quinta-feira, 17 de outubro de 2013

OPINIÃO DO DIA - Almir Pazzianotto: dez obras do PT

Na campanha pela reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014, o Partido dos Trabalhadores (PT) gozará de autoridade para reivindicar a paternidade de dez obras, em 12 anos de governo. São elas: mensalão, rompimento dos princípios da ética e da moralidade, insegurança jurídica, desprestígio da diplomacia, compra e venda de legendas, declínio das atividades industriais, exportação de empregos para China e Índia, criação de ministérios inúteis, construção e financiamento de estádios de futebol e oficialização da palavra "presidenta".

Almir Pazzianotto, “Eleições 2014”. O Estado de S. Paulo, 16 de outubro de 2013

Aécio diz que PSDB é opção mais segura

Para tucano, quem for para o segundo turno derrota Dilma, e seu partido tem mais estrutura para governar o país

Paulo Celso Pereira

BRASÍLÍA- O senador Aécio Neves (PSDB-MG) retomou ontem a organização da pré-campanha dos tucanos à Presidência da República com críticas mais agudas à presidente Dilma Rousseff e tentando posicionar a candidatura do PSDB como a mais segura e com melhores quadros para suceder o PT. Uma referência explícita à dupla Marina Sil-va-Eduardo Campos, que, segundo os aliados do PSB e da Rede, deve ultrapassar o tucano nas pesquisas de intenção de votos até o fim do ano. Aécio, no entanto, avalia o cenário como ainda muito favorável ao PSDB.

Críticas à economia

Indagado sobre a pesquisa Datafolha do fim de semana, a primeira após Marina se aliar ao PSB, Aécio festejou, destacando que seu nome cresceu oito pontos enquanto os de Dilma e Campos cresceram sete. E vaticinou que Dilma perderá a eleição no segundo turno:

— O que para mim é relevante nessas pesquisas é que mais de 60% da população brasileira não quer votar na atual presidente da República, renega esse modelo, porque compreende que ele vem fazendo mal ao Brasil. Por isso, estou convencido que o candidato que for para o segundo turno vencerá as eleições, e acho que quem tem as melhores condições é o PSDB, pelos seus quadros, pela sua história e pelas propostas claras.

Em uma tentativa de não permitir que os tucanos percam o posto de principais integrantes da oposição, Aécio afirmou que as críticas recentes de Marina à condução da economia apenas a aproximam dos alertas que o PSDB vem fazendo ao longo dos últimos anos — da fragilidade do tripé econômico, sem cumprimento das metas de inflação e superávit, além do câmbio. O senador insistiu que o PSDB teria mais estrutura partidária para governar o país.

— A nossa história é o nosso passaporte. A agenda que está em curso foi a agenda proposta pelo PSDB lá atrás. O PT nada mais fez que administrar, e mal, a nossa agenda. Agora, é preciso uma nova e ousada agenda. Temos hoje a responsabilidade de governar 50% da população brasileira, mais de 50% do PIB e vamos ter a possibilidade de mostrar que a excelência dos quadros do PSDB e a ousadia que mostramos em outros momentos são o passaporte mais seguro para o Brasil encerrar esse ciclo e iniciar um outro de crescimento, prosperidade e sobretudo avanços sociais — defendeu Aécio, numa referência indireta à falta de estrutura e de experiência do PSB e da Rede para uma disputa nacional.

Ao longo de todo o dia, Aécio reuniu-se com seus aliados mais próximos. Ainda pela manhã, conversou longamente com os presidentes do DEM, senador José Agripino Maia (RN), do Solidariedade, deputado Paulo Pereira da Silva (SP), e com o líder do PP, Francisco Dornelles (RJ). Em seguida, partiu para o encontro com mais de 40 deputados tucanos na Câmara.

Durante a reunião, vários deputados consideraram que a aliança Marina-Campos ajudou o pernambucano durante a semana passada, mas pode atrapalhá-lo nos próximos meses e até mesmo naufragar sua candidatura antes das eleições. Aécio restringiu-se a repetir a avaliação pública que fez de que a união dos dois fortalece o campo oposicionista.

Segundo relatos dos presentes, o senador defendeu que o PSDB chegue ao fim do ano com o esboço de dez grandes propostas para serem apresentadas ao país, com destaque para as áreas econômica e social, e que a legenda retome o debate da ética. Aécio ainda mostrou diversos dados das últimas pesquisas que considera favoráveis à sua candidatura e, apesar de ter elogiado a permanência do ex-governador José Serra (SP) no partido, se apresentou como candidato com disposição:

— Estou aqui para ganhar a eleição. Se não fosse por isso, não seria candidato. Cada vez mais acredito na possibilidade da nossa vitória.

Após uma semana em Nova York, onde fez palestra para investidores estrangeiros, o tucano ampliou ontem suas críticas à condução da economia. Em entrevista, afirmou que o clima de desconfiança é geral e que isso se mostraria nos índices de crescimento econômico do Brasil:

— A grande questão que tem de ser feita: para quê um segundo mandato? Para eternizar os amigos no poder? E o Brasil? O Brasil está ficando no final da fila. Acabo de chegar de um grande evento internacional e as expectativas em relação ao Brasil são as piores. Não há mais confiança em relação à gestão da política econômica brasileira. O governo fracassou.

Fonte: O Globo

Aécio diz que tem "melhores condições' de derrotar PT

PSDB tenta retomar liderança da oposição e não quer dividir palanque com Campos e Marina nos Estados.

Pré-candidato à Presidência da República e no comando do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) reuniu ontem a bancada do partido na Câmara para construir um discurso que coloque os tucanos como real alternativa ao PT nas eleições de 2014. Pressionado pelo cenário eleitoral que desenha uma disputa pela vaga no segundo turno com a chapa de Eduardo Campos e Marina Silva, Aécio disse não concordar que governadores e candidatos tucanos façam campanha para os adversários em eventuais palanques duplos. Para ele, as circunstâncias regionais não devem contaminar o objetivo nacional de encerrar o ciclo do PT. Em um almoço com 44 dos 46 deputados federais tucanos, Aécio disse que o PSDB precisa explorar suas experiências no governo federal, nos Estados e nas prefeituras e apresentar propostas de um novo modelo de política econômica que gere mais crescimento

Aécio entra em cena e veta palanques duplos que podem dar força a Campos

Eduardo Bresciani

BRASÍLIA - Pressionado pelo cenário da sucessão presidencial que desenha uma disputa pelo segundo colocado com chances de enfrentar a presidente Dilma Rousseff, o senador Aécio Neves (MG), provável candidato do PSDB, reuniu ontem a bancada do partido na Câmara e afirmou não concordar que governadores e candidatos tucanos façam campanha para o governador Eduardo Campos (PSB) em eventuais palanques duplos.

O tucano discutiu com correligionários uma estratégia de discurso que apresente o PSDB como a real alternativa ao PT nas eleições de 2014, tentando neutralizar o espaço ocupado pela aliança entre Eduardo Campos e a ex-ministra Marina Silva nas últimas semanas.

Na semana em que o nome de Campos ganhou superexposição por conta da filiação de Marina ao PSB e o apoio da ex-ministra à eventual candidatura do pernambucano, Aécio estava em Nova York. O tucano fez uma palestra a convite do Banco Pactuai e também estava em lua de mel Ao lado de Marina, Campos viu seu nome crescer quase 10 pontos porcentuais 11a pesquisa Datafolha. O pernambucano alcançou 15% das intenções de votos; Aécio tem 21%.

O encontro reservado de ontem, um almoço de mais de duas horas, reuniu 44 dos 46 deputados federais tucanos. Aécio disse que para o PSDB aparecer como alternativa ao PT é preciso apresentar propostas de um novo modelo de política econômica que gere mais crescimento. Além disso, os tucanos teriam de citar mais as experiências que tiveram no governo federal, Estados e prefeituras. "O PSDB é quem reúne as melhores condições, os melhores quadros e a ousadia para dar um rumo novo ao Brasil", afirmou.

Segundo relatos dos parlamentares, Aécio observou que o cenário eleitoral caminha para uma disputa em dois turnos que é preciso ter regras claras nos palanques duplos em negociação com o PSB para que governadores e candidatos tucanos não façam campanha para Campos. "Essa questão precisa ser colocada com maior clareza. Os acordos vão seguir a lógica regional, mas os candidatos do PSDB apoiarão a candidatura nacional do PSDB", disse o mineiro, conforme relatos.

"Coisa de corno". Aécio foi claro: disse que não gostaria de ver um governador do partido num comício de Campos. Na visão dele, somente políticos do PSB receberiam o governador de Pernambuco. O tema gerou debate e um deputado paulista provocou gargalhadas ao explicitar a traição típica deste tipo de acordo: "Palanque duplo é coisa de como". Entre as possibilidades de chapas conjuntas estão os dois maiores colégios eleitorais do País, São Paulo e Minas.

Apesar do duelo com Campos, Aécio quer evitar ataques direitos ao governador de Pernambuco. Instado por,deputados a atacar o discurso do "novo" da aliança Campos-Marina, recomendou serenidade, lembrando que precisará de apoio em eventual segundo turno.

