes da cúpula do PSDB e do PSB, o PPS pode definir um futuro apoio em torno de um dos pré-candidatos de oposição à presidência da República no próximo mês de dezembro. O palco para o debate será o Congresso Nacional do partido, previsto para ocorrer entre os dias 6 e 9 de dezembro.

No centro da discussão estará uma possível aliança com o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, ou com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG). Dentro do partido socialista também há uma corrente, até aqui minoritária, que defende a candidatura própria à presidência da República com a indicação da ex-vereadora Soninha.

"Vamos debater no Congresso que, a princípio, é o fórum mais apropriado. Ainda há divisões no partido" disse o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP). "A indicação deverá sair em dezembro. Hoje não há nenhuma tese favorita", emendou o secretário-geral do PPS e líder do partido na Câmara, Rubens Bueno (PR).

Na última sexta-feira, Freire almoçou com Eduardo Campos em São Paulo, ocasião que, segundo ele, não teriam fechado nenhum acordo. O dirigente, entretanto, confirmou que a pauta do encontro foi o "cenário eleitoral de 2014".

A princípio, o PPS sonhava com uma candidatura própria do ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) que rejeitou o convite de ingressar na legenda. Após a Rede ter o registro rejeitado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o partido tentou se aproximar da ex-senadora Marina Silva, que decidiu se aliar a Campos. Segundo Freire, apesar da negativa de Marina, não ficou nenhum ressentimento do episódio.

Bem-vindos
De olho nos cerca de 20 segundos que o PPS pode agregar ao programa nacional de rádio e TV de Eduardo Campos na disputa de 2014, integrantes da cúpula do PSB consideram a aliança entre os dois partidos como "bem-vinda".

Fonte: O Estado de S. Paulo

PPS diz que apoio a governador é 'uma possibilidade'

Isadora Peron

O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire, disse ontem que o apoio à eventual candidatura de Eduardo Campos (PSB) em 2014 é "uma possibilidade" e que a mágoa por ter sido preterido pela ex-ministra Marina Silva são águas passadas. O PPS foi uma das opções consideradas por Marina depois que a criação da Rede Sustentabilidade foi barrada pela Justiça Eleitoral, no início de outubro. Ela optou, no entanto, pelo PSB, o que Freire considerou um "grande equívoco".

"Marina fortaleceu a candidatura de Eduardo. As últimas pesquisas demonstraram isso", desconversou o dirigente do PPS.

Freire almoçou com Campos na última sexta-feira e avisou que a decisão sobre quem o partido vai apoiar deve sair até o fim do ano. 0 PPS também mantém conversas com Aécio Neves, provável candidato do PSDB à Presidência da República.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Dilma: doping publicitário não adiantou nada para a sua imagem!

1. A última pesquisa do Ibope de avaliação de Dilma mostrou que nem todos os excessos publicitários conseguiram segurá-la. A pesquisa que vale é de avaliação de Dilma, pois intenção de voto mede coisas desiguais em função do conhecimento nacional dos pré-candidatos.

2. O Ibope avaliou Dilma com três perguntas. A clássica avaliação ótimo, bom, regular, ruim e péssimo e as disjuntivas aprova/desaprova e confia/não confia. Nos 3 casos as avaliações Ruim+Péssimo, Desaprova e Não Confia cresceram.

3. Quando as avaliações de Dilma desabaram após as manifestações nas ruas em junho, estas, com todo o aparato a disposição –máquina, publicitário, imprensa, promoções, lançamento de programas, viagens, acompanhamento semanal e às vezes diário em pesquisas...- não foi suficiente para a recuperação sustentável de sua imagem.

4. Houve um refluxo de pouco abaixo de 35% para algo acima. O teto das avaliações Ótimo+Bom tem estado em 38%. No início, apelou para um plebiscito, querendo jogar o desgaste para o Congresso. Criou o programa do mobiliário para a casa própria. Depois incluiu computadores. Polemizou com a importação de médicos. Sancionou a lei da autonomia dos taxistas. Tudo com comemorações para as câmeras da mídia. Formou rede nacional de TV e Rádio 4 vezes desde junho, a última tentando justificar o leilão do pré-sal, numa curiosa matemática onde 40% se transformam em 85%.

5. Dilma e seus publicitários adotaram a máxima de Dick Morris (publicitário da reeleição de Clinton):“Todo dia é dia de eleição”. Diariamente cria algum fato para pontear nos noticiários noturnos das TVs. Aumentou o número de entrevistas em rádio. Treinou um sorriso mais simpático e abriu sua porta aos políticos, querendo suavizar sua imagem de durona.

6. Uma avalanche de instrumentos no campo da propaganda latu sensu. Um verdadeiro doping de iniciativas de forma a impulsionar sua imagem e os índices de avaliação positiva. Mas depois do refluxo de uns 5 pontos, estacionou nas avaliações positivas e piorou nas negativas. Ou seja: toda essa massificação para melhorar sua imagem bateu no teto.

7. Isso ocupando 90% do campo de jogo. Quando o jogo estiver aberto, com cada um ocupando parte igual, esse teto não resistirá e voltará ao ponto mais baixo de seu desgaste. O teto de hoje é, portanto, resultante de doping de exposição. A ilusão de vitória no primeiro turno não existe mais, pelo menos para quem sabe fazer as 4 operações e a regra de três.

8. Trechos de seus discursos colocados nas redes sociais mostram certo descontrole. E nem tocamos na questão econômica, que garantidamente não será –nem de longe- um trunfo favorável.

* * *

IBOPE: Reprovação a Dilma sobe em todos os aspectos!

Pesquisa 17-21/10 com 2.002 pessoas.

Comparação com pesquisa Ibope de setembro.

Avaliação Dilma Ruim+Péssimo: Setembro 22%. Outubro 26%.

Desaprovam Dilma: Setembro: 40%. Outubro 42%.

Não Confiam em Dilma: Setembro: 43%. Outubro 46%.

Fonte: Ex- Blog do Cesar Maia, 29/10/2013

Aprovação de Eduardo é de 54% e a de Dilma, 37%

Para as duas gestões, pesquisa aponta maiores aprovações no Sertão e Região do São Francisco. Menores, no Recife e RMR

As manifestações de junho deste ano, que externaram uma insatisfação generalizada e difusa da sociedade, impactaram diretamente na imagem dos governantes brasileiros. Apesar do reflexo das ruas sobre as gestões, em Pernambuco o governador Eduardo Campos (PSB) conseguiu sobreviver à "onda" de reprovação" dos movimentos reivindicatórios. Embora apresentando uma queda significativa de popularidade, em comparação com avaliações anteriores a junho, o impacto se apresenta bem menor que o sofrido pela avaliação da gestão da presidente Dilma Rousseff (PT).A pesquisa de avaliação de governos e intenção de votos do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), em parceria com o JC e o Portal LeiaJá, feita nos dias 21 e 22, no Estado, revela que o governo Eduardo tem a aprovação de 54% (17% ótima e 37% boa) - com uma avaliação regular de 28% -, contra uma reprovação de 12% (7% ruim e 5% péssima). Ao mesmo tempo, a gestão Dilma tem a aprovação de 37% dos pernambucanos (10% ótima e 27% boa), enquanto a avaliação regular é de 35%, contra uma reprovação de 24% (13% ruim e 11% péssima), o dobro da recebida pelo governador. Os dados são da pesquisa estimulada.

