O Globo
Ricardo Lewandowski foi a Mossoró. De novo.
Para “dar uma incerta”. Ele mesmo de paradeiro recente incerto. E então a
incerta — o reaparecimento. Chegou-chegando, com aquela energia boleto-free de
juiz aposentado ora parecerista. Para pegar a tropa de surpresa. (E para nos
lembrar: há um governo de turno.) Um mês depois da inédita fuga de dois
traficantes de presídio federal.
Palavras do ministro da Justiça e Segurança
Pública, concluídos os encontros com autoridades sobre as buscas aos
criminosos:
— Vim para cobrá-los. Precisava dar uma
incerta, como se diz no meio militar. A polícia me garante que serão
capturados, mas não sabemos quando.
Cobrado, foi cobrar. Agastado, sobrevoou a caatinga desgastada e assegurou a foto-clichê. Perdido, encontraria outros perdidos. Não os fugitivos. Os que garantem. Garantem a captura. Nalgum momento. “Não sabemos quando.” (A alternativa sendo haver hora marcada para prisão.) Sabemos que o ministro garantista desconfia do garantido — ou não teria passado a revista sem aviso prévio.