"O relevante nesta pesquisa (Datafolha) é que mais de-60% da população não quer votar 11a atual presidente. Estou convencido de que o candidato que for para o segundo turno vencerá as eleições (...) Quem tem as maiores condições é o PSDB", disse Aécio a jornalistas, após a reunião. Também em entrevista, ele observou que as críticas de Marina e Eduardo à política econômica do PT são nas mesmas feitas pelos tucanos, que defendem o legado de FHC. / Colaboraram Rafael Moraes Moura e Ricardo Della Coletta

A alternativa sou eu. O PSDB é quem reúne as melhores condições, os melhores quadros e a ousadia para dar um ramo novo ao Brasil"

Aécio Neves, senador por Minas Gerais e presidente nacional do PSDB

Fonte: O Estado de S. Paulo

Aécio antecipa embrião de plano de governo do PSDB

Pré-candidato tucano lança 'agenda do futuro' 4 meses antes do previsto

Senador endossa discurso de Marina sobre a economia e exalta sintonia com Campos e o PSB

Valdo Cruz, Gabriela Guerreiro

BRASÍLIA- Em reação à aliança entre Eduardo Campos e Marina Silva, o PSDB antecipará o lançamento de propostas de governo batizadas de "agenda do futuro" para ocupar espaço no debate presidencial.

Segundo a Folha apurou, o presidente do PSDB e pré-candidato, Aécio Neves (MG), lançará em dezembro conjunto de propostas inicialmente previsto para março de 2014.

O comando do PSDB avalia ser necessário "disputar" desde já o debate programático da eleição de 2014 depois que Marina e Campos monopolizaram o noticiário político dos últimos dias com a surpreendente aliança.

Aécio disse a interlocutores que os tucanos querem discutir a "agenda do futuro", enquanto o PT apostava na polarização da campanha com o PSDB para insistir na "agenda do passado".

Fará parte também da estratégia do PSDB buscar aproximação com o PSB. "Nosso alvo é o mesmo", disse ontem o senador Aécio Neves, lembrando que Campos e Marina têm defendido ideias que os aproximam do programa do PSDB.

Aécio afirmou que Marina, ao defender um "tripé" macroeconômico para país, adota um "discurso histórico" dos tucanos. "Vejo que há uma aproximação do discurso da Marina com aquilo que o PSDB vem pregando."

Dentro da estratégia de mostrar sintonia com Marina, o tucano reverberou críticas da ex-senadora direcionadas à presidente Dilma.

"Aquilo que se intitulou chamar de governo de coalizão nada mais é que um governo de cooptação, onde os partidos políticos barganham e servem apenas a um projeto de poder", afirmou.

Em relação a Campos, governador de Pernambuco, o presidente tucano disse que uma eventual candidatura do PSB à Presidência "nasce exatamente por essa visão muito semelhante à nossa [PSDB], de que esse ciclo de governo do PT, em beneficio do Brasil, tem que ser encerrado".

Os afagos de Aécio em Campos e Marina têm como objetivo, segundo aliados, impulsionar a candidatura do PSB de olho no segundo turno com a presidente Dilma Rousseff --líder nas pesquisas.

"Estou convencido de que o candidato [da oposição] que for para o segundo turno vencerá as eleições. Acho que quem tem as melhores condições, com respeito a outras alternativas, é o PSDB."

Ao contrário do discurso favorável a Campos e Marina, Aécio disse que Dilma deu largada à campanha. "Temos uma presidente com agenda de candidata."

Ele também criticou a relação de Dilma com o Congresso. "Ela não lidera, ela é conduzida pela sua base."

Sobre a declaração de Dilma de que seus adversários precisam estudar o país, o tucano afirmou que todos precisam se "preparar" para gerir o país.

"Acho que é uma declaração em razão da sua própria experiência. O fato de ter sido ungida à Presidência sem ter tido qualquer outra experiência mais importante na gestão pública trouxe este resultado. A vida é um aprendizado permanente. Triste são aqueles que, no meio da caminhada, acham que já sabem tudo. Esses são um perigo."

Fonte: Folha de S. Paulo

Aécio: Proposta do PSDB garantirá a retomada do crescimento e avanço nas políticas sociais

BRASÍLIA – O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou nesta quarta-feira (16) que o partido tem uma proposta para o Brasil que garantirá não só a retomada do crescimento como o avanço em suas políticas sociais. Em entrevista coletiva, concedida após reunião com a bancada tucana na Câmara, Aécio defendeu ainda a geração de empregos e da reinserção das empresas brasileiras nas cadeias globais de produção.

“Não temos mais, infelizmente para o Brasil, uma presidente da República [Dilma Rousseff] com uma agenda presidencial. Temos uma candidata a presidente em campanha permanentemente. O resultado para o Brasil, infelizmente, é muito ruim”, disse o senador.

Aécio ressaltou que o tripé macroeconômico, defendido pela ex-senadora Marina Silva (Rede-PSB), é a base do programa do PSDB. “Vejo que há uma aproximação do discurso da Marina com aquilo que o PSDB vem pregando”, disse ele.

O senador lamentou que a presidente Dilma Rousseff tenha feito uma cerimônia para a entrega de unidades habitacionais sem energia nem água em Vitória da Conquista (BA), no Programa Minha Casa, Minha Vida: “É triste para um país como o Brasil”.

Entrevista coletiva do senador Aécio Neves

Assuntos: Pilares econômicos, governo de cooptação, Marina Silva, obras inacabadas da presidente Dilma, reunião do PSDB.

Sobre declarações dadas pela ex-ministra Marina Silva.

A avaliação de Marina Silva sobre o tripé macroeconômico é aquilo que o PSDB historicamente vem pregando. A flexibilização dos pilares macroeconômicos é uma das razões do baixo crescimento da economia hoje. Há um retrocesso na condução da política econômica, e o PSDB tem dito isso de forma incessante ao longo de todos esses últimos anos, inclusive alertando o país para isso.

Vejo que há uma aproximação do discurso da Marina com aquilo que o PSDB vem pregando. E no Congresso, da mesma forma. Aquilo que se intitulou chamar de governo de coalizão, nada mais é que um governo de cooptação, onde os partidos políticos barganham e servem apenas a um projeto de poder.

O PT abriu mão há muito tempo de um projeto de país para se contentar, única e exclusivamente, com um projeto de poder. Isso está muito claro. Tenho certeza que uma eventual candidatura do PSB nasce exatamente por essa visão muito semelhante à nossa, de que esse ciclo de governo do PT, em beneficio do Brasil, tem que ser encerrado. A presidente se submeteu, sim, às piores práticas aqui no Congresso.

A presidente está sob chantagem?

Não sei se o termo é esse, mas ela hoje age absolutamente pressionada pela sua base. Ela não lidera, ela é conduzida pela sua base no Congresso Nacional. Por isso, há uma dissonância, uma distância muito grande entre a pregação e a prática da presidente. O aparelhamento da máquina pública hoje é vergonhoso. Não só pelo número acintoso de ministérios. Isso é o símbolo de um governo aparelhado, desqualificado, em praticamente todas as áreas. O resultado é esse, um baixo crescimento, ineficiência gerencial enorme, que transformou o Brasil nesse grande cemitério de obras inacabadas.

Sobre a presidente entregar casas sem água e sem luz.

É triste para um país como o Brasil. Não temos uma presidente com a agenda de presidente. Temos uma presidente com agenda de candidata. O que temos na verdade, no fundo, é uma candidata no lugar da presidente. As suas movimentações são todas na busca de um segundo mandato.

A grande questão, a grande pergunta que tem de ser feita: para quê um segundo mandato? Para eternizar os amigos no poder? E o Brasil? O Brasil está ficando no final da fila. Acabo de chegar de um grande evento internacional e as expectativas em relação ao Brasil são as piores. Não há mais confiança em relação à gestão da política econômica brasileira. Não há mais confiança em relação à capacidade do governo de criar infraestrutura necessária para a retomada do crescimento. A agenda do crescimento, da geração de empregos, da refundação dos pilares macroeconômicos que nos trouxeram até aqui é uma prioridade para o PSDB. Isso que eu vou conversar agora com a nossa bancada na Câmara dos Deputados e estou muito confiante de que este ciclo de governo do PT, em benefício do Brasil, vai se encerrar.

Sobre declaração da presidente Dilma que candidatos têm de estudar.

Acho que é uma declaração em razão da sua própria experiência. O fato de ter sido ungida à Presidência da República sem ter tido qualquer outra experiência mais importante na gestão pública trouxe este resultado. Mas eu concordo. Todos nós temos de estudar, temos de nos preparar. A vida é um aprendizado permanente. Triste são aqueles que, no meio da caminhada, acham que já sabem tudo. Esses são um perigo. No meu caso, e acho que em todos os outros, a busca do aprendizado é algo permanente. Até o último dia da minha vida quero estar aprendendo alguma coisa.

Sobre a orientação ao PSDB na reunião de hoje?

É uma conversa entre companheiros. O PSDB tem uma proposta para o Brasil. Uma proposta clara, da retomada do crescimento, da geração de empregos, da reinserção das empresas brasileiras nas cadeias globais de produção, dos avanços nas políticas sociais. Essa é a cara do PSDB. E estamos muito felizes, porque há um partido hoje absolutamente motivado, mobilizado e um Brasil carente dessa agenda. O que percebo a cada instante é que esse ciclo de governo do PT caminha para o seu encerramento. Não temos mais, infelizmente para o Brasil, uma presidente da República com uma agenda presidencial.

Temos uma candidata a presidente em campanha permanentemente. O resultado para o Brasil, infelizmente, é muito ruim. Acabo de chegar de um grande evento internacional e a percepção dos investidores, que são essenciais para o Brasil retomar o crescimento ao qual me referi é a pior possível. Não há mais confiança em relação a investimentos no Brasil, não há segurança jurídica para se investir no Brasil. E as próprias políticas sociais que foram o grande carro chefe do governo do PT mostraram também esgotamento. O PNAD de poucas semanas atrás mostra que o incrível aconteceu. O analfabetismo voltou a crescer no Brasil. E a presidente da República teve que ir em Nova York fazer uma agenda para pregar aquilo que haviam pregado 15 anos atrás, o respeito aos contratos para buscar atração de investimentos.