Ex-aliados e prováveis adversários em 2014, na disputa à Presidência da República, Eduardo e Dilma coincidem na distribuição dos maiores e menores índices de aprovação, com os menores percentuais situados no Recife - maior colégio eleitoral do Estado - e na Região Metropolitana e os maiores no Sertão e na Região do São Francisco (veja quadro). Na Capital e RMR, a administração do governador Eduardo é aprovada por 48% (em ambas), ao tempo em que a da presidente Dilma recebe 33% e 30%, respectivamente.

Os índices de aprovação dos governos Eduardo e Dilma crescem, entretanto, entre os eleitores pernambucanos, quando a pesquisa limita-se a aplicar a pergunta "Você aprova ou desaprova o governo?". Nessa situação, 67% aprovam e 21% reprovam a gestão do socialista, enquanto 50% aprovam e 38% reprovam a da petista.

Um dos coordenadores da pesquisa, o cientista político Adriano Oliveira explica que a aplicação da simples indagação "aprova" ou "desaprova" as gestões "serve apenas para um indicativo de comparação (dos pesquisadores)", uma vez que ela não permite opções ("ótima", "boa", "regular" etc) ao eleitor entrevistado, deixando nesse caso a avaliação menos real .

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

Para Aécio, Parlamento perdeu poder

Em solenidade no Senado para marcar os 25 anos da Constituição, o presidenciável tucano, um dos homenageados, afirma que a função do Legislativo foi usurpada pelo governo federal

Leonardo Augusto

O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves (MG), afirmou ontem que o Congresso Nacional não tem autonomia para apresentar uma agenda de projetos e que a função foi "usurpada pelo Poder Executivo". O tucano participou ontem em Brasília de sessão especial no Senado em homenagem aos 25 anos da Constituição brasileira.Na avaliação de Aécio, o Parlamento está se divorciando da sociedade. "Hoje, somos um apêndice do Poder Executivo. O Congresso Nacional, a partir da maioria governista, hoje nada faz mais que homologar as decisões do governo. Nada mais faz que votar a agenda do governo, grande parte dela por meio de medidas provisórias. Quando presidi a Câmara dos Deputados, consegui aprovar proposta que impedia as reedições indefinidas ou ilimitadas das medidas provisórias", disse.

Para o senador, a decisão foi importante. "Um avanço importante naquele tempo, elas (as medidas provisórias) passaram a trancar a pauta. Mas tivemos um efeito colateral, que foi o trancamento excessivo da pauta. Apresentamos nova proposta no Senado. Na verdade, relatei uma proposta do presidente José Sarney, que foi aprovada por unanimidade, mas, infelizmente, não teve até hoje deliberação da Câmara dos Deputados. Já faz quase dois anos. Era preciso que essa proposta fosse aprovada para que o Congresso pudesse, interpretando o sentimento das ruas, ele próprio apresentar sua agenda", avaliou.

Aécio, que com os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, José Sarney, Fernando Henrique Cardoso e Fernando Collor, foi homenageado na cerimônia ontem, disse que a Carta de 1988 garantiu direitos individuais e permitiu a consolidação da democracia no Brasil. "Vínhamos de 21 anos de regime autoritário. Ela teve essa grande virtude. Talvez tenha pecado pelo excesso de detalhamento em várias das suas propostas. Ela desce a temas que poderiam ter sido discutidos em projetos de lei ou de lei ordinária. Mas tem a virtude de ter interpretado o sentimento da sociedade brasileira", afirmou o senador, que foi deputado constituinte.

Máquina. Aécio Neves voltou a criticar a presidente Dilma Rousseff (PT), sua rival na disputa pelo Palácio do Planalto no ano que vem, caso o tucano consiga se firmar como o concorrente do PSDB para o pleito. "Não temos hoje mais uma presidente full time, temos uma candidata full time. E as ações do governo, todas elas, são da direção da campanha eleitoral. Lamentavelmente, não há regras que inibam isso, mas ao que assistimos hoje é quase que um monólogo por parte da presidente da República", reclamou.

Sobre pesquisas eleitorais, o senador diz que os levantamentos mostram que "60% da população não querem votar na atual presidente da República, mesmo tendo ela 100% de conhecimento, uma presença na mídia diária e avassaladora. Acho que quem for para o segundo turno com a atual presidente da República, se é que ela vai para o segundo turno, vence as eleições".

Fonte: Estado de Minas

Rival do PT, Richa diz que é alvo de ataques 'sórdidos'

CURITIBA - No evento com a presidente Dilma Rousseff, o governador Beto Richa (PSDB), do Paraná, criticou ontem políticos que deixam que "divergências partidárias se sobreponham ao interesse público" e que promovem "ataques sórdidos e rasteiros".

Ao lado de Dilma --que anunciava verbas para obras em Curitiba-- estava a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), potencial adversária de Richa na disputa pelo governo do Paraná.

O governador fez a declaração após anunciar a liberação de empréstimos ao Paraná que estavam parados no Tesouro Nacional havia quase dois anos. O Tesouro alegava pendências, mas Richa atribuía a demora a fatores políticos.

O presidente do PT do Paraná, Ênio Verri, disse que os empréstimos só foram liberados agora porque o Paraná "fez o dever de casa, cortou gastos, equilibrou o caixa". A liberação saiu na segunda-feira com a renegociação do empréstimo ao metrô de Curitiba, cidade agora governada por Gustavo Fruet (PDT) aliado de Dilma. O aporte de R$ 3,2 bilhões da União à obra dependia de empréstimo de R$ 700 milhões do BNDES ao Estado.

Fonte: Folha de S. Paulo

Fadas, duendes e agricultura - Zander Navarro

Poderia ser o dia da mentira, mas esse já consta no calendário. Melhor designá-lo como o dia do assombro. Ao lançar em 17 de outubro, com fanfarra, o Plano Nacional de Agroecologia e Agricultura Orgânica, o governo federal mergulha no ridículo e, de quebra, desmoraliza ainda mais o que restou da antiga autointitulada esquerda agrária. É mais uma criativa contribuição brasileira para o anedotário internacional, pois é histriônica a sugestão de a agroecologia ser o caminho tecnológico para assegurar tanto a produção como a sustentabilidade das atividades agropecuárias.