Esse ciclo de governo do PT encerrou-se e é muito importante que o PSDB se posicione com absoluta clareza para apresentar uma nova agenda. Essa reunião é uma etapa importante para que possamos dar visibilidade e clareza a essa nova agenda que, repito, passa pelo crescimento, pelo avanço dos programas sociais e pela reinserção do Brasil no mundo.

Fonte: PSDB

Campos diz que debate sobre o país não será transformado em 'ringue'

PSB deve evitar oposição sistemática ao governo no Congresso

Ranier Bragon

BRASÍLIA - Apesar do tom crítico que Eduardo Campos e Marina Silva têm adotado em relação ao governo de Dilma Rousseff, o governador de Pernambuco disse ontem que não pretende transformar a corrida à Presidência num "ringue".

Doze dias depois de selar a aliança com a ex-senadora, Campos teve o quarto encontro com Marina, desta vez em Brasília, na sede do PSB.

"Não vamos fazer do debate do Brasil um ringue. Não é o meu nem o jeito de Marina de fazer política", afirmou Campos após a reunião.

Nos últimos dias, os dois têm elevado o tom das críticas à condução econômica do governo, o que levou Dilma a responder aos ataques.

Na reunião de ontem, feita a portas fechadas, Marina e Campos fizeram discurso com prognósticos sobre o que os esperam daqui em diante.

Segundo relatos, o governador de Pernambuco disse que já estão sendo lançadas "cascas de banana" na tentativa de minar a aliança. Marina teria citado como uma das supostas tentativas de desestabilização a avaliação de que ela estaria tentando "tomar o lugar" de Campos na cabeça de chapa à Presidência.

Marina tem 29% das intenções de voto em seu melhor cenário, segundo o Datafolha, contra 15% do governador. Apesar disso, o PSB diz que o candidato será Campos.

Ainda no encontro, Marina afirmou aos integrantes do PSB e da Rede que a coalizão não pode ser "cúmplice" de aliados de Dilma que pretendem negociar o apoio a ela em troca da ampliação do espaço e de benefícios na Esplanada dos Ministérios.

A orientação é que o PSB não assuma papel de oposição ao governo no Congresso, o que Campos confirmou.

Em entrevista, ele disse que a ordem é que os dois partidos "pulem fora do jogo bruto que muitas vezes aliados fazem com o governo".

Correligionários de Marina também disseram que a polarização entre Dilma e Marina os fortalece.

"Nossa expectativa era a de que a Dilma tentasse polarizar ao máximo com o Aécio [Neves, do PSDB], que é o que a fortalece. Polarizar com a Marina só nos fortalece", afirmou o deputado Alfredo Sirkis (PSB-RJ).

Fonte: Folha de S. Paulo

PSB atribui a Marina tarefa de polarizar com Dilma

Campos usará tom ameno: "não vamos fazer o debate no ringue" afirmou

Maria Lima

BRASÍLIA- Entre as estratégias da chapa Eduardo Campos e Marina Silva, traçadas ontem para enfrentar a superestrutura da campanha de reeleição do PT, ficou definido que a ex-senadora continuará na linha de frente, polarizando com a presidente Dilma Rousseff, e levando-a a "morder a isca". Campos também continuará fazendo críticas, mas em tom mais ameno porque saiu há pouco do governo. Daqui a dois meses, em dezembro, Marina e Campos vão iniciar uma maratona de viagens juntos para cobrir todos os estados.

— Se depender de nós, não vamos fazer o debate do Brasil no ringue. Não é nosso jeito de fazer política — disse Campos na reunião de ontem.

Mas, na apresentação da cúpula da Rede feita ontem por Marina na reunião do Diretório Nacional do PSB, chegou-se à conclusão de que Dilma "não tem estômago de avestruz" e não aceitará calada as críticas. Os socialistas co-memoram o fato de a presidente estar polarizando o embate com eles, e não com o tucano Aécio Neves (MG).

— Nossa expectativa era que, sob orientação de João Santana, ela polarizasse com Aécio. Mas esse tipo de polarização conosco nos fortalece — avaliou o deputado Alfredo Sirkis (PSB-RJ).

Marina, em sua fala, reconheceu que há desafios a serem superados para que ja coligação com os socialistas prospere: — Estou sentindo um ambiente de muita esperança no Brasil com o anúncio da coligação da Rede com o PSB. Mas temos desafios grandes a superar. Um deles é ficar permanentemente coerentes com o que estamos falando.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) prestigiou a reunião e previu que o jogo ; será pesado, afirmando que Dilma e o PT vão usar vagas em 12 ministérios para, na hora certa, barganhar e fazer ""agrados" a novos aliados contra os adversários. Marina disse que, neste caso, o troco será a campanha da "postura contra a estrutura" E comentou declarações do marqueteiro João Santana, sobre a autofagia dos "anões" como ele chamou os candidatos da oposição:

— Os anões vão se unir para fazer a pirâmide do gigante. Vamos todos dar as mãos e fazer uma pirâmide para levar Eduardo Campos nos ombros até o Planalto.

O governador, por sua vez, alertou para a tentativa dos adversários de insuflar a disputa dos dois pela cabeça de chapa:

— Vão tentar colocar cascas de banana e tentar nos intrigar.

Na véspera, ao ser entrevistado pelo canal católico Rede Vida, Campos se colocou como o candidato que irá para o segundo turno e criticou "a falta de credibilidade do governo Dilma e o caos em áreas estratégicas" como Saúde, Educação e Segurança.

Fonte: O Globo

'Não faremos do debate um ringue', diz Campos

Governador de PE afirma que ele e Marina precisam "estar vacinados" para responder a críticas sobre aliança entre PSB e Rede

Ao deixar reunião de quase duas horas com a ex-ministra Marina Silva e alguns integrantes da Rede, em Brasília, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), afirmou ontem que não fará do debate eleitoral "um ringue". "Se depender de nós, não faremos do debate sobre o Brasil um ringue, não é o meu jeito, nem o jeito da Marina fazer política", disse o governador ao ser indagado sobre as críticas dos adversários à parceria - após não obter registro da Justiça Eleitoral por falta de assinaturas de apoio, os criadores da Rede aderiram ao PSB.

De acor4o com relato do senador do PSB Rodrigo Rollemberg, que estava presente ao encontro, Campos disse que PSB e Rede devem evitar "as cascas de banana". Ele se referia a tentativas dos adversários de colocar Campos e Marina um contra o outro em uma disputa de quem seria o candidato à Presidência no ano que vem. "Temos que estar vacinados em relação a isso", disse Rollemberg.

No dia 5 de outubro, quando Marina assinou sua filiação ao PSB, seus apoiadores disseram que ela poderia Service de Campos em 2014. Ela mesma afirmou, em entrevista, que sua intenção era "adensar" uma candidatura "já posta", ou seja, a candidatura do governador. Depois, porém, Marina deu entrevistas dizendo que ela poderia, sim, ser a cabeça da chapa.

Outra reunião. Campos também aproveitou sua passagem por Brasília para uma reunião com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, a fim de evitar que o País seja denunciado a instituições internacionais por calote. O objetivo foi solucionar uma disputa entre governo

estadual e União sobre o pagamento de uma dívida de R$ 150 milhões à empresa holandesa que toca a dragagem do Porto de Suape, em Pernambuco.

Na briga, revelada pelo Estado no domingo, as duas partes trocavam acusações de calote, mas agora tentam apaziguar os ânimos. Na saída do encontro, Campos afirmou que tanto o governo estadual quanto o federal terão de desembolsar verba para a conclusão das obras. Afirmou também que a dragagem deve ser retomada logo.

"Até a semana que vem esperamos já ter uma solução para continuar os trabalhos", disse.

Por causa do jogo de empurra-empurra entre Campos e a presidente Dilma Rousseff, a obra foi interrompida em maio, por tempo indeterminado, e o governo da Holanda ameaçou acionar o Brasil no Clube de Paris por não pagamento, o que arranharia a imagem do País no exterior.

Iniciada em 2011, a dragagem já recebeu R$ 185 milhões, mas, por ora, a principal parte dos serviços não foi feita. O projeto, que já deveria ter sido concluído, é fundamental para que navios aportem próximo à futura Refinaria de Abreu e Lima, da Petrobrás.

Jeito
"Se depender de nós, não faremos do debate sobre o Brasil um ringue, não é o meu jeito, nem o jeito da Marina fazer política" Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco

Fonte: O Estado de S. Paulo

Para oposição, Dilma viaja mais porque já está em campanha

Líder do PT defende eventos da presidente pelo país por terem 'conexão com realidade'

Aguirre Talento, Gabriela Guerreiro

SALVADOR, BRASÍLIA - O aumento no ritmo de viagens da presidente Dilma Rousseff pelo país neste ano foi criticado ontem por integrantes da oposição, que apontaram uso da estrutura estatal para antecipação da campanha eleitoral de 2014.

Levantamento da Folha mostrou que, de janeiro a outubro, Dilma passou 51 dias em deslocamento, marca 19% acima da registrada no mesmo período de 2011 e 42% maior que em 2012.

"É triste para um país como o Brasil. Não temos uma presidente com a agenda de presidente. Temos uma presidente com agenda de candidata. As suas movimentações são todas na busca de um segundo mandato", afirmou o senador Aécio Neves (PSDB), provável candidato tucano à Presidência.
Ele ainda questionou o efeito de uma possível reeleição da petista no ano que vem. "Para quê um segundo mandato? Para eternizar os amigos no poder? E o Brasil? O Brasil está ficando no final da fila", disse.

O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (SP), também apontou antecipação da campanha. Segundo ele, a presidente tem focado as viagens em cerimônias de entrega de diplomas de ensino profissionalizante, de casas populares e máquinas para colher dividendos eleitorais.

"O que ela quer é ter situações que rendam fotos e vídeos para a campanha dela", disse Sampaio, que pediu que Dilma divulgue o que está fazendo para acabar com a seca no Nordeste. "A transposição do São Francisco não aconteceu", disse.

O líder do PT, José Guimarães (CE), afirmou que a presidente está cumprindo agendas "em conexão com a realidade do país" e que esses eventos são importantes para a população.

"Se é pré-campanha ou não, a presidente governa o país e por isso tem que viajar para os Estados", afirmou.

Minha casa

Anteontem, a presidente esteve na Bahia, onde participou de evento que entregou 1.740 unidades do programa Minha Casa Minha Vida em Vitória da Conquista.

Reportagem da Folha relatou ontem que parte das casas, apesar de já estarem habitadas, ainda não contava com abastecimento de água nem de energia elétrica.

Em nota conjunta, o Ministério das Cidades, o Ministério do Planejamento e a Caixa Econômica Federal afirmaram ontem que as unidades contam com toda a infraestrutura de água, esgoto e energia elétrica necessária.

"Como qualquer cidadão que adquire um imóvel novo, o beneficiário do MCMV deve solicitar a ligação do fornecimento de energia e água em cada unidade, de acordo com a sua conveniência", diz a nota divulgada pelo governo

Fonte: Folha de S. Paulo

Jarbas critica presidente Dilma por antecipar campanha e maquiar contas

O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) voltou a criticar a presidente Dilma Rousseff por fazer campanha eleitoral antecipada. Em pronunciamento nesta quarta-feira (16), ele também criticou o atual governo por maquiar as contas públicas e por intervir em setores estratégicos para camuflar a inflação.

O parlamentar citou a presidente que, no dia anterior, teria dito que o importante, agora, para ela, é governar, e não tratar da eleição. No entanto, disse ele, o jornal Folha de S. Paulo desta quarta-feira afirma que a presidente ampliou seus deslocamentos nacionais no ano anterior às eleições: em 2011, ela fez 43 viagens; em 2012, 36; e em 2013, ano ainda em curso, 51.

"É profundamente estranho que tudo isso ocorra sob as vistas da Justiça e do Ministério Público Eleitoral", afirmou.

Jarbas citou também resposta da presidente à ex-senadora e ex-ministra Marina Silva, de que seu governo seria um retrocesso, sobretudo na área econômica, por ter abandonado o cambio flutuante e as metas de superávit fiscal e de combate à inflação. A presidente negou qualquer abandono, disse o senador, mas reportagem publicada pelo jornal Correio Braziliense nesta quarta-feira afirma que “a inflação disparou, o crescimento enfraqueceu, a dívida bruta atingiu níveis alarmantes, o custos de logísticas aumentaram e contas públicas foram maquiadas”.

"Nunca, na história do Brasil, um governo federal maquiou contas, enganou a população. Só quem faz isso no mundo é nosso vizinho, a Argentina. Maquiagem contábil; parece brincadeira, é coisa do PT", afirmou o parlamentar, explicando que essas “manobras de contabilidade criativa” foram usadas para elevar receitas artificialmente e, assim, cumprir as metas previstas para o superávit primário.

O senador criticou ainda o que chamou de “bolsa-banqueiro”: a capitalização, em mais de R$ 400 bilhões, do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), “criando um orçamento paralelo que fez a dívida bruta explodir”; e a intervenção em setores estratégicos da economia, ao segurar artificialmente o preço da gasolina e forçar um barateamento da conta de luz, para, nas palavras de Jarbas Vasconcelos, camuflar a inflação. Ele afirmou que a conta de luz, reduzida artificialmente, irá explodir futuramente no bolso dos consumidores. Esse intervencionismo custou caro, afirmou: as ações da Petrobrás caíram mais de 30% este ano, período em que o valor de mercado da Eletrobrás foi reduzido em 2/3.

Fonte: Diário de Pernambuco

Aécio larga na frente em Minas

Pesquisa EM Data/Ufla/MDA mostra que se dependesse somente dos votos dos mineiros, o senador do PSDB seria o próximo presidente da República

A maioria dos mineiros gostaria de ver o senador Aécio Neves (PSDB-MG) na Presidência da República. É o que mostra pesquisa do EM Data/Ufla/MDA feita entre os dias 12 e 15 com 2.006 entrevistados no estado. Na disputa pela sucessão da presidente Dilma Rousseff (PT), o tucano vence a petista em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, nos dois cenários pesquisados, por uma diferença de 10 pontos percentuais – tendo como terceiro o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) ou a ex-senadora Marina Silva (PSB). Na simulação de segundo turno, Dilma só perde no estado para Aécio. A margem de erro da pesquisa é de 2,1 pontos percentuais para mais ou para menos.

Na pesquisa estimulada de votos para presidente, Aécio aparece com 46,6% das intenções de voto, contra 35,4% de Dilma Rousseff. Eduardo Campos teria 6,6%, enquanto 7,4% dos eleitores não escolheram nenhum dos nomes ou optaram pelo voto em branco ou nulo e 4% não sabem ou não responderam. Quando o nome do PSB à Presidência é o de Marina Silva, Aécio aparece na frente com 43,8%, Dilma continua em segundo, com 33,8%, e a ex-senadora tem com 13,2%. Nesse cenário, 5,4% dos entrevistados não escolheram ninguém, branco ou nulo e 3,7% não sabe ou não responderam.

O levantamento fez cinco cenários de segundo turno em Minas. Nos três em que Aécio aparece, ele vence a disputa, com menos facilidade quando a adversária é Dilma: o tucano seria eleito com 50,1% das intenções de voto, contra 37,5% da petista. Se a disputa fosse entre Aécio e Marina, o presidente do PSDB venceria com 62,1%, contra 22,4% da ex-senadora. O cenário mais fácil para o tucano é o de enfrentar Eduardo Campos, no qual Aécio aparece com 67,5% e o socialista com 11,7%. Sem o senador mineiro no segundo turno, Dilma seria reeleita nos dois cenários pesquisados. A presidente venceria Eduardo Campos por 50,8% a 24,1% e ganharia de Marina Silva. Nessa hipótese, Dilma aparece com 47,9% e Marina com 32,2%.

O diretor da MDA Pesquisa, Marcelo Costa Souza, considera natural que todas as simulações mostrem vantagem para o senador Aécio Neves em Minas Gerais. "É um pouco natural por ele ser mineiro e ter deixado o governo com altos índices de aprovação. Por outro, o percentual que ele tem hoje é bem inferior ao que teve em 2006 (quando se reelegeu) e ao do governador Anastasia em 2010", disse. Essa queda, segundo o pesquisador, pode ser explicada por se tratar de uma disputa diferente (antes as eleições eram para governo e agora para presidente).

Avaliação A pesquisa mediu também a avaliação do governo Dilma Rousseff entre os mineiros, que é positiva para quase 80% dos entrevistados. Para 40,1%, a gestão da petista é regular, 30,6% consideram que ela faz um bom governo e 6,4% afirmam que sua administração é ótima. Já para 21,9% dos mineiros ouvidos, a petista tem uma atuação ruim ou péssima. Menos de 1% não soube responder.

No levantamento, os eleitores também responderam sobre suas preferências partidárias. No estado, 62,3% declararam não se identificar com nenhum partido. Apesar de um tucano ter a maioria das intenções de voto para presidente, o PT apresentou 14,3% da preferência, praticamente três vezes mais do que os 5% contabilizados para o PSDB.

Fonte: Estado de Minas

PPS quer Soninha na disputa

A ex-vereadora de São Paulo, Soninha Francine, poderá vir a ser a pré-candidata do PPS à Presidência da República, caso o diretório nacional do partido acate decisão da Comissão Executiva da sigla em Pernambuco. A instância aprovou anteontem, por unanimidade, o nome de Soninha para a disputa de 2014.

O PPS tinha o desejo de se unir à Rede Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva, mas como acabou sendo escanteado por ela - que se filiou ao PSB, do governador Eduardo Campos - a legenda acabou forçada a procurar outros meios para se viabilizar eleitoralmente. O presidente do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), chegou a afirmar que a aliança Eduardo-Marina seria um "suicídio político".

O líder da oposição na Câmara do Recife, Raul Jungmann, chegou a ser cogitado para disputar o Palácio do Planalto pelo PPS, mas a ideia acabou não prosperando e o diretório estadual acabou optando pelo nome de Soninha Francine.

Entre as justificativas para a escolha, o PPS-PE afirma que "trata-se de uma companheira combativa e com grande interface com a juventude que tomou as ruas nas manifestações de junho passado pelo País". É um quadro jovem, que aponta para a renovação do Partido, do nosso discurso e das nossas bandeiras", diz trecho de nota enviada à imprensa.

Soninha Francine estará no Recife no próximo dia 24 para participar de um debate, cujo local e horário ainda não foram marcados.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

FHC: "A população quer mais decência"

Ana D’Angelo

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem, ao fim da abertura do 16º Congresso Brasiliense de Direito Constitucional, em Brasília, que os movimentos sociais nas ruas mostram que, apesar de todos os avanços proporcionados pela Constituição de 1988, a sociedade anseia por mais. "A população quer mais decência. É preciso ter um comportamento mais adequado à expectativa da sociedade", disse, negando que o comentário se trate de recado ao atual governo.

FHC fez a conferência inaugural do congresso, promovido pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), que vai até amanhã, na Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC).