Na exiguidade deste espaço destaco, sobretudo, quatro aspectos. O primeiro é apontar incisivamente que agroecologia e expressões como "práticas agroecológicas", de fato, não existem. Para quem duvidar, fica o repto: aponte um caso concreto, um único que seja. Não se trata de um novo modelo tecnológico e organizativo factível na agricultura. Nem é uma ciência emergente e menos ainda um movimento social. Dessa forma, causa pasmo a pirotecnia operada a partir de algo que é ficcional.

Em alguns poucos países, agroecologia aponta apenas esforços científicos multidisciplinares destinados a ecologizar a agricultura. Mas não é ciência em si mesma.

Certamente a Presidência foi induzida a erro por assessores movidos por um só objetivo: combater a moderna agricultura brasileira e, por conseguinte, confrontar politicamente o capitalismo como ordem social. Mas por que não fazem esse combate à luz do dia, como seria natural numa ordem democrática? É provável que a presidente nem tenha percebido a manipulação de setores radicalizados, descomprometidos com a pobreza rural, o ambiente e a prosperidade do País. São movidos somente por objetivos políticos, mas sem nenhum verniz democrático, preferindo o jogo sujo das sombras.

O plano pontifica sobre algo que é falso e, por isso mesmo, o documento não define o que é agroecologia em nenhum momento. Nem poderia, pois não passa de uma palavra sem conteúdo que pretende englobar os modelos tecnológicos chamados "alternativos" - e seriam alternativos ao eficiente padrão moderno que organiza a agricultura em todo o mundo. Escassamente adotados, esses modelos são muito diferenciados entre si e nenhuma palavra poderá abranger todos eles, sendo logicamente impossível um termo que inclua todas as facetas dos formatos já propostos.

Em síntese, temos um plano oficial ancorado em palavra cujo significado ninguém sabe. E acreditem: até o CNPq já lançou edital, apoiado por cinco ministérios, para fomentar projetos, cursos e outras atividades centrados na misteriosa agroecologia. Mais ainda, recente chamada pública do Ministério do Desenvolvimento Agrário oferece espantosos R$ 98,3 milhões para "ampliar processos de agroecologia existentes". Impossível algo mais absurdo.

Outro aspecto importante é que os militantes que organizaram esse assalto à razão incluíram o termo de contrabando nas costas da "agricultura orgânica", como se fossem parentes próximos. Outra falsidade. A chamada agricultura orgânica ostenta uma longa história, normas próprias, desenvolve mecanismos de certificação, é até legalizada e lucrativa. Seus praticantes não são anticapitalistas, como o são os que defendem a agroecologia. É preciso separar o joio do trigo, mas o Planalto, estranhamente, preferiu deixar-se enquadrar por ideólogos.

Um terceiro aspecto a realçar é a incapacidade de nossos governantes desenvolverem uma honesta argumentação sobre tais iniciativas. Se o fizessem, seria possível iluminar esta noite escura criada e demonstrar, com números, fatos e estatísticas, que a moderna agricultura brasileira tem observado trajetória espetacular em termos de produção e produtividade e, como resultado, seu desempenho ao longo do tempo tem poupado recursos naturais em vastas proporções. Sucintamente, o desempenho produtivo da agricultura brasileira tem produzido continuamente a sustentabilidade, deixando assim a pergunta ainda sem resposta: por que não existe este debate?

Finalmente, há o aspecto mais relevante a ser citado, ignorado pela Presidência e pelos que fizeram a festa naquele dia. Modelos de ecologização da agricultura, qualquer um deles, exigem o desenvolvimento de sistemas de produção agrícola complexos, combinando diversas atividades de produção vegetal e animal na propriedade. Considerações econômicas à parte, sensatos fatores agronômicos e ecológicos sustentam a tendência, mas embutem duas consequências práticas: a gestão produtiva do estabelecimento rural torna-se extremamente desafiadora e requer maior uso da força de trabalho. Por essas razões, na prática não são modelos concretizáveis. As famílias rurais desejam o melhor da tecnologia, mas uma crescente complexidade de manejo é para raros agricultores. A lógica da produção moderna requer certa uniformidade, facilitando a administração. E quanto ao fator trabalho, os fatos são preocupantes, pois a oferta de mão de obra está caindo em todas as regiões rurais e seu preço, subindo. Por isso, modelos ide agricultura ecológica podem ter o seu lugar, mas jamais deixarão de ser nichos de mercado. Sua generalização não é viável.

Tudo isso é inacreditável e nos deixa diante de um dilema: podemos assumir que o País e seu povo são mesmo parte de uma comedia permanente e, assim, deveríamos "vestir" a alegria inconsequente dos adolescentes. Ou, contrariamente, somos tomados pela melancolia, pois seríamos um povo sujeito à condenação eterna e os genes da ignorância fariam parte de nossa estrutura de funcionamento desde sempre.

Mais detalhes em Agroecologia: as coisas em seu lugar. A Agronomia brasileira visita a terra dos duendes,publicado na revista Colóquio, volume 10, nº 1, 2013, Faeeat, Rio Grande do Sul.

*Sociólogo e professor aposentado da UFRGS

Fonte: O Estado de S. Paulo

Falta carne na receita do PSB/Rede – Elio Gaspari

Marina Silva deu mais um passo na sua campanha para tirar o PT do Planalto com o Encontro Programático que discutiu um texto básico de sua aliança pragmática com o governador Eduardo Campos. Um grupo político que coloca sua reunião no ar, ao vivo, alguma coisa de bom pretende fazer. Se até a campanha do ano que vem o PSB e a Rede começarem a falar português claro, fará melhor.

A ex-ministra de Lula continua pedindo "metabolização" e "completude" para "democratizar a democracia". Isso numa reunião em que se falou em "novo padrão civilizatório" e "inclusão cidadã". Para quem não quer dizer nada, é tudo.

Discutiu-se um texto preliminar que dizia o seguinte:

"É necessária mudança profunda do sistema político para permitir a emergência de outro modelo de governabilidade, cujos alinhamentos se deem em torno de afinidades programáticas, e não em torno de distribuição de feudos dentro do próprio Estado, do desmantelamento da gestão pública, e do uso caótico, perdulário e dispersivo do orçamento nacional."

Muita farinha para pouca carne. Felizmente um orador propôs a redução dos cargos em comissão (coisa que Eduardo Campos, que tem o apoio de 14 partidos, poderia começar a fazer hoje em Pernambuco) e denunciou as "portas giratórias" montadas nas agências reguladoras de serviços. Outro defendeu o fim da reeleição e as candidaturas avulsas. Alguma carne.

Isso acontece numa coligação onde o provável candidato a presidente diz que não quer "ganhar perdendo" pretende "vencer o que está ultrapassado" impondo "outro padrão de serviço público" a partir de "um salto de qualidade da política" com uma "visão estratégica para as próximas décadas". Pura farinha.