Ele disse ainda que a Constituição previu o criticado instrumento da medida provisória (MP) porque foi pensada para o país no regime parlamentarista. Como foi aprovado o presidencialismo, disse, a Carta ficou com "alguns preceitos gritantemente conflitantes", entre eles, as MPs. "É um instrumento complexo, difícil de lidar até hoje", declarou. Porém, FHC lembrou que, sem as medidas provisórias, não seria possível editar o Plano Real, em 1994.

Fizeram parte da mesa o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Coêlho.

Fonte: Correio Braziliense

A disputa do segundo lugar e o oposicionismo da dissidência - Jarbas de Holanda

A primeira pesquisa (do Datafolha) depois da surpreendente reentrada de Marina Silva no processo da disputa presidencial reforçou os nomes dos concorrentes básicos já definidos, Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos (que terão certamente a companhia de um ou mais “anões”). Os 42% de intenção de votos obtida por ela, o avanço para 21% da de Aécio e o salto para 15% da registrada em favor de Campos apontam para a consolidação dos três presidenciáveis. Com a hipótese, possível, de mudança desse quadro só bem mais à frente lá pelo segundo trimestre de 2014 às vésperas das convenções partidárias. Isso na hipótese de desdobramentos econômicos, sociais e políticos que forcem troca de candidaturas. No campo governista, a substituição de Dilma por Lula diante da afirmação do cenário de um 2º turno; na área da dissidência, com a de Campos pela de Marina se só ela mostrar então ter competitividade; na oposição, se a de Aécio esvaziar-se e persistir o recall de José Serra.

O “retrocesso” na economia. Marina Silva manteve-se nas manchetes por meio de duros ataques às gestões do PT na presidência da República – no segundo mandato de Lula e no de Dilma Rousseff -, responsabilizando-as por um progressivo desmonte da estabilidade macroeconômica do país. Já feitos num encontro de Marina com empresários no final da semana passada em São Paulo, esses ataques foram reiterados em conferência que proferiu anteontem no Recife (na Universidade Federal de Pernambuco). Trechos da reportagem do Valor, a respeito: “A negligência e a ansiedade política do governo da presidente Dilma Rousseff fragilizaram o tripé que foi responsável pela estabilidade da economia e pela inclusão social das últimas décadas”. “A ex-senadora também criticou o pouco compromisso do governo com a inflação, a política de desonerações fiscais e o papel dado ao BNDES na criação das chamadas gigantes nacionais. Sobrou até para o empresário Eike Batista, cujos empréstimos junto ao banco federal foram, segundo ela, “para a lata do lixo”. Nas respostas, também duras, a presidente começou com sua postura professoral: “Acredito que as pessoas que querem concorrer ao cargo têm de se preparar, estudar muito, ver quais são os problemas do Brasil, ter propostas”.

A ênfase de Marina em forte diagnóstico crítico da política econômica do Palácio do Planalto, semelhante ao da grande maioria dos analistas do mercado, tem como primeiro objetivo compensar as reações contrárias de vários segmentos do empresariado às declarações hostis a lideranças do agronegócio formuladas por ela logo após sua filiação ao PSB. Mas são parte de um plano maior, tecido com Eduardo Campos, voltado ao adensamento da candidatura dele para disputar com Aécio o segundo lugar na corrida presidencial. Adensamento dependente, de um lado, da transferência para o governador pernambucano do eleitorado de Marina nos grandes centros urbanos, sobretudo do Sudeste, e, de outro, do embate que ele mesmo travará com o lulismo no Nordeste, que tem sido reserva eleitoral decisiva para o PT.

O sucesso no uso dos dois ingredientes desse plano, ou estratégia – o confronto de Marina com Dilma e o embate eleitoral de Campos com Lula – será, ou não, suficiente para assegurar a passagem dele para além do 1º turno, tendo pela frente a ampla máquina eleitoral do PSDB e a capacidade de agregação política de Aécio -, mas poderá, com menor dificuldade, empurrar a disputa para o 2º turno. E num contexto de provável aliança entre a oposição e os dissidentes, seja qual for o finalista classificado. Diferentemente do que aconteceu nos últimos pleitos presidenciais – quando, no turno final, Ciro Gomes e Garotinho aderiram a Lula e Marina Silva adotou postura de neutralidade, favorecendo o petismo.

Jarbas de Holanda é jornalista

Pink blocs e romeiros disputam o seu olhar - Eugênio Bucci

Essa expressão ardilosa, "pink blocs", veio carimbada na primeira página do Estadão de segunda-feira, 14 de outubro: Pink blocs na Parada Gay do Rio. Foi esse o título de um pequeno texto-legenda aos pés de uma fotografia tão ousada quanto imensa, bem pouco usual num diário circunspecto como este aqui. Na foto, desfraldada na metade superior da capa do jornal (com o crédito do fotógrafo Marcos de Paula), dois homens se beijam na boca em pleno sol carioca, tendo ao fundo a bandeira do arco-íris, que simboliza os direitos dos homossexuais.

Calma: dizer que os dois manifestantes se beijam na boca no espaço mais nobre deste sóbrio e centenário matutino talvez seja exagero, posto que os lábios de um não tocam os lábios do outro. Eles têm o rosto coberto por uma camiseta providencial. À moda dos black blocs, estão mascarados, apenas com os olhos à mostra - a diferença é que, enquanto os black blocs preferem tecidos negros, aqueles se valem de panos cor-de-rosa -, de tal maneira que, embora seus rostos se colem na posição inconfundível de um beijo, as camisetas cuidam de impedir maiores intimidades bucais.

E então, o que queriam os beijoqueiros em rosa? Direitos iguais, quem sabe. Ou um pouco de romance, um instante de divertimento. Acima de tudo, porém, eles procuram atrair o seu olhar, caro leitor. Com todo o respeito, eles se movem atrás do seu olhar.

Agora mudemos de jornal, mas não de dia nem de cidade. Fiquemos na mesma metrópole, na mesma segunda-feira, 14 de outubro de 2013. Só que, agora, em lugar da capa do Estadão, voltemos os nossos olhos para a primeira página da Folha de S. Paulo. Também ali temos uma foto de aglomeração humana, mas não mais em Copacabana, não mais de gays estridentes, mas de romeiros, mais silentes, na cidade de Belém. São homens, jovens em sua maior parte, com o semblante carregado, em sinal de fé, de devoção, de respeito - e também de desconforto. Nas ruas e calçadas da capital do Pará, sob o sol equatorial e sob a sombra das mangueiras que despacham mangas mortíferas contra a cabeça dos passantes, erguem os braços para tocar a corda sagrada do Círio de Nazaré.

E, nesse caso, o que buscam os fiéis? A compaixão de Deus, quem sabe. O perdão por pecados indizíveis. A paga de uma promessa por uma graça alcançada. Acima disso, porém, tropeçando nas imperfeições acidentadas do logradouro público, a céu aberto, diante das câmeras de repórteres dos mais longínquos países, eles suplicam pelo olhar do próximo e do distante, querem um pouco do olhar de cada um de nós.

Não, não diga que a analogia é profana, ultrajante e descabida. Numa era como a nossa, em que a imagem impera como o critério definitivo, em que a uma fotografia se atribui o poder de separar o que é verdade do que é mentira, em que a palavra imagem vira sinônimo da palavra reputação (quando se diz que um político ou uma empresa desfrutam uma boa imagem, o que se quer dizer é que esse político ou essa empresa têm uma boa reputação), todos os atos convergem para as câmeras.

Não adianta você argumentar que o Círio de Nazaré vem de uma tradição muito anterior à TV Tupi. As religiões, também elas, com exceções raríssimas, terminaram por se render à linguagem visual, à tirania dos enquadramentos impactantes, comoventes e cafonas. Assim é que as procissões e as romarias, bem como os jogos de futebol, as reuniões do Supremo Tribunal Federal, as revelações científicas, a guerra e o ambientalismo adotam coreografias as mais mirabolantes, com cenografias teatrais, tiradas circenses, efeitos especiais estonteantes e cada vez mais hiperbólicos.

Sim, a analogia procede. Os gays mais militantes e os cristãos mais recolhidos, de todas as cores, de todos os credos, querem apenas ser olhados no espetáculo do mundo. Existir virou sinônimo de ser visível.

Dentro desse cenário (um cenário, de fato), se uma categoria profissional não consegue chamar a atenção dos holofotes, poderá estar fadada à insignificância irreversível. O mesmo vale para um time de vôlei feminino, um laboratório farmacêutico, um povo indígena de Roraima, os astronautas chineses, as comunidades quilombolas, os parlamentares de partidos pequenos, os de partidos grandes, os escritores brasileiros que vão a Frankfurt, os escritores brasileiros que não vão a Frankfurt, os cantores que são contra as biografias não autorizadas e os vendedores de cachorro-quente na novela e na vida real. E para ser olhados que adolescentes fuzilam seus colegas de classe na escola. E para ser olhado que um ator proclama que é bissexual. E para ser olhado que o pastor jura fazer milagres. Quanto mais olhar o sujeito retém, mais valor ele terá.

Em meio a tanta encenação, o olhar da gente é assaltado a toda hora. Um protesto aqui, uma missa acolá, uma briga mais adiante, um strip-tease na outra esquina imploram por olhar, mais ou menos como os torcedores que vão aos estádios - que hoje são estúdios de gravação de programas publicitários tendo uma partida de futebol como pano de fundo -com aqueles cartazes onde se lê: "Filma eu, Galvão". Se os governantes se expressam por meio das técnicas de propaganda, é também como propaganda que os governados querem gritar suas vontades, suas identidades e suas insatisfações. E fazendo cena que eles gritam, e gritam bem alto, em imagens ensurdecedoras. O trio elétrico baiano, o carnaval de Olinda, a Marcha para Jesus e as manifestações de junho são enunciados visuais perfeitamente equivalentes, ainda que pareçam ter motivações distintas.