Célio Turino, porta-voz da Rede, disse que "para se mudar a realidade, primeiro é preciso sonhar" Para ficar na retórica do sonho, Martin Luther King anunciou o seu há 50 anos depois de ralar cadeias e passeatas, com uma agenda clara; o fim da segregação racial nos Estados Unidos. Como? Cumprindo-se uma sentença da Suprema Corte e aprovando-se a legislação de direitos civis que estava no Congresso. Quando ele discursou aos pés da estátua de Lincoln, não estava sonhando. A realidade americana já estava mudando.

Não se pode pedir a Marina Silva e Eduardo Campos que sejam específicos um ano antes da eleição. Pedir-lhes que ouçam os discursos da doutora Dilma seria um suplício. Se eles e seus militantes deixarem de proteger indecisões e dúvidas com frases que não querem dizer nada, uma reunião de cinco horas poderá acabar em 45 minutos, mas quem os ouve sairá no lucro.

A reunião de segunda-feira foi uma discussão em torno de um rascunho.Marina espera que as contribuições, reunidas em desafios, sejam levadas às bases para que voltem a um plenário representativo da coligação. A ideia é ótima e no percurso poderão botar carne no prato. Enquanto Marina esteve no PT, de 1983 a 2009, assistiu à decomposição dessa promessa.

Marina Silva e Eduardo não são obrigados a falar claro a respeito de tudo. Ela explicou que a Rede e o PSB devem escutar o que diz o outro. Ambos, contudo, precisam ser entendidos por quem os ouve.

Elio Gaspari é jornalista

Fonte: O Globo

Desencontro programático - Michel Zaidan Filho

Ocorreu sob muita expectativa, esta semana em São Paulo, o tão aguardado encontro programático entre o PSB e o Partido da irmã Marina Silva, Rede-Solidariedade, , para um acerto de discursos entre as duas legendas. Imagina-se que deve ser inadiável esse encontro, em função das enormes diferenças de princípios, prioridades e idéias entre a líder pentecostal. da Assembléia de Deus e a raposa pernambucana. Desde a reação dos confrades de Marina à sua entrada no PSB às discordâncias de altos próceres da base aliada do governador, em relação à sua candidatura à presidência da República, aguardava-se um momento de explicitação das bases desse acordo que surpreendeu a muitos. Além de terem em comum sua oposição ao governo petista, e de terem se promovido publicamente às custas do petismo, o que podem trocar entre si um e outro?

Com certeza, a contribuição do PSB a esse debate terá sido a agenda gerencial de governo, a chamada administração por metas, também conhecida pelo nome "neo-taylorismo social", fazer mais com menos, choque de gestão ou de modernidade administrativa, como queiram chamar. Vai ser gozado ver o governador ensinar a Marina como transformar a natureza, as reservas ambientais, unidades de conservação, zeis e prezeis em trunfos para a instalação desregulada de empresas montadoras internacionais ou como autorizar a instalação de grandes empreendimentos comerciais em área de mangue sem o relatório de impacto ambiental ou ainda como decapitar partido e Ongs ambientalistas, cooptando seus chefes para o governo estadual.

Certamente a ex-presidenciável tem muito a aprender com o chefe do PSB em matéria de "raposismo" ou "metaformose" política. Logo ela vai saber que o "verde" só entra, apenas, no port-fólio das empreiteiras e agências de turismo de Pernambuco. E Marina, o que apresentou ao PSB como contribuição programática? - Certamente falou de desenvolvimento sustentável, socialmente justo, economicamente equilibrado.

Que o governo do PSB transforme os chamados "Polos de desenvolvimento" em ilhas de irradiação de riqueza e emprego, beneficiando às áreas contiguas, em vez de serem meros ninchos de competitividade integrados na globalização dos mercados. Vai dizer que a preservação da natureza é um dever da nossa geração com as seguintes e que ninguém pode dispor dela como se fosse alguma coisa que estivesse "aí, grátis". Que a valorização capitalista do meio-ambiente é sinônimo de entropia e destruição. Que nenhuma modelo de crescimento econômico apoiado em mera renúncia fiscal, grandes empréstimos subsidiados e favores governamentais a empresas e negócios pode redistribuir renda. E que o pacto federativo não é uma mera figura de retórica, para ser usada em épocas de campanha eleitoral.

Na verdade, esse esperado encontro de agendas teve tudo para ser uma "embromação" de parte a parte. O lema: fazer mais e melhor deve ser traduzido como não misturar água com vinho ou como vender fumaça a eleitores incautos e desavisados.

Michel Zaidan Filho, sociólogo e professor da Universidade Federal de Pernambuco

Bolsa Família e eleição - Fernando Rodrigues

Até quando o Bolsa Família será vital nas eleições presidenciais no Brasil? Se depender do PT, para sempre. O partido deu grande ênfase ao tema em sua propaganda na TV na semana passada.

Hoje, haverá uma grande festa com a presença da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Vão celebrar os dez anos do Bolsa Família, que atende a dezenas de milhões de brasileiros. Ministros farão palestras sobre o impacto do programa em suas áreas. A ideia é dar uma conotação épica ao evento.

Em 2014, tudo indica que Dilma não poderá contar com uma economia pujante. Sua reeleição terá de ser conquistada com base nos resultados de programas assistencialistas oficiais. É fundamental reforçar no eleitorado a percepção de que o Bolsa Família é essencial para o desenvolvimento do país.

Quando conquistou sua reeleição, Lula teve o melhor dos mundos. O Bolsa Família começava a ter resultados visíveis, com a ascensão social dos mais pobres. Além disso, a economia do Brasil estava aquecida.

Agora, os efeitos do Bolsa Família já estão incorporados ao dia a dia da população carente. E o crescimento da economia tem sido anêmico, para dizer o mínimo.

A atual presidente só tem uma vantagem comparativa em relação a seu padrinho político. Em outubro de 2005, um ano antes de sua reeleição e ainda abalado pelo mensalão, Lula era aprovado por apenas 28% dos eleitores. Dilma tem hoje 38%, dez pontos a mais.

Ou seja, a presidente começa a campanha pela reeleição a partir de um patamar mais elevado do que seu antecessor. O solavanco que tem pela frente é o baixo crescimento da economia.

É por essa razão que os dez anos do Bolsa Família serão tão festejados hoje. Interessa a Dilma e ao PT manter o programa bem vivo na mente dos eleitores mais pobres.

Fonte: Folha de S. Paulo

Os idos de março - Dora Kramer

Ao decidir que a definição oficial da candidatura à Presidência da República só acontecerá em março, o PSDB corre o risco de deixar que o tempo conspire em seu desfavor.

A campanha eleitoral antecipada pode não ter sido um bom negócio para ninguém a não ser para Eduardo Campos, que teve, assim, a chance de "sair" de Pernambuco para assumir papel de destaque no cenário nacional e na sucessão presidencial de 2014.

Mas não resta dúvida de que é uma realidade contra a qual não adianta muito se rebelar.

Se a população ainda não está sob o domínio do fato eleitoral, o mundo político só pensa nisso, só atua em função disso.

Enquanto os tucanos criaram uma dúvida sobre a candidatura de Aécio Neves onde antes havia a certeza, os adversários tocam a vida. A presidente Dilma Rousseff à vontade no uso (abuso?) das prerrogativas públicas do cargo em prol de projeto partidário.

Eduardo Campos e Marina Silva não têm a mesma vida boa, não dispõem da estrutura ao longo dos anos e de duas presidências de República construídas pelos tucanos. Em compensação, são muito menos pressionados pela necessidade da vitória e contam com a marca da novidade.

Seria um exagero dizer que estão "relax", mas, ao contrário dos outros - notadamente do PSDB tudo o que lhes vier é lucro e, para aumentar o capital, a cada dia criam um fato.

Ainda que seja pelo viés nem sempre positivo do destaque às divergências e contradições entre os dois grupos, figuram diariamente no noticiário político.

Isso quer dizer o seguinte: quando março chegar e os tucanos finalmente anunciarem (se é que não haverá o adiamento de sempre) quem será o candidato, os adversários já estarão a léguas de distância. Segundo Eduardo Campos, a partir de janeiro a dupla já dará sinais concretos de que o titular da chapa será ele mesmo.

O senador Aécio Neves anuncia que lançará sua "agenda" em dezembro. Dilma faz a dela diariamente e a aliança PSB/Rede põe desde já em prática uma pauta de discussão homeopática do programa conjunto de maneira a deixar o assunto permanentemente em destaque.

Estão, portanto, governo e assim chamada sua costela-de-adão azeitados. Os tucanos ficam emperrados. Culpa de José Serra que, a despeito da preferência do partido, insiste em deixar no horizonte a hipótese de candidatura?

Mais ou menos. Feita a proposta como uma das condições para ele permanecer no PSDB, foi aceita por Aécio, presidente do partido.

Sendo assim, aceitou dar margem à dúvida e à possibilidade de mudança, além de autorizar por vias transversas que se dissemine em público a divisão com Serra insinuando dia sim outro também que está no páreo e gente proeminente do partido afirmando que o tempo dele passou.

Se não determina o desfecho, tal cenário tampouco desenha um bom começo.

Passado condena. Ironias do destino marcaram presença ontem na sessão solene do Congresso em homenagem aos 25 anos da Constituinte de 1988. A mais eloquente: Lula da Silva, cujo partido hesitou em assinar a Constituição, exaltando o papel de José Sarney que, como presidente, na época dizia que a Carta tornaria o País ingovernável enquanto o governo dele tornava a inflação incontrolável.

Hoje, duas décadas e meia depois, ambos celebram - e melhor que seja assim - junto com o Brasil uma Constituição avançada na garantia dos direitos do cidadão sem, contudo, levar em conta as respectivas contribuições para a permanência do País numa situação política (não institucional, há diferença) absolutamente atrasada.

O vale-tudo da violência urbana sob o biombo glamouroso de "protestos", se não tem tudo a ver, deve muito à falta de limites e de preservação de valores caros à lei e à civilidade de determinados governantes e representantes parlamentares.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Petista defende seu legado - Luiz Carlos Azedo

O ex-presidente aproveitou a tribuna da Câmara para fazer uma retrospectiva do petismo. E deu a senha do que será o eixo de campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff: o "mais do mesmo"

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva brilhou ontem no Congresso, onde criticou a imprensa por supostamente “avacalhar” a política. Muito assediado por políticos, funcionários e lobistas, paparicou o seu mais fiel aliado, o ex-presidente do Senado José Sarney (PM DB-AP), que comparou a Ulissses Guimarães; almoçou no gabinete do líder do PTB na Casa, senador Gim Argelo (PTB-DF, em companhia do ex-governador Blairo Maggi; e depois foi para a Câmara dos Deputados, onde foi condecorado pelo presidente Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) com a medalha da Suprema Distinção, com a qual só o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso havia sido agraciado até hoje. Lá, em discurso previamente elaborado, disse a que veio: cobrou dos aliados a realização de uma reforma política como forma de restaurar a vitalidade do Congresso.

Financiamento público de campanhas, fortalecimento dos partidos, a fidelidade partidária, diminuição do número de legendas e meios mais simples para apresentação de projetos de iniciativa popular — essa é a receita de Lula para restabelecer a representatividade dos partidos. “Reforma política é a que mais precisamos neste momento. É tempo de conversar com a sociedade, mudar o que tem de ser mudado e fazer política de cabeça erguida (…) Isso significa requalificar os partidos, reduzir a força do poder econômico nas eleições e ampliar as formas de participação da sociedade no processo legislativo”, completou. O PT tenta emplacar essas propostas no Congresso, sem sucesso até agora.

Lula aproveitou a tribuna da Câmara para fazer uma retrospectiva do petismo. E deu a senha do que será o eixo de campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff: o “mais do mesmo”, com geração de empregos, transferência de renda e crédito farto para a retomada do crescimento. Trocando em miúdos, o atual governo é uma continuidade de seus dois mandatos. Esse é o cacife eleitoral da petista. Lula avalia que a população quer “um pouco mais de Estado”, ou seja, mais intervenção do governo na economia. Na sua linguagem peculiar, defendeu a elevação do padrão de consumo da população mais pobre: “o povo aprendeu a comer contrafilé e não quer voltar a comer acém. Ele quer comer filé”.

O petista não economizou números em defesa do seu legado: saída de 36 milhões de pessoas da extrema pobreza; a criação de 20 milhões de empregos formais e de mais de 4 milhões de novas empresas; aumento real de 74% do salário mínimo; ascensão de 40 milhões para a classe média. A educação? Vai bem, obrigado: “Este país já foi governado por muita gente letrada. Mas foi um presidente sem diploma e um vice sem diploma que vão entrar para História como a dupla que mais fez escolas neste país”.

Com habilidade, porém, Lula jogou no colo dos aliados um assunto do qual manteve distância quando exercia a presidência: “A reforma política enfrenta resistências, mas não vejo outra maneira de se exercer a política de forma nobre”. Questões como a má qualidade do ensino, o excesso de regulamentação, o sucateamento dos hospitais, a elevada carga tributária e os gargalos na infraestrutura do país (aeroportos, estradas, ferrovias, portos e telecomunicações), a agenda para melhorar a produtividade, ficaram ao largo do seu discurso de Lula. Esses foram pontos fracos de seu governo, tão criticados pela oposição e pela mídia que tanto “avacalha” a política.

Miscelânea
Black Bloc — Finalmente caiu a ficha de que o governo federal não pode ficar de braços cruzados diante da violência de mascarados em praticamente todas as manifestações que ocorrem no país. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se reúne hoje com os secretários de segurança do Rio de Janeiro e de São Paulo para discutir uma estratégia em relação ao grupo, que ganha adesão de adolescentes e jovens rebeldes.