O seu olhar vale mais do que você pensa. Na realidade performática que nos rodeia, em que cada imagem é um manifesto, o seu olhar é a sua opinião. E aí ? O que você vai apoiar com os seus olhos? O Círio de Nazaré ou a Parada Gay? Ou os dois?

Hoje, quando a imagem impera como o critério definitivo, existir virou sinônimo de ser visível

Jornalista, e professor da ECA-USP e da ESPM

Fonte: O Estado de S. Paulo

A nova política - Merval Pereira

A ex-senadora Marina Silva deu mais um passo na denúncia de que o governo da presidente Dilma se tomou refém de chantagens de sua base aliada em busca de mais cargos e nomeações fisiológicas. Ela propôs em uma reunião, ontem, do PSB que os partidos independentes se unam no Congresso para impedir que os partidos governistas obstruam votações de assuntos importantes para o país, como maneira de pressionar o governo.

Essa proposta heterodoxa, que foi acolhida pelo plenário socialista, seria uma maneira de mostrar, na prática, o que é realmente a "nova maneira de fazer política" que está sendo proposta pela coligação PSB/Rede.

Ao mesmo tempo, Marina dá uma demonstração de que seu grupo político, aliado ao PSB, não pretende se aproveitar das dificuldades do governo para fragilizar ainda mais a presidente Dilma no Congresso, mesmo que a campanha eleitoral já esteja em pleno andamento.

A expressão "chantagem" com que Marina classificou a pressão dos partidos da base, não foi endossada pelo outro candidato da oposição, o senador Aecio Neves, do PSDB. Mas Aécio concordou com o conceito da crítica: "A presidente se submeteu, sim, às piores práticas aqui no Congresso"

O provável candidato do PSDB abordou outro tema que tem sido frequente em suas críticas, e que é também alvo do governador de Pernambuco Eduardo Campos: o aparelhamento da máquina pública, que chamou de "vergonhoso" não só pelo número "acintoso" de ministérios, mas pela qualificação de seu pessoal, o que resulta, segundo análise de Aécio Neves, num "baixo crescimento e ineficiência gerencial enorme" Ontem mesmo o PMDB, o mais importante partido da coligação com o PT, explicitou os desencontros com o partido da presidente Dilma. Em comunicado oficial, avisou que apoiará na eleição presidencial Eduardo Campos contra Dilma em Pernambuco e no Piauí. Além disso, em nove estados o PMDB será adversário do PT nas eleições para ps governos estaduais.

No Rio de Janeiro e na Bahia, é possível que o PMDB apoie o candidato do PSDB, Aécio Neves, em retaliação às seções locais do PT.

Uma interpretação equivocada do papel dos partidos políticos no apoio a um governo levou a que a corrupção e o fisiologismo se tomassem elementos fundamentais da chamada "governabilidade" O nosso "presidencialismo de coalizão" nascido de uma Constituição feita para ser parlamentarista mas que vigora no presidencialismo, cria essas distorções.

O caso do PSB é mais paradoxal, pois é um desses partidos historicamente aliados ao PT que sofrem para ganhar um espaço maior no governo, sendo pragmaticamente trocados quando os interesses de curto

Os pontos chave

1. Marina propôs em uma reunião ontem do PSB que os partidos independentes se unam no Congresso para impedir que os partidos governistas obstruam votações de assuntos importantes para o país, como maneira de pressionar o governo.
2. O nosso "presidencialismo de coalizão", nascido de uma Constituição feita para ser parlamentarista mas que vigora no presidencialismo, cria distorções que favorecem o fisiologismo nas alianças partidárias
3. Para quebrar a centralização de decisões, os partidos da base têm que utilizar o que Marina chama de "chantagem" para ocupar espaços no governo Dilma

Fonte: O Globo

Alvos móveis - Denise Rothenburg

Marina será candidata a vice na chapa de Eduardo Campos, mas o anúncio oficial só sai em 2014. Até lá, eles ficarão ambos na vitrine, trocando de lugar para deixar o PT zonzo, assim como Lula e Dilma fizeram no passado, para desnortear a oposição

Ao longo de dois anos e nove meses, o país conviveu com Dilma Rousseff no papel de presidente e Lula naquela posição de reserva, ameaçando entrar em campo ao menor sinal de fraqueza política da atual chefe da nação. Chegou ao ponto de Lula ter que dizer que a candidata era Dilma, antecipando todo o calendário eleitoral do ano que vem. Pois é mais ou menos nessa posição que estão hoje o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a ex-senadora Marina Silva, embora esteja tudo acertado entre os dois.

Marina será vice na chapa de Eduardo. Foi essa a sugestão da própria ex-senadora, durante a conversa que eles tiveram na noite em que ela decidiu ingressar no PSB. Obviamente, o anúncio oficial só será feito no ano que vem. Até a data da foto, eles ficarão do jeito que Lula e Dilma estiveram para o grande público, até o dia em que o ex-presidente informou ao PT que ela era a candidata. Ora Dilma era o alvo da oposição, ora Lula. E assim eles seguiram deixando o PSDB, o DEM e o PPS meio zonzos, sem saber em quem bater ou contra quem se preparar.

A vida de alvo móvel é o melhor dos mundos para Eduardo e Marina. Enquanto o presidente do PSB sai a campo em busca de aliados e vai, aos poucos, tentando conquistar os eleitores da Rede, e dos partidos aliados ao governo, Marina faz o contraponto com a presidente da República, chamando o governo para o ringue.

Até aqui, avaliam os socialistas, deu certo. Dilma e Marina contracenam na mídia, enquanto Eduardo vai deixando o PT com mais problemas nos estados. O Maranhão é o caso mais emblemático no momento. Eduardo Campos esteve com Flávio Dino, candidato a governador pelo PCdoB, há cerca de duas semanas. Foi o suficiente para que os petistas corressem ao comunista oferecendo a delícia de aliado preferencial da presidente-candidata. Os petistas bagunçaram aí a seara do ex-presidente do Senado José Sarney e sua filha, a governadora Roseana. Uma desfeita sem tamanho àquele que jamais faltou ao governo Lula e nem ao governo Dilma. Afinal, não dá para esquecer que Sarney chegou ao ponto de acompanhar Lula quando o líder petista deixou Brasília pela primeira vez como ex-presidente.

O Planalto desmentiu o apoio a Flávio Dino, mas a sequela da desconfiança ficou. Para muitos peemedebistas, está claro que o PT ainda não absorveu a aliança entre Marina e Eduardo. E, meio tonto, empurra a dupla para a oposição definitivamente (uma palavra forte em política). Isso tudo porque os petistas temem que sua ampla base se desfaça por conta da musculatura que a união dos dois ex-ministros de Lula traz a um projeto alternativo de poder. E, nesse caso, raciocinam os peemedebistas, se desde já o PT pensa em rifar o PMDB do Maranhão, terra de Sarney, não tem limites para o que pode ocorrer nos demais estados. Ou seja, mais uma vez a aliança balança.

Enquanto isso, no PSD...
A continuar desse jeito, com Eduardo e Marina movimentando o cenário político, voltará a crescer no PT, o tal "volta, Lula", como forma de debelar as forças da dupla. Ocorre que, o saldo final não será mais essa maravilha toda. O PSD de Gilberto Kassab, por exemplo, deve rachar ao meio com o retorno do ex-presidente ao centro do ringue como candidato. Embora muitos tenham saído da oposição para se aproximar do governo, apoiar Lula soa impossível para muitos integrantes da legenda.

Apesar do mal-estar no PSD, os petistas que sonham com a volta de Lula não desistem de tentar recolocar o ex-presidente como uma opção. Nem que seja apenas para ter mais um alvo móvel capaz de confrontar Eduardo Campos como Dilma se contrapõe hoje à estrela da Rede Sustentabilidade. Afinal, tudo o que o PT não deseja é perder a condição de comandante em chefe das Forças Armadas. Pior do que remodelar uma campanha com Lula, avaliam alguns petistas, é correr o risco de derrota. Embora as pesquisas não tragam essa sinalização agora, o PT não deixa de estar preocupado com Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos. Daqui até outubro do ano que vem, todo o cuidado é pouco.

Fonte: Correio Brasiliense

"Monótono crescimento" - Eliane Cantanhêde

Em vez de transformar a eleição num "ringue", os candidatos deveriam discutir os principais problemas, como o fiasco do turismo num país tão "abençoado por Deus e bonito por natureza".

O tema ganhou visibilidade com a manchete da Folha, na segunda-feira, mostrando que as passagens aéreas já custam dez vezes mais na Copa, o que afugenta de vez os turistas. Embratur, Anac e Turismo sugerem soluções atabalhoadamente. Mas a culpa e a solução vão além deles.

O ministro Gastão Vieira admite que o número de turistas estrangeiros gira em torno de 5 milhões ao ano, com um "crescimento monótono". Um vexame para um país com 200 milhões de habitantes, litoral de fazer inveja, Amazônia, Pantanal, Itaipu, Nordeste, cidade maravilhosa, praia e sol o ano inteiro.

Uma alegação recorrente é a distância. "Mas por que 1 milhão de russos vão a Cuba por ano e não tem russo desembarcando aqui?", pergunta(-se?) o próprio ministro. Porque o Brasil é caríssimo, com impostos de amargar, infraestrutura péssima e constrangedora falta de investimento e de segurança.

A questão é de governo e transcende o Turismo, pequeno e sem recursos. É preciso atrair o capital privado internacional, inclusive no setor aéreo, aumentando o limite de 20% de capital estrangeiro das empresas e abrindo o máximo de rotas e voos para as companhias mundiais. Além, claro, de estimular a aviação regional e melhorar os aeroportos: 40 minutos esperando uma mala?!

Os aviões para os EUA, a Europa, e a Ásia estão sempre lotados porque brasileiros vão para lá, não porque estrangeiros vêm para cá. E por que os brasileiros preferem ir para lá, em vez de viajar cá? Por causa dos preços e das condições. No empurra-empurra no governo, ninguém vê isso. Nem os candidatos de 2014.

PS - O embaixador de um grande país queria levar a família a Salvador, mas, ao ver os preços, ficou em Brasília mesmo. Vai acabar no Caribe...

Fonte: Folha de S. Paulo

A preferida - Tereza Cruvinel

Não é preciso ser raposa: até uma inofensiva pulga política compreende que, lançando farpas contra Marina Silva, chamando-a para a briga, colocando-a em evidência, a presidente Dilma Rousseff externa a preferência pela ex-petista como adversária em 2014, na certeza de que seria mais fácil derrotá-la no segundo turno. O senador e vice-líder tucano Cássio Cunha Lima arrisca dizer que Dilma só ganharia de Marina, perdendo tanto para Aécio Neves como para Eduardo Campos. Desconte-se, pela condição de candidato, a afirmação de Aécio, feita ontem após reunião com a bancada tucana, de que Dilma perderá para qualquer adversário no segundo turno, pois 60% dos brasileiros seriam contra sua reeleição, dedução que faz a partir dos 42% de preferência que ela teria hoje, segundo o Datafolha. A disputa eleitoral, entretanto, não será uma operação artitmética.

Enquanto se deliciava com o sorvete de bacuri oferecido a todos, no café dos senadores, pelo líder petista Wellington Dias, pela passagem da data cívica do Piauí, o senador Rodrigo Rollemberg, um dos arqueiros de Campos no Congresso, ouvia as advertências do colega tucano Cunha Lima: "Diga ao Eduardo para se acautelar. Dilma quer a Marina como adversária, pois seria fácil derrotá-la no segundo turno. E, para fazer Marina candidata, PT e governo farão o diabo contra Eduardo, para tirá-lo do páreo. Da canelada à degola, ele está sujeito a tudo". "Chegarão a tanto?", desconversou Rollemberg.

No PT, muita gente não gostou das farpas, embora evitando verbalizar tal censura a Dilma. O ex-presidente Lula também não teria gostado. Nesse grupo, há quem diga que Dilma foi apenas impulsiva ou tinhosa com as duas estocadas que teriam Marina como alvo: quando disse que todos podem postular a Presidência, mas que precisam estudar os problemas do país, e quando respondeu diretamente às críticas de Marina, de que seu governo estaria "extrapolando o teto da meta" da inflação (6%), o que é sabidamente incorreto, pois o índice está acima do centro da meta (4,5%). Marina acusou Dilma também de colocar em risco o tripé tucano-petista na economia, composto por inflação controlada, câmbio flutuante e superavit fiscal rigoroso. Dilma rebateu ponto por ponto. Hoje, ainda com Marina na cabeça, a petista lança um importante programa de agricultura ambiental.

Nas proximidades de Lula, garante-se que Dilma não foi aconselhada a "farpear". Pelo contrário, ali se ouve que, por ora, ela devia evitar referências aos adversários, seguindo o que disse Lula ao Correio, na entrevista do dia 30 passado: "O PT não escolhe adversários. Deve estar preparado para enfrentar e ganhar de qualquer um".

Mas é incontroverso que seria mais fácil, para Dilma, derrotar Marina no segundo turno, por uma série de razões bastante conhecidas. "Pela baixa institucionalidade dela", diz Cunha Lima. Traduzindo isso do politiquez para a vida real: porque Marina não tem sequer um partido para lhe dar sustentação parlamentar, não teria uma coalizão de apoio, já que considera todos os partidos carcomidos (agora reabilitou o PSB, ao ingressar nele), porque enfrentaria resistências do capital e, sobretudo, a insegurança do eleitorado num segundo turno, na hora de escolher entre quem está de fato governando, goste-se dela ou não, e quem se propõe a governar em bases tão idealistas. Quando Marina diz que Dilma está sendo chantageada pelo Congresso e que é possível montar coalizões baseadas só em programas, sem lotear o governo, de duas uma: ou ela não sabe do que está falando, ou conhece a realidade, mas prefere verbalizar o sonho. No sistema que temos, hoje, não se governa sem coalizões, com base apenas em fundamentos políticos e morais.

Cunha Lima compara Marina ao Lula de 1989. "Collor perderia de Covas, de Brizola e até de Maluf no segundo turno. Só ganharia de Lula. Por isso os que torciam por ele tudo fizeram para que o candidato do PT chegasse lá. Chegou, foi massacrado e perdeu, como previsto."

Mas, ainda que Dilma queira, que os marinistas insistam, que os institutos continuem pesquisando as intenções de votos em Marina e que elas superem as de Eduardo, os caciques do PSB garantem que será ele o candidato. Apostam agora no aumento da migração dos votos de Marina para Campos, a ser confirmado por novas pesquisas.

Faltando ele
O PSC tem feito pesquisas, com institutos menores, sobre o potencial eleitoral de seu candidato a presidente, Pastor Everaldo. Os resultados são mantidos a sete chaves, com o argumento de que ele prefere crescer em silêncio. É óbvia, porém, a dedução de que ele não pode ter mais de 1% dos votos, considerados os resultados dos grandes institutos, que não incluem seu nome na cartela, devendo habitar a faixa dos "nanicos", em que o marqueteiro de Dilma, João Santana, tentou jogar todos os postulantes. Mesmo assim, numa eleição apertada, até 0,5% dos votos faz muita diferença, podendo forçar o segundo turno. Na hora certa, o PSC pode valer-se dos índices de Everaldo para negociar com algum dos três candidatos sólidos.

Salada sonhática
A excitação com os rumos da sucessão continua alta nas rodas políticas. Os dilmistas achando que agora ela pode até ganhar no primeiro turno, os da oposição fazendo contas sobre o melhor caminho para destronar o PT. Numa delas, alguém até sugeriu ontem a chapa da oposição que seria imbatível. Eduardo disputaria a Presidência, tendo o governador tucano de Minas, Antonio Anastasia, como vice. Para não perder Minas para o PT, onde o ministro Fernando Pimentel lidera, Aécio disputaria o governo do estado. Seria consagrado. Marina disputaria o Senado pelo Acre e Serra o Senado por São Paulo, para ser ministro da Fazenda. Como salada, colorida. Como articulação, impossível. Esbarra nas ambições de cada um.

Fonte: Correio Braziliense

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo

Cenário se consolida
Pesquisa Vox Populi, realizada de 11 a 13 de outubro e divulgada ontem, aponta uma forte tendência de consolidação do favoritismo da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, e da candidaturas do senador Aécio Neves (PSDB-MG). A presidente tem chances reais de vitória no primeiro turno, com 43% das intenções de voto contra 30% da soma dos percentuais de Aécio Neves (20%) e Eduardo Campos (10%). A saída de Marina Silva elevou o número de votos brancos, nulos e de indecisos, que somam 27%.
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Isso não significa que Dilma já possa ser considerada imbatível, mas sua recuperação lança uma pá de cal no "volta Lula", de combustão espontânea quando a petista perde força nas pesquisas. Só ressurgirá, nas condições atuais, se a brasa for soprada pelo próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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José Serra, num cenário alternativo, obteve 21% de intenções de votos. Essa ligeira vantagem de Serra — já foi muito maior — serve para consolidar a candidatura de Aécio. Não há alteração na situação dos tucanos se a chapa for a dobradinha Aécio-Serra (20%). A mudança de cenário só ocorre com Marina Silva (PSB) na cabeça de chapa: teria 23% de intenções de votos, o que hoje poderia até levar a eleição para o segundo turno. Uma chapa Campos-Marina, porém, teria 17 de intenções de votos, o que revela potencial de crescimento e pode consolidar essa dobradinha.

Revalida// O resultado do Revalida, que examina os profissionais formados no exterior para validar seus diplomas, somente será divulgado após a votação do Programa Mais Médicos no Senado. O governo teme que os números negativos possam prejudicar as articulações para aprovação da lei que permite a contratação de estrangeiros.

Professores/ A Comissão de Educação, Cultura e Esporte aprovou ontem projeto de autoria do senador Osvaldo Sobrinho (PTB-MT), que pode conceder aos profissionais da educação adicional de até um terço do salário para período reservado a estudos e planejamento das aulas. Atualmente, esse período é permitido apenas ao magistério. Será, ainda, analisado em caráter terminativo na Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

Estrada/ A pedido do senador Walter Pinheiro (PT-BA), o ministro dos Transportes, César Borges, abriu processo contra a concessionária Via Bahia, que detém as concessões das BRs 324 e 116. A intenção é cancelar o contrato por causa dos péssimos serviços.

Mais do mesmo
O presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), agarrou com as duas mãos as críticas de Marina Silva à condução da economia pelo governo: "É aquilo que o PSDB historicamente vem pregando. A flexibilização dos pilares macroeconômicos é uma das razões do baixo crescimento da economia hoje. Há um retrocesso na condução da política econômica, e o PSDB tem dito isso de forma incessante", ressaltou. Marina criticou Dilma Rousseff por abandonar o tripé câmbio flutuante, meta de inflação e superávit primário, o que
Dilma rebate.

Chantagem
Aécio aproveitou para criticar a relação de Dilma Rousseff com a base do governo no Congresso, que anda sempre esgarçada. "Ela não lidera, ela é conduzida pela sua base no Congresso Nacional. Por isso, há uma dissonância, uma distância muito grande entre a pregação e a prática da presidente. O aparelhamento da máquina pública hoje é vergonhoso", disparou.