Mamãe Noel — A presidente Dilma Rousseff planeja aumentar de 12 milhões para 25 milhões o número de trabalhadores beneficiados pelos vales alimentação e refeição. Como? Vai incluir no programa as pequenas e médias empresas que pagam imposto de renda pelo lucro presumido, cujos funcionários não têm direito ao benefício.

Espionagem — Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, o senador Ricardo Ferraço já alinhava seu relatório na CPI da Espionagem. Dentre as medidas, proporá a criação de uma Agência Civil de Defesa Cibernética.

Fonte: Correio Braziliense

Vandalismo, democracia e fascismo – O Globo / Editorial

Confirmou-se a queda no apoio às manifestações na mesma medida em que grupos violentos, autointitulados black blocs, passaram a ganhar espaço nas ruas. Em São Paulo, pesquisa da Datafolha realizada antes do quebra-quebra de sexta, no Centro, no terminal de ônibus do Parque Dom Pedro, detectou que 66% concordavam com os atos, contra 89% em junho, ponto de partida da mobilização. Os vândalos já eram desaprovados por 95%.

O resultado pode ser estendido para todo o país, sem erro. A questão agora, e cada vez mais, é que estes grupos fiquem isolados e sejam tratados por instrumentos que tem o Estado para defender a sociedade e a lei. Deve-se, ainda, cobrar do poder público um mínimo de eficiência neste trabalho policial, para que haja efetiva contenção do vandalismo, e com baixo grau de letalidade. Será dramático se houver morte — e os embates ganham tal dimensão que este risco está presente.

Entre as imagens que ficarão destes tempos estará a foto do coronel da PM paulista Reynaldo Rossi, no tumulto de sexta-feira, em São Paulo, sendo espancado por black blocs enquanto seu segurança, um soldado à paisana, empunhava a pistola para defendê-lo, mas com o dedo longe do gatilho. Sensata também foi a oportuna decisão do coronel de gritar para a tropa não reagir.

Numa das equilibradas declarações que deu, depois, já com o lado esquerdo do tronco imobilizado, devido a uma fratura na clavícula, o coronel abordou um aspecto-chave neste novo tipo de crise de segurança que Rio e São Paulo enfrentam de forma mais direta: "(...) A ação deste grupo transcende a atuação da PM. Temos de contar com a sociedade, repudiando a ação deles. Eles não podem se sentir à vontade para se apropriar de manifestações legítimas."

Há análises variadas sobre a origem deste surto de violência. Desde a identificação de uma espécie de frustração de uma franja da juventude da chamada "nova classe média" não qualificada pelo ensino público básico para ascender socialmente, até a infiltração, pura e simples, de bandidagem e de interesses do submundo político — aspectos que não se excluem.

Mas o ponto central, agora, é o isolamento do vandalismo, pois, longe de exercer o direito democrático à livre manifestação, ele atenta contra a própria democracia, por desafiá-la. O direito à total liberdade de expressão se refere ao conteúdo da mensagem expressa, não do meio. Por mais liberal que seja o regime, violência não pode ser admitida. Eis por que o espanto quando professores sindicalistas apoiaram os black blocs. Tanto que militantes discordaram dos companheiros, e com acerto. Também assusta a simpatia para com vândalos em meios intelectualizados.

Hordas de depredadores nas ruas remetem ao fascismo e sua prática de perseguir e agredir fisicamente quem ele considera inimigo. Foi assim na Europa nas décadas de 30 e 40 do século passado.

Devido ao perfil autoritário e antidemocrático dos black blocs, espanta que tenham sido apoiados por grevistas e atraiam simpatia em meios intelectualizados

Painel - Vera Magalhães

Carta ao mercado
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva articula nos bastidores para que o Senado vote o projeto de Francisco Dornelles (PP-RJ) de autonomia do Banco Central. Lula conversou sobre isso ontem com o senador. O petista também falou com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) --que, na semana passada, surpreendeu o governo ao defender a proposta. Lula acha que a votação seria uma forma de debelar a desconfiança do mercado em relação ao governo Dilma Rousseff.

Fome zero Depois da megafesta para celebrar os dez anos do Bolsa Família, hoje em Brasília, Dilma deve receber Lula para almoçar.

Timing Assessores do Planalto lembram que, dias atrás, Guido Mantega (Fazenda) criticou a proposta, e que a decisão de Renan de pautar o assunto coincide com a falta de sinais de que Vital do Rêgo será efetivado ministro.

Big Bang PSB e Rede vão iniciar ainda este ano encontros temáticos para discutir o programa da coligação. No de Campinas, membros da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência serão convidados a apresentar propostas para ciência e tecnologia.

Mapa Outros eventos serão organizados para debater cultura (no Rio), educação (em Belo Horizonte), biodiversidade (na região Norte) e agronegócio (em Rondonópolis ou Campo Grande).

Óleo... No seminário de segunda-feira, partidários de Marina Silva reclamaram que as propostas do ex-ministro Fernando Bezerra, aliado de Eduardo Campos, para energia e saneamento não tinham uma visão sustentável.

... e água "Ele ainda está apegado ao cargo", diz um membro da Rede. Bezerra rebateu que uma proposta concreta para a infraestrutura é essencial para não provocar a desconfiança de investidores.

Ideia fixa Quem acompanhou o discurso de Dilma em solenidade em São Paulo na segunda-feira à noite registrou: ela explicou por quase dez minutos as regras do leilão de Libra e os motivos que levaram o governo a escolher o sistema de partilha.

Olhar 43 A todo tempo a petista encarava Aécio Neves, seu provável rival em 2014.
À mineira O presidente do PSDB de Minas, Marcus Pestana, promoveu almoço com a bancada do PSD no Estado ontem, em Brasília. Gilberto Kassab opera para que o partido se alie ao PT em 2014, mas a maioria dos deputados estaduais e federais prefere apoiar o projeto nacional e local de Aécio Neves.

Escalado Lula incentivou ontem Blairo Maggi (PR) a disputar o governo de Mato Grosso em 2014. Para o ex-presidente, o senador é daqueles políticos que "nasceram para o Executivo".

Palanque O governador Beto Richa (PSDB) grava amanhã uma participação no "Programa do Ratinho", do SBT. O apresentador é o preferido de políticos em pré-campanha. Já recebeu Dilma, Aécio Neves, Eduardo Campos e Alexandre Padilha.

Shalom Padilha, pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, participou de jantar com cerca de 60 membros da comunidade judaica no domingo, na casa do médico Cláudio Lottenberg, do Hospital Albert Einstein.

Visitas à Folha Edevaldo Alves da Silva, advogado e presidente do Complexo Educacional FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Edson Alves da Silva, advogado.

Elena Landau, economista e presidente no Rio do Instituto Teotônio Vilela, do PSDB, visitou ontem a Folha.

Tiroteio

"Esse assunto de querer armazenar dados no Brasil para proteger a privacidade é igual a achar que Obama só espiona nos EUA."

DO DEPUTADO EDUARDO CUNHA (RJ), líder do PMDB na Câmara, sobre a proposta que o governo pretende incluir na votação do Marco Civil da Internet.

Contraponto

Caixa postal

No almoço de ontem com senadores do bloco formado por PTB, PR e PSC, o ex-presidente Lula resolveu dar uma folga para Ideli Salvatti (Relações Institucionais), que não desgrudava do telefone celular.

--Ideli, você tá ligando para o papa? --perguntou o petista, brincando.

--Não, presidente --respondeu Ideli, sorrindo.

--Tá ligando para a Dilma? --devolveu Lula.

--Não --disse a ministra.

--Então desliga esse telefone! --encerrou o ex-presidente, provocando gargalhadas dos convidados.

Fonte: Folha de S. Paulo

Panorama político - Ilimar Franco

Sob controle
A pressão dos 11 deputados do Nordeste para apoiar Eduardo Campos não deve mudar a posição do Solidariedade a favor de Aécio Neves. Seu presidente, o deputado Paulo Pereira da Silva (SP), garante que os cerca de 37 segundos que o partido tem na TV ficarão com o tucano. O Paulinho sentencia: "Vamos apoiar o Aécio. Quem decide isso não são os deputados. É a Executiva Nacional."

Uma no cravo, outra na ferradura
Os elogios aos governos dos ex-presidentes Fernando Henrique e Lula feitos pelo candidato do PSB ao Planalto, Eduardo Campos, integram uma rede para pescar dois tipos de eleitores. Os que estão cansados do PT e que não querem a volta do PSDB. E os que não creem no êxito dos tucanos, mas querem os petistas fora do governo. Os estrategistas do socialista consideram que a presidente Dilma tem um núcleo duro de 25%, enquanto os tucanos tem 10%. Por isso, ele trata de adular esse setor da sociedade, porque não seria inteligente atacar os seus gurus. Uma postura agressiva provocaria reação imediata do núcleo duro dos adeptos de Lula e FH.

"Só os incompetentes e os amadores não sabem que em política até a raiva é combinada"
Nelson Jobim, ex-presidente do STF e relator da Constituinte, ontem, na sessão alusiva aos 25 anos da Constituição de 1988

Vento a favor
As respostas a duas perguntas na pesquisa Sensus para o PSDB animaram os tucanos. Os que querem um governo diferente são 52,9%. E 55% dos entrevistados disseram que seu poder de compra se reduziu este ano em relação a 2012.

Língua solta
A Associação dos Delegados da Polícia Federal fez um pedido de explicações ao senador Pedro Taques (PDT-MT). Num vídeo de uma palestra, Taques diz que "a Constituição determina que todo o poder emana do povo. Se fosse de Deus, seria uma teocracia, e não uma democracia. Se emanasse dos delegados da PF seria uma merda!

Quebra-cabeças
Na Paraíba, como no Ceará, o principal problema do PMDB não é o PT. A unidade dos partidos que apoiam o governo Dilma passa por um acordo entre o ministro Aguinaldo Ribeiro (Cidades), do PP, e o senador Vital do Rego (PMDB).

Lula, o "showman"
Um séquito de funcionários e visitantes cercou o ex-presidente Lula ontem, em sua passagem pelo Congresso. Os dirigentes petistas contam com esse magnetismo para alavancar seus candidatos em 2014. Lula já determinou a redução de sua agenda internacional. Na cúpula, o que se diz é que será a primeira vez que um líder carismático fará campanha fora do cargo e sem ser candidato.

A recomposição
Pressionado pelo PT e pelos aliados locais, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), começou a sinalizar que vai concorrer ao governo de Alagoas. Com Renan Filho de candidato, o senador começou a ver sua aliança desidratar.

Água mole em pedra dura
O ex-presidente Lula aproveitou o almoço com senadores, ontem, para tentar convencer Blairo Maggi (PR-MT) a concorrer ao governo. Disse que seria ótimo se ele voltasse e que teria seu apoio. Blairo tem dito que nem de graça se candidata.

A cúpula do PMDB não acredita que os descontentes consigam realizar uma pré-convenção neste ano. Avalia que o movimento é um jogo de pressão.

Fonte: O Globo

Brasília-DF - Denise Rothenburg

“Se me encherem o saco, volto em 2018”
Em almoço com um grupo de senadores ontem, acompanhado com exclusividade pela coluna, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro que cuidará dos palanques da presidente Dilma nos estados e classificou esse quesito de o “bom problema”: “A oposição não tem discurso. Nem o Aécio nem o Eduardo”, disse Lula, referindo-se aos dois pré-candidatos Aécio Neves (PSDB-MG) e Eduardo Campos, do PSB. “Além disso, o Serra faz sombra para o Aécio. E o Eduardo arrumou um problema, porque quando um tem mais que o outro, lá na frente vai ter que conversar”, disse, referindo-se à ex-senadora Marina Silva. “Eu pensei que ele (Eduardo) conhecesse a Marina”, completou o senador Alfredo Nascimento (PR-AM). Foi a única referência de Lula a Eduardo.
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Perguntado se ele (Lula) fazia sombra à Dilma, o ex-presidente respondeu: “Eles (Serra e Marina) nunca foram (presidentes). Eu, se me encherem o saco, volto em 2018. Não vou deixar o Alfredo arrumar outro”, completou, com um bom humor que o caracteriza.
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O almoço reuniu, além do anfitrião, Gim Argello (PTB-DF), a quem o Lula chamou de “fiel companheiro”, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL); das Comissões de Constituição e Justiça, Vital do Rêgo (PMDB-PB); de Assuntos Econômicos, Lindbergh Farias (PT-RJ); e ainda senadores do bloco PTB-PR-PSC-PRB: Alfredo Nascimento, Blairo Maggi (PR-MT), Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP), Eduardo Amorim (PSC-SE) e Eduardo Lopes (PRB-RJ).

O vice de Padilha
Informado dos partidos que compõem o bloco encabeçado pelo PTB, Lula olhou para Antonio Carlos Rodrigues, suplente de Marta Suplicy (PT-SP) e o representante paulista do bloco à mesa: “Vamos conversar”. Coincidência ou não, logo depois entrou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que cumprimentou Antonio Carlos com ares de melhor amigo, não sem antes ouvir uma palavrinha de Lula ao pé do ouvido. Aí tem.

O senador de Padilha
O ministro da Saúde não esconde mais quem será o candidato ao Senado na sua chapa ao governo de São Paulo: Eduardo Suplicy (PT-SP). O tema que Suplicy abordará na campanha ele não precisa dizer. Deixe-me adivinhar… Renda mínima.

Hora da reforma
Lula sugeriu a Renan Calheiros discutir já a reforma política. “O melhor momento é esse. A campanha não pode ficar só no economês. É a hora de discutirmos a política. É preciso fazer o debate da política”.