Economia
O horário de verão, que começa no próximo fim de semana, representará uma economia de investimentos em geração e transmissão de energia e uso de usinas térmicas de R$ 5 bilhões

Está difícil
O presidente do PT, Rui Falcão, deve se encontrar hoje com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), para tentar um acordo sobre as eleições de 2014 no estado. O PT quer lançar a candidatura do senador Lindbergh Farias (foto) e, ao mesmo tempo, garantir o palanque do vice-governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB), o pré-candidato de Cabral, para a campanha de Dilma Rousseff. O governador fluminense, até agora, diz que não tem papo: se o PT insistir com a candidatura de oposição ao seu governo, o PMDB poderá apoiar outro candidato a presidente, provavelmente Aécio Neves (PSDB).

Gastos
O deputado Chico Alencar (PSol-RJ) comemora a aprovação pela Mesa Diretora da Câmara das novas regras para uso da cota parlamentar destinada a aluguel de veículos, de sua iniciativa. Foi fixado um teto mensal de R$ 10 mil para a locação, com um subteto percentual de até 5% do valor de mercado do veículo locado; limite de R$ 2,5 mil para serviços de táxi, pedágios e estacionamentos; obrigatoriedade da locação de veículo ser prestada por pessoa jurídica especializada; e a não inclusão do serviço de motorista, entre outros pontos.

Mães e filhos
A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou ontem Projeto de Lei 16/2013, do líder do PPS na Câmara, deputado federal pelo Paraná Rubens Bueno, que permite às mulheres, em condição de igualdade com os homens, realizar o registro de nascimento dos filhos. "Não há mais cabimento, em pleno século 21, não permitir que uma mulher tenha autonomia plena para registrar seu filho", argumentou. Relatado pelo senador Humberto Costa (PT-PE), deve ir à sanção presidencial.

Fonte: Correio Braziliense

Panorama Político – Ilimar Franco

Sem acordo no Rio
O governo Sérgio Cabral está só ganhando i tempo ao pedir que o PT não desembarque de seu governo. O ex-presidente Lula disse, a um velho amigo petista, que está fechado com o senador Lindbergh Farias (PT) e aprecia seu estilo "determinado" Quanto a Cabral, não acredita que ele se recupere e critica sua atitude "arrogante" Sobre o vice Luiz Pezão, diz que é um candidato "pesado"

Estado de espírito
O pouco tempo de propaganda na TV e os parcos recursos para fazer a campanha não assustam o candidato do PSB. O time do governador Eduardo Campos está convencido de que as eleições serão definidas pelo "contexto político e histórico" em que ela for disputada. Lembram que, em 2010, ao fazer 19% dos votos, Marina Silva acabou com os mitos do poder econômico, das alianças e da propaganda na TV Sua equipe avalia que o mais importante é o candidato surfar na onda de opinião pública que se formar. Os socialistas acreditam que o país está cansado da briga PT x PSDB e quer um candidato que saiba construir a unidade, consensos e que promova a renovação.

"0 nosso adversário é o Aécio (Neves). A presidente Dilma já está no segundo turno. Só tem duas vagas. Vamos disputar com quem?"
Roberto Amaral
Vice-presidente nacional do PSB

Os padrinhos
Marina Silva apelidou o senador Pedro Simon (PMDB) de "patriarca" e a deputada Luiza Erundina (PSB) de "matriarca" da aliança PSB/Rede. Oníèm, na reunião, disse que os dois foram fundamentais para seu ingresso no PSB.

As tarefas
O candidato tucano Aécio Neves vai se dedicar agora às alianças. Com o Solidariedade e o DEM fechados, a tarefa imediata é agarrar o PPS e o PV Feito isso, diz o deputado Marcus Pestana (MG), o passo seguinte será tentar obter a neutralidade de partidos da base aliada, como PTB e PP. O objetivo éreduzir o tempo de TV da presidente Dilma.

No escurinho do cinema
Para convidados da presidente Dilma, será exibido na sexta-feira, no Palácio da Alvorada, o filme "O dia que durou 21 anos" de Camilo Tavares. O documentário trata da efervescência dos anos 60 e dos bastidores do golpe militar.

Me deixa em paz. Não aguento mais
Ao final de reunião no Palácio do Jaburu, na noite de terça-feira, o vice Michel Temer estava irritado com a cúpula do PMDB no Senado. "Ela só falou em cargo, cargo, cargo. Os senadores querem a garantia da nomeação de Vital do Rêgo para a Integração" explicou um deputado. Os senadores querem que Temer marque uma audiência com a presidente Dilma para colocá-la contra a parede.

Uns são mais iguais que outros
O deputado Newton Cardoso (PMDB-MG), na audiência com o presidente da Anac, Marcelo Guaranys, defendeu "tratamento diferenciado" para parlamentares nos aeroportos. Disse se sentir "desrespeitado" ao ser revistado.

Iniciativa pelo social
O novo presidente do Conselho Nacional de Secretários de Transportes, Júlio Lopes (RJ), vai deflagrar movimento para que o governo Dilma dê subsídios para a adoção do Bilhete Único em todas as regiões metropolitanas do país.

Libra. A presidente Dilma não vai ao primeiro leilão do pré-sal e do regime de partilha. Ministra de Minas e Energia, também não ia nesses eventos.

Fonte: O Globo

Painel - Vera Magalhães

Aviso prévio?
Empenhados em desconstruir o discurso crítico adotado por Eduardo Campos após entregar os cargos do PSB no governo federal, petistas concluem lista das vagas que continuam ocupadas por aliados do governador, um mês depois do anúncio do desembarque. Além de postos na Chesf e no Ministério da Integração, o PT cita o nome de Marcos Arraes de Alencar, tio de Campos, indicado pelo governador para mandato na diretoria da Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados).

Bons tempos Já o ex-ministro Fernando Bezerra, que deixou a Integração e é cotado para ser o candidato de Campos à sua sucessão em Pernambuco, usa o Twitter diariamente para propagandear as obras da pasta.

Numerologia Convidado para a reunião da Executiva do PSB e da Rede ontem, Pedro Simon (PMDB) fez duras críticas a Dilma Rousseff. O senador gaúcho sugeriu que, se for criar ministérios para agradar a base aliada, a presidente anuncie duas pastas, para que o total seja 41, e não 40, número do PSB.

Sem pressa Aliados de Aécio Neves (PSDB) decidiram em reunião ontem que usarão os próximos meses para consolidar a aliança com DEM, Solidariedade e PPS. Só devem buscar as siglas da base de Dilma (como PP, PTB e PR) após março.

Ameaça Reunidos com Michel Temer anteontem, senadores do PMDB reclamaram que o PT dá sinais de rompimento em Estados cruciais para a sigla, como Ceará, Rio de Janeiro e Maranhão. E aventam o risco (remoto) de o apoio a Dilma não passar na Convenção Nacional.

Procuração Na casa de Eunício Oliveira (PMDB-CE), os parlamentares pediram ao vice-presidente uma comissão para negociar acordos com os aliados nos Estados, mas só após a reeleição de Rui Falcão na presidência do PT, prevista para novembro.

Ficha completa A Secretaria da Micro e Pequena Empresa vai permitir que a ONG Transparência Brasil tenha acesso aos dados das 27 juntas comerciais do país para listar empresas pertencentes a parlamentares e candidatos em 2014. O acordo será assinado no mês que vem.

Integrado Prefeitura e governo de São Paulo preparam acordo que prevê repasse de quase R$ 300 milhões do município para obras de monotrilhos na zona sul e na zona leste. Parte do dinheiro previsto é proveniente da venda de títulos da Operação Urbana Água Espraiada.

Trem caipira O governo paulista expandiu para outras regiões uma campanha publicitária na TV que destaca projetos da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) no interior. O objetivo é reforçar marcas da gestão no principal reduto eleitoral do governador.

Tensão Deputados estaduais da base de Alckmin preveem impasse na votação das gratificações e planos de carreira para as polícias Civil e Militar, graças a interesses conflitantes das duas corporações. Acreditam que a votação pode ficar para 2014.

Na janelinha O Planalto não gostou de o presidente da Embratur, Flávio Dino, ter sugerido a abertura do mercado de voos domésticos para empresas aéreas estrangeiras. Auxiliares de Dilma dizem que o tema não foi discutido com ministros responsáveis pela Copa do Mundo.

Rota Eduardo Sanovicz, presidente da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), diz que foi o setor que pediu ao governo a flexibilização da malha aérea na Copa. O governo deve abrir autorizações especiais de voos para forçar a queda das tarifas durante o evento.

Tiroteio

"Dilma deveria lançar o programa Vela para Todos', para os agraciados com casas sem energia elétrica que ela corre para inaugurar."

DO DEPUTADO RODRIGO MAIA (DEM-RJ), sobre a presidente ter inaugurado unidades do Minha Casa, Minha Vida sem ligações de luz nem de água.

Contraponto

Bate e volta

Em seu segundo mandato como governador de São Paulo, nos anos 70, Laudo Natel (Arena) chamou seu motorista em uma sexta-feira, entrou em um Opala e viajou de improviso para Cordeirópolis para inaugurar um centro de saúde. Chegando à cidade, foi à prefeitura para buscar o prefeito, mas descobriu que ele não estava.

Contrariado e atrasado, Natel chegou ao centro de saúde às 18h e teve uma nova decepção: o público havia ido embora e o posto estava fechado.

--Declaro inaugurado o centro de saúde --disse.

Logo depois, entrou no Opala e voltou para São Paulo.

Fonte: Folha de S. Paulo