E aí, Blairo?
Antes de Blairo Maggi chegar ao almoço, Lula defendeu a candidatura do senador ao governo de Mato Grosso. Quando Blairo entrou, o ex-presidente levou a conversa: “A Constituição lhe dá o direito de fazer o que quiser”, mas, mais à frente, completou: “Nem sempre a gente consegue fazer o que quer” e tascou sugestões para a campanha. “Não é porque o presidente pediu que agora, nesse momento, vou dizer que vou”, afirmou Blairo à coluna.

O Arthur faz falta
Alfredo Nascimento contou que foram no mesmo avião para Brasília o governador Omar Aziz (PSD) e o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB). “Choveu tanto que o aeroporto fechou.” Lula não titubeou: “Ali, num dado momento da política, vocês todos já estiveram juntos. Eu mesmo já estive com o Arthur. Ele era um bom orador aqui no Senado, até quando era para nos criticar”, contou Lula. Lá pelas tantas, emendou com o valor de uma amizade. Lembrou do dia em que aterrissou em Manaus e, antes, ligou para Aziz pedindo uma costela de tambaqui. “Pensei que ele mandaria uma quentinha. Encontrei um banquete com vinho, uísque e mesa posta. E eu nem era mais presidente.”

A bronca/ Sempre atenta aos projetos do governo, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti (foto), pegou o celular e começou a digitar a senha de desbloqueio para tratar de um tema urgente, quando Lula olhou diretamente para ela. “Você vai falar com a Dilma? Você vai falar com o papa? Então desliga essa p...!” Ideli mandou a mensagem e desligou o aparelho. Daquele momento em diante, cada “trim” em qualquer celular à mesa era imediatamente desligado.

Abomináveis/ O ex-presidente odeia os tais aparelhinhos. “Depois que inventaram os iPads, os ‘i’ isso, ‘i’ aquilo, ninguém tem sossego.” E alguém perguntou: “Está de dieta presidente?”. Lula respondeu: “Como de tudo”. Ali, foi ravioli de muçarela de búfalo e filé. Para beber? Água. E os exercícios? “Duas horas por dia, há um ano e quatro meses. Estou bem.”

E o Fernando Henrique, hein?/ Fernando Henrique Cardoso estaria em Brasília ontem, mas não pôde por conta de uma diverticulite, detectada na véspera. Os petistas disseram que ele não veio para não ser ofuscado por Lula. Ficam aí as duas versões.

Imprensa, sempre ela/ Depois da paulada na imprensa na sessão da manhã, Lula disse, ainda no almoço, que a imprensa perde influência e as redes sociais ganham espaço, com cada um dizendo o que quer e sendo rebatido na hora. À tarde, entretanto, a imprensa se viu resgatada, numa fala do presidente do Senado, Renan Calheiros, em homenagem ao ex-presidente da Associação Brasileira de Imprensa Maurício Azedo, falecido na última sexta-feira: “Um homem comprometido com as mudanças do seu tempo e com a transparência. O seu exemplo sempre será uma referência para todos nós”. O jornalismo continua vivo.

Fonte: Correio Braziliense

Política – Claudio Humberto

• Rose, de Lula, está sujeita a 25 anos de prisão
Íntima do ex-presidente Lula e ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha é alvo de Processo Administrativo Disciplinar que pegou leve com ela, apenas destituindo-a do cargo em comissão, por recomendação do ministro petista Jorge Hage (Controladoria-Geral da União). Transferidas para o âmbito penal, as acusações contra “Rose” podem somar mais de 25 anos de cadeia.

• Os crimes
Rosemary Noronha é suspeita dos crimes de falsidade ideológica, tráfico de influência, corrupção passiva e formação de quadrilha.

• Punição, que é bom…
Jorge Hage empurrou com a barriga o processo administrativo ao Ministério Publico Federal, para “providências”. O MPF resolveu agir.

• Amigos de fé
Em junho, a Casa Civil da Presidência chegou a negar acesso ao Ministério Público Federal ao processo administrativo de Rose.

• Ela tem a força
Um ano após o escândalo, a poderosa Rose, íntima de Lula, ainda não foi punida por nenhuma das 11 irregularidades a ela atribuídas.

• Relator do ‘Mais Médicos’ pode substituir Padilha
O relator da MP do Programa Mais Médicos, Rogério Carvalho (PT-SE), é cotado na bancada petista para suceder o ministro Alexandre Padilha (Saúde), que deverá deixar o cargo para disputar o governo paulista em 2014. Amigos de movimento estudantil, Padilha articulou sua indicação para relatoria da MP, desbancando o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), favorito na base aliada para assumir a vaga.

• Velhos aliados
Rogério Carvalho foi o substituto do atual ministro Alexandre Padilha na Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina.

• Lados opostos
Entidades médicas resistem a Rogério Carvalho, que, após assumir a relatoria da MP, sofreu retaliação do CRM-SP, de onde foi funcionário.

• Bom desempenho
Forte defensor do Mais Médicos, o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mozart Sales, também é cotado a ministro.

• Claque
Desesperada com a falta de quórum na homenagem ao ex-presidente Lula na Câmara, a liderança do PT mandou deputados e chefes de gabinetes encherem o plenário com seus assessores. E são muitos.

• Boicote
Deputados da base aliada como PR, PSD, PP, PTB e PDT se uniram à oposição e ignoraram a entrega ao ex-presidente Lula da medalha Suprema Distinção, em comemoração aos 25 anos da Constituinte.

• O Estado de cócoras
Bandidos se uniram aos “black blocs” para tocar o terror na Rodovia Fernão Dias, em São Paulo, diante da passividade da PM. Como a TV mostrou tudo ao vivo, agora as autoridades começam a se mexer.

• Vexame
O Ministério Público Federal no DF atira primeiro e pergunta depois: exigiu ontem pela manhã que a Anvisa fizesse alterações em seu edital de concurso, mas, à tarde, descobriu que tudo já tinha sido feito.

• Faltará munição
Fuzileiros fazem simulação de guerra em Formosa (GO), com munição real. Como a Marinha anda numa pindaíba de dar dó, trabalhando só 4 dias por semana para economizar no rancho, seu paiol vai ser zerado.

• Maquiagem
O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) denuncia que taxa de desemprego chega hoje a 30%, e não a 5,4% como divulgou governo: “O problema é que eles consideram empregados quem recebe Bolsa-família”.

• Cocaleiros bilionários
Mariela Salas, diretora da Unidade de Investigações Financeiras da Bolívia, disse ontem que não há dados sobre a fortuna lavada no país, de dinheiro vindo do narcotráfico. A estimativa é de US$ 900 milhões.

• Poço de mágoas
Sindicalista convertido em celebridade pela imprensa que hoje ataca, o ex-presidente Lula tem raiva de jornalistas por revelarem malfeitorias do seu governo, como o mensalão. Rancor faz muito mal à saúde…

• Confraternização
Lula foi recebido ontem com tapinhas nas costas por alguns dos “300 picaretas” que certa vez apontou no Congresso.